Meu coração é todo seu. cap. 12

*** OBS: antes de começar mais esse capítulo, gostaria de agradecer a todos que gostam e comentam a minha história, fico muito feliz com isso, sem contar que comentários são sempre bons...

*-*... beijos.

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Acordei tarde na segunda - feira, resultado dos pesadelos que eu tinha com pessoas me vendo nu e, mesmo assim, eu não queria ir para a escola e ter que dar de cara com as provocações, não queria mesmo, só topei ir, porque a vingança sempre chega, mais cedo ou mais tarde e para Lydie Atonny, chegaria mais cedo do que ela imaginava!

Já estava tudo combinado , Lucca e eu vamos entrar na sala da diretoria e pegar o endereço da Lydie, até hoje isso é um mistério, e eu vou até a casa dela, fazer o que? Ainda não pensei direito, mas que eu vou, eu vou... Ah isso pode ter certeza, aquela panaca de cabelo rosa choque me paga!

Enfim, enquanto Lucca e eu vamos até lá, Laura e Estella dão cobertura, caso saia algo errado.

Ter amigos é sempre bom, eles me apoiaram muito no dia da festa, o que me deixou menos irado...

Chegando na escola, encontrei meus amigos:

- Fala ai pessoal! - Eu comprimentei. Uns engraçadinhos passavam e riam. Eu tentei, juro mesmo que tentei, me controlar.

- E ai Kaléo? O plano tá de pé? - Perguntou Lucca aos cochichos.

- Claro que sim.

- Ainda acho arriscado... - Tentou Laura.

- Não me importo, minha reputação está em risco!

- Vai se arriscar por ela? - Cutucou Estella.

- Estella! - repreendeu Lucca. - O cara tá mal!

- É mesmo, to falando o que eu acho, se ela não o tivesse decepcionado, ele não estaria tão irado assim, e qualquer planinho vale... só que a gente estamos falando de invadir a casa de alguém! Isso da polícia! Ele... está se arriscando por ela! - concluiu Estella.

- Não estou não! - Sai andando, o sinal tinha batido mesmo. Ainda bem, preferia que o sinal tivesse batido se não era eu que iria bater na cabeça da sonsa da Estella.

Oba... esquisita de cabelo rosa choque faltou hoje. Alguém, ou só eu percebi que ela falta muito?

Enfim, no intervalo, Lucca e eu fomos até a diretoria e.... super! O plano deu tudo certo só uma coisa anda me intrigando ...ELA MORA NA MINHA RUA... Quando é que esse pesadelo sem fim vai acabar?!

Esperei para que a noite caisse, estava frio, chuviscando, típico dia de inverno, mais não era inverno (aquecimento global ué) enfim, eu esperei a noite cair.

Vocês vão acreditar se eu disser que a casa onde a "bendita" mora, é aquela da esquina onde mudou gente e, de vez em quando eu ouço aquelas músicas classícas? Estranho.

Bom, vamos ao que interessa, fui até a frente da casa dela e fiquei uns trinta minutos analisando como subir até o quarto (eu rezava para que fosse o quarto dela) era o único de luz acesa.

Escalei o murinho ( na verdade, não era um muro tão pequeno assim) que me separava do quarto e em segundos eu entrei.

Esse quarto era Rosa clarinho, um rosa bebê, acalmava os ânimos. Cheio de bonecas de porcelana numa prateleira na parede. A cama parecia aquelas de contos de fadas, e realmente eu pensei que estivesse em um conto. Como alguém feito ela, poderia ser tão meiga assim? Imaginaria isso do quarto da Estella, ou da Laura, mas nunca do quarto da Lydie.

Ouvi a maçaneta girar, me enterrei debaixo da cama, era ela, só podia ser ela, conversava, acho que era com a mãe:

- Toma logo seu remédio Lydie!

- Nem que a vaca tussa! Hoje não mamãe, por favor!

- Mas Lydie...

- Já disse que não quero!

- Filha! - repreendeu a mãe.

- Mãe, não me enche!

A senhora Antonny suspirou:

- Tudo bem... o Cadu está lá embaixo, quer te ver...

- Eu não quero ver ele! Eu não quero ver ninguém!

- Vocês brigaram foi isso?

- Não quero falar sobre isso!

- E o que eu digo pra ele... ele te ama tanto...

- Diz que eu morri!

Deu para ouvir que ela se escondia debaixo das cobertas, a mãe dela saiu batendo as portas.

Eu ouvi... um som não muito agradável... eu ouvi... os soluços dela.

LYDIE CHORAVA!!!

Eu não me sentia feliz se é o que estão pensando. Me sentia, frustrado, sem saber o que fazer... ir embora? Não podia...

Alguém bateu na porta:

- Lydie, sua mãe me deixou subir...

Cadu! Argh!

- Sai daqui.

- Você está chorando?

- E daí?

- É por mim?

- Não! Não existe só você nesse mundo.

- Eu te amo!

- Ama nada! - ela disse convicta.

- Amo sim! - insistiu o chato do Cadu.

Ela suspirou:

- Muito bem, diz logo, veio fazer o que aqui?

Ele a beijou:

- Quando a gente casar, você vai ser feliz ao meu lado!!!

Que papo mais brega! O que não me faltou naquela hora, foi vontade de vomitar.

- Sai daqui por favor vai Cadu, casamento hoje não. - Lydie parecia exausta. O que custava Cadu sair?

- Posso vir amanhã? Te levo na escola.

- Não vou na escola.

- Por quê?

- Não to legal! Dá pra sair?

