[Mcfly] 2ª temporada - Alguém Como Você - Capítulo 38 [FIM]

Capítulo 38

- Não acredito! - Eva exclamou, enquanto cruzava com Max o corredor em direção à sala de Josh, o advogado e representante da empresa.

O rapaz não respondeu, estava confuso, com raiva.

Entraram na sala e encontraram Josh mexendo em alguns papéis, os Blackwell o cumprimentaram e se sentaram nas cadeiras do lado esquerdo.

“E se eu não for filho do Jones?” - pensou Max e no mesmo instante a porta se abriu num estrondo, uma entrada triunfal, digna de Anna.

E claro, seu padrinho e maior protetor, Dougie Poynter.

– Josh. - Anna sorriu, ou pelo menos tentara, sabia que estava fingindo bem, pois vira Max arregalar os olhos, pasmo.

Os dois se sentaram. Josh se pronunciou.

– Bem. Eu sou um grande admirador da senhora Jones, acho ela...

Eva revirou os olhos.

– Por favor, vamos pular o sentimentalismo e ir logo ao que interessa?

– OK. O senhor aqui presente Dougie Lee Poynter, padrinho da então menor Anna Jones me trouxe o exame de DNA, comparando o seu sangue com o de Anna e o de Daniel.

Max sentiu o estomago dar um looping ao ver Poynter sorrir presunçosamente.

– E qual é o resultado? – perguntou ele, com a pouca voz que lhe sobrara.

E no mesmo momento o olhar de Anna cruzara o seu. Toda a dor, toda a mágoa contida em um simples olhar. Max desviou a cabeça, tonto.

– Bem Max, você não é filho de Daniel Jones.

A mesma frase ecoou varias vezes na mente de Max. Como um martelo, forte, impiedoso.

Ao ver Anna sair da sala ele gritou por seu nome, tentou se levantar, mas fora impedido por Dougie.

– Não ouse chegar perto dela.

Viu Eva discutir com Josh. E deu as costas a tudo, a mãe, a Empresa e principalmente ao Max que sua mãe criará.

5 meses depois...

Max Blackwell

– Acho que você deveria ir lá Max. – Murmurou David, o único amigo que eu criei na época em que morei na Suíça.

Levantei-me do sofá do meu apartamento, desde a última visita a SummerJ eu moro aqui, jamais suportaria ver a minha mãe novamente.

– Ela não quer me ver David, você acha que eu não tentei ligar para ela?

– Não. Eu te conheço Max.

Eu revirei os olhos.

E o pior que eu realmente tinha ligado para ela. Insistido, me humilhado, mas Anna estava irredutível. Ela atendia ao telefone, me deixava falar e depois desligava.

– Olha, como eu sou seu amigo e estou com pena de você, irei pra Nova York contigo.

Fitei David não acreditando no que ele acabara de me dizer.

– Ah, ta bom! Você tem horror à Nova York.

– É, pra você ver como eu te considero.

– Então vamos agora!

– Max, eu acabei de chegar da Suíça!

– Ora David! Eu não posso perder minha loira pra aquele primo nojento!

– Certo Max.

Anna Jones

– To começando a ficar com ciúmes desse diário. – Camille disse, sentando-se ao meu lado no frio e vazio banco do Central Park.

– Não fique. Você ainda é a minha amiga, melhor amiga.

– Ah, claro! Imagina se eu não fosse.

– Que drama!

– É a realidade, você me trocou por esse diário.

– Não, não troquei, é que eu to escrevendo uma musica do Paramore aqui.

– Que lembra o...

Ela se calou, sabendo que “ele” era um assunto proibido entre nós.

– É, você sabe