Meu coração é todo seu. cap. 4
Eu estava um pouco desacostumado para acordar cedo, três dias em casa de suspensão não é brincadeira. Mas enfim, tinha aula né, e lá fui eu.
Escola Margarida Mateus de Albuquerque, a escola onde tem as pessoas mais legais que eu conehço e ao mesmo tempo, mais malas e riquinhos da face da terra.
Logo na entrada meus amigos fiéis me esperavam:
- Pensei que nem vinha hoje cara! - Debochou Lucca.
- E quase que eu falto mesmo, se não fosse o despertador não sei o que seria de mim. - respondi bocejando, o sono batia cada vez mais forte.
O sinal para dar entrada as salas de aula bateu, mas quem disse que eu queria entrar, não estava com "saco" hoje para aturar professor velho, barrigudo e feio.
- Pessoal, vou ali na cantina, comprar alguma coisa, eu encontro vocês na classe.
E lá foram os estudantes...
Pedi um refri com pão de queijo, e sentei em qualquer lugar para comer.
E alguma coisa me chamou a atenção. Um casal no fundo discutindo, me coloquei a ouvir...
A menina dizia:
- Você é ridículo, não manda em mim, faço o que quiser, o que bem entender!
- Namorada minha não se mete em confusão como você se mete!
- Então deixe de namorar comigo e dá tudo certo!
Ouvi que ela se levantava e ele ia atrás. Ele dizia:
- Sabe que não posso te deixar!
- Não, não sei... e quer me largar por favor, está me machucando!
Ele teimava:
- Fomos feitos um para outro meu amor...
Ela debochava:
- Você é um ridículo, e já pedi para me soltar!!!
A respiração dele era cada vez mais ofegante e ela gemia baixinho de dor, provavelmente, o namorado dela, apertava seu braço com dor.
Me virei para trás, queria ver quem eram os personagens dessa briga, e qual foi minha surpresa... Cadu e a tal aluna nova... como é mesmo o nome dela?
- Ei, larga a garota seu imbecil!
Cadu me olhou irritado e ela surpresa.
- Não se mete Kaléo, isso não é da sua conta.
- Claro que é... larga a garota agora!! Acho que você não vai querer passar pela humilhação de levar outra surra, vai?
Ele olhou pra mim, olhou pra ela, olhou pra mim, olhou pra ela, olhou pra mim, olhou pra ela, e disse:
- Saco! em casa a gente conversa Lydie!!! - E saiu para a sala de aula espumando raiva pelas narinas bufantes... eu ria muito.
Parada diante de mim a tal Lydie me olhava, desafiadora como sempre. Eu tornei:
- Acho que devia me agradecer agora.
- Acho que não! - Ela estava realmente furiosa - Não sou nenhuma donzela em perigo, sei me cuidar muito bem sozinha.
Seu cabelo, rosa choque, parecia ainda mais rosa de perto.
- Mal agradecida você, demais pro meu gosto.
Ela deu uma risadinha, também desafiadora:
- Pouco me importo com o que você pensa, pra mim você não passa de um rico mimado!
Ela saiu entrando para a sala de aula, e eu fiquei que nem um panaca parado na cantina, com o refri na mão.
Aquilo era um choque pra mim. Eu, que sempre condenei os riquinhos mimados, acabo de descobrir que as outras pessoas também me acham um riquinho mimado!
Ata, eu não sou mimado, essa estranha que é!