Meu coração é todo seu. 17

Acordei muito, muito feliz no dia seguinte, me arrumei todo, me vesti muito bem, estava super lindo (modestia a parte).

Desci para o café da manhã, meu pai já tinha saido para o trabalho graças a deus!

Só minha mãe estava lá, comendo com uma amiga, fala sério, odeio as amigas da mamãe, cheias de dengos e não me toques, todas umas metidas e nojentas!

O nome dessa era Matilde, bruxa! Eu desci dando risadas de mim mesmo:

- Não acredito, como seu filho está moço!!! - Ela me abraçou.

- Moço e cabeça dura Matilde, acredita que ele está namorando uma menina?

- Isso é normal na idade deles...

- Sim, mas ela é uma péssima companhia.

Elas falavam de mim, como se eu não estivesse lá!

- Por que seria?

- Filha dos Antonnys, vizinhos aqui.

-Ué!!! Isso é muito bom!!! Eles tem posses!

Essa é boa, mulherzinha fofoqueira!

- É, pode ser, mas tem o lado ruim, rolam boatos que ela é doente. Antes eu até adorava a menina, achava ela uma ótima pessoa, mas depois que começaram esses boatos...

Hã? Como é o papo ai? Matilde exclamou:

- Não diga!!!?

- Pois é, vai que seje contagioso, não quero meu filho metido com este tipo de gente...

Vocês acham que eu ia ficar calado, ata!

- A Lydie não é doente coisa nenhuma! Não fale o que não sabe!

Matilde se indignou:

- Falamos para o seu bem...

- Não, vocês falam porque não conseguem ficar com a língua dentro da boca e adoram falar da vida alheia, além do mais... mesmo que ela fosse doente, isso não torna a pessoa pior ou melhor... é uma pessoa como todas as outras - Me levantei da mesa espumando raiva pelas narinas..."bosta" de café da manhã... nem isso posso fazer direito.

Mas vem cá, vocês acham que a Lydie seria capaz de mentir, omitir, desse jeito para mim??? Lydie doente? Não consigo imaginar, muito menos pensar nessa possibilidade absurda.

Bom, enfim, sei que aquele café da manhã foi meio tenso, mas resolvi em meu coração que não iria dar bola para os fuxicos de minha mãe.

Como o combinado iria passar na casa de Lydie para irmos juntos a escola, e foi o que eu fiz. Chegando no final da rua , ela esperava sentada na calçada, ao me ver foi logo dizendo:

- Pensei que nem vinha mais!

Nos beijamos levemente:

- Que nada, você acha? Tive probleminhas em casa... - Me calei, pensar naquilo era muito doloroso.

- Quer me falar sobre o que aconteceu? - Perguntou ela solidária enquanto cada um andava lado a lado lentamente de mãos dadas.

- Não! - disse nervoso.

Acho que fui um pouco grosso e ainda desperdicei a unica chance que tinha para esclarecer as coisas, mas não podia pensar que Lydie fosse... doente.

Ao chegarmos na escola de mãos dadas, foi um choque para todo mundo, até parecia estrelas de televisão que andavam na rua sem segurança, só faltavam nos pedir autógrafos, me sentia incomodado, por isso antes de botar os pés dentro da escola, parei com Lydie e olhei em seus olhos:

- Tudo bem? Quer continuar? Podemos matar aula, se não estiver com vontade de passar por isso...

Ela suspirou:

- Vai ser difícil, eu sei, uma barra, mas nada que nosso amor não supere ok?

Eu sorri, ela era sem igual!!!!

- Muito bem... Vamos!

Entramos!!!!

...

Até os funcionários da escola pararam para nos olhar, graças a Deus encontrei meus amigos mais adiante, fui falar com eles:

- Oi Galera!!! - Fiz questão de dar um super abraço no meu brother e em Laura.

- Oi gente! - Lydie estava aparentemente sem-graça.

- Uau!!! Quem diria em "garanhão"! Lydie e você? - Exclamou Lucca rindo... que saudades desse moleque - Mas você sabe né, o que depender de mim, quero que sejem felizes, e ve lá em Garotinha, toma conta desse meu amigão ai em!!

Lydie sorriu:

- Deixa comigo Lucca.

Laura já estava mais familiarizada com ela, tornou:

- Ai Lydie! vamos na cantina comigo, to morrendo de sede! Quer um belo de um refri!

- Sim, vamos - Se virando pra mim disse - Te vejo na sala.

Me deu um leve beijo e se foi. Pelo que eu conhecia Laura, aquele papo de cantina era puro pretexto para me deixar sozinho com Lucca.

- O que tá pegando? - tratei logo de empurrar Lucca contra a parede.

- Bem, Laura queria nos deixar a sós. Tem uma coisa que quero conversar com você...

- Desembucha! - pedi apreensivo.

Lá vem bomba!!!

Só que antes que Lucca pudesse começar a me contar a bomba, outra bomba estourou mais adiante e eu sabia que essa bomba vinha da cantina...Estella.

Sai correndo, seguido por Lucca, eu podia ouvir os gritos estéricos de onde estava:

- Sua Tosca!!! Ele era meu, meu!!!! - Ela gritava sem parar para Lydie.

Vocês acham que Lydie, ia ficar calada, mais não mesmo:

- Que seu que nada! Ele nem gosta de você! Se toca garota e vai se tratar!

- Meninas, parem por favor! - pedia Laura em vão.

- Ela começou Laura, quando tirou o meu homem de mim!!!

Lydie riu:

- Seu homem!? que agora é meu!!!

- Não mesmo, vocês vão terminar mais rápido que pensam!