Eles se beijaram, ultima vez... ele saiu.

Fiquei na dúvida se saia ou não saia para me mostrar pra ela, achei muito arriscado. melhor esperar um oportunidade e ir embora pra casa... volto amanhã.

Ela foi ao banheiro, acho que limpar as lágrimas, o tanto que essa menina chorou dava para acabar com a sede do mundo todo e eu aproveitei e sai pelo mesmo lugar que eu entrei... janela!

E agora, deitado na cama, não consigo pegar no sono, a vida daquela garota é turbulenta demais, pelo que eu pude notar, os pais dela aprovam o namoro com o Cadu, mas ninguém vê que ela não aprova, ela não gosta dele. Não me façam acreditar no contrário! E os rémedios que a mãe se referia? Ela era louca por um acaso? Não me parecia mal de saúde. Estranho.

Que sono... que horas são? Eita seis da manhã! Adeus aula, hoje eu não vou...

hehe...

Estou estranho, parece que em meus ouvidos só se ouvem ecos gritando o nome de Lydie... ela nem é tão importante pra mim... ela é insignificante, uma pessoa a mais nesse mundo, só isso!

Dia seguinte, eu acordei uma hora da tarde, também, não era pra menos, fui dormir as seis da manhã!!!!

Só sei que ao descer as escadas, meu pai ainda estava em casa, saco!

- Você, Kaléo, não tem jeito mesmo!

Eu fiquei calado:

- Nem pra ir a escola serve, acho que nasceu pra infernizar!

Ele lia seu jornal, nem olhar na minha cara (pra xingar!) ele olhava, covarde:

- Não sei mas o que eu faço com você!

- Cadê a mamãe? - Me limitei a dizer.

- Saiu com umas amigas...

Aliás como sempre:

- O que acha de tirar umas férias?

Que papo é esse do meu pai?

- Como é que é? Férias do que?

- Da escola, sua rebeldia pode ser estresse!

Que mané estresse!

- Não quero, valeu.

- Não é uma pergunta, você VAI tirar férias...sabádo? Próximo sábado? Isso decide sua mãe e eu.

Eu me transtornei, isso era demais pra minha cabeça:

- Você quer se livrar de mim, mas não vai conseguir!!!

Ele se levantou:

- Não grite comigo ouviu bem!?

- Grito com quem eu quiser, eu não vou sair daqui!

- Isso não é você que decide Kaléo - Meu pai era marrento linha dura, mas dessa vez ele não vai ganhar! - Não é!

Eu me levantei e taquei tudo que estava na mesa central da sala:

- Eu fujo e você nunca mais vai me achar!

- Experimenta fujir...

Eu ofegava cansado, só vinha na minha mente uma única coisa, uma única pessoa, e Lydie? Como se aquela panaca precisasse de mim para alguma coisa, e sim, ela precisava.

Suspirei, tornei mais calmo:

- Desculpe.

Meu pai me olhou sem acreditar, depois tornou:

- Parece mais calmo, vamos conversar agora.

- Onde... para onde você pensa em me manda?

Meu pai baixou os olhos:

- Alemanha quem sabe... Você vai gostar de lá, as regras podem ser mais rigidas, os castigos mais pesados, mais é um bom colégio interno...

Vontade de chorar, quem sabe ele se comovia... não vou dar esse gostinho a ele:

- Pensei que fosse férias...

- Antes de entrar deixo você ir para qualquer outro lugar filho, vamos... será a melhor coisa... Logo você volta e pega o exército... tudo nos conformes.

E a minha vontade ? Não conta?

Eu não quero ir:

- Por que papai, porque faz isso comigo?

Ele apenas disse:

- É preciso.

Eu subi as escadas nervoso, brigar não adiantava e eu, pela primeira vez não sabia o que fazer, ele queria me levar para um colégio interno na Alemanha! E meus amigos?

Amigos... é isso!

Sai pelas portas do fundo e liguei para eles da rua marcando um encontro no Savana, em minutos estavam todos reunidos.

- Não parece legal Kaléo - observou Laura.

- Não mesmo - Concordou Lucca.

- O que houve? - Por fim perguntou Estella.

- Gente, eu briguei com o meu pai, ele quer me levar para um colégio interno!

- Vai me dizer que ele descobriu seu plano de ontem?! - Se espantou Estella.

- Não, isso não... mas ele vai me levar, não sei o que fazer.

Todos se calaram, sentiam que era sério o papo. Lucca serrou os punhos de raiva:

- Não tem uma maneira do seu pai entender que a melhor coisa pra você é ficar aqui?

- Não... só se eu me esconder em algum lugar.

O silêncio veio como resposta:

- Pode ser na minha casa! - Exclamou Estella contente.

- Claro que não, não pode ser nenhum de vocês, ele sacaria na hora!

- Verdade - Concordou Laura - Onde então?

- Não sei ainda, mas lá eu não fico mais, pode ter certeza!

- Cara, do que você precisar, estamos ai... é dinheiro que você quer? - Arriscou Lucca.

Aquilo me comoveu:

- Não Lucca, não... só paz eu queria.

- Acho que o plano de ontem não vai mais rolar. Certo Kaléo? - Perguntou Estella.

E foi ai que eu tive uma brilhante idéia, a mais brilhante idéia do mundo!!!

Sorri:

- Gente me encontrem em frente a casa da Estella daqui uma hora, valeu!

Sai voando para minha casa, eu ainda quero ser feliz, como todo mundo poxa! Me deixem ao menos tentar!

Line Alone
Enviado por Line Alone em 12/09/2010
Código do texto: T2493501
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