- O que?!! - Quando cheguei só vi Lydie voando no pescoço de Estella e puxando seu cabelo como se fosse uma boneca. Fui separar a briga.

- Parem as duas! Onde já se viu... - Tornei.

- Kaléo?! - Estella começou a chorar.

- Tudo bem Lydie, se machucou?

- Me solta seu... seu... mentiroso!!! - Lydie pegou suas coisas e saiu rápido para a sala. A Multidão toda ainda estava lá, até o Lucca despachar todo mundo.

- Kaléo... - começou Estella que estava sendo ajudada por Laura - Me ouve um minutinho.

- Te ouvir pra que? Viu o que acabou de fazer, viu?! - Tinha certeza que Lydie estava brava comigo, certeza!

- Por favor - Ela tocou em meu braço.

- Me larga! E nunca mais toque em mim, não quero te ver na minha frente nunca mais!!!

Ouvi os soluços dela enquanto dava as costas, senti passos atrás de mim, mas nem parei de andar, queria chegar logo na minha sala e acabar com esse pesadelo infernal! Poxa vida como era barra Lydie e eu nos amarmos!

- Espera cara! - Gritou Lucca.

- O que quer?

- Ei, vai com calma ai... coitada da Estella.

- Coitada? Ela não tinha o direito Lucca!

- Eu sei, eu sei, mas pensa... ela sempre foi nossa amiga antes de tudo e você sempre soube dos sentimentos dela, acho que deve no mínimo alguma explicação.

Eu o olhei transtornado.

- Será?

- Eu acho... se não seu namoro nunca vai pra frente, eu sei, tenho experiência nessa coisa de namorar.

- Só que Lydie e eu é bem mais que um namoro... eu diria que é uma ligação que suporta até a morte.

Lucca estremeceu:

- Cruz credo Kaléo!

Eu ri:

- Vai, vamos entrar logo... - só ele pra me fazer rir numa hora tensa como essa.

E foi o que fizemos.

"Uma ligação que suporta até a morte"

Ai , ai, se for preciso, suporto mesmo!

Aquele dia estava sendo o que podia se chamar do pior dia da minha vida. Bom, a Lydie estava me evitando não sei porque, Laura teve que ir embora com Estella por causa de seu estado emocional, Lucca foi trabalhar com seu pai, e Lydie ainda estava me evitando.

O que fazer numa situação dessas?

Me digam, por que eu não tenho a mínima idéia.

Em casa eu não quero ir, quem sabe se eu fosse esclarecer as coisas com a Estella, afinal ela não merecia passar por tudo isso, ela sempre foi minha amiga, amigona do peito mesmo, daquelas que dá a vida por você e ainda coloca a mão no fogo por você, sabendo que pode, e vai, se queimar.

Foi o que fiz, assim que a aula acabou:

- Não é uma boa hora pra você falar com ela não kaléo.

Estava na sala da casa da Estella, esperando que Laura me deixasse subir.

- Qual é Laura? Não fiz por querer você sabe, nem pensei nela.

- Por isso mesmo, não pensar nela foi um erro gravíssimo.

- E eu quero consertar!!!

- Não sei não Kaléo...

- Vai deixa! - Fiz minha melhor cara de pidão.

- Sobe... Antes que eu me arrependa!

Uhu!!!

Subi correndo.

Ao entrar no quarto, ela estava debaixo das cobertas, com olhos e nariz tudo vermelho, seu olho chegava até inchar de tanto chorar.

- Estella!

Ela atacou uma almofada em mim, ainda bem que não pegou.

- Sai daqui!

- Precisamos conversar!

- Não temos nada para falar!

- Claro que temos! Você sabe que eu te adoro!

- Não tanto quanto eu gostaria não é?

Essa ela me pegou.

- Eu te amo sim, mas como uma amiga querida, eu gosto da Lydie Estella, tem que entender.

- Saco!!! - Ela voltou a chorar. - Não posso entender o que não tem explicação. Putz!! Você me enrolou a vida toda, e ela consegiu o que eu sempre lutei pra ter. O seu amor!

Nossa, não sabia que era assim.

- Eu sei, eu sei, não devia ter te enrolado tanto tempo, nem te dado esperanças, mais no fundo tinha medo e não queria perder seu amor que é tão verdadeiro.

- Percebeu tarde demais.

- Sim, é mesmo.

Ela parou de chorar.

- Já me disse tudo que queria não é mesmo?

- Só se me der a certeza de que podemos ser amigos.

- Não me pede o que eu não posso dar ainda. Por mim, você e ela que se explodam e mesmo assim o que sinto por você não iria diminuir!

Nossa! Que medo que senti agora! Ela me assusta com estas palavras.

- O que quer dizer com isso?

- Que apartir de hoje, farei o que puder e o que não puder para acabar com esse casal patético, eu te amo, ao mesmo tempo que te odeio!!! Sai do meu quarto!

Ela se escondeu debaixo das cobertas e eu não pude fazer mais nada se não sair, estava claro que nossa amizade encerrava por aqui.

Desci cabisbaixo:

- E ai? Como foi? - Perguntou Laura.

- Péssimo, acho que ela me odeia mais que antes, piorei tudo Laura, tudo!

- Nossa, que chato.

- Muito, não precisava ser assim.

- Não mesmo. Vou ver o que faço por você.

- valeu, você esta se mostrando a melhor amiga que eu poderia querer, te amo!

Me despedi e sai.

Rumo ao amor!!!!

Line Alone
Enviado por Line Alone em 21/09/2010
Código do texto: T2512480
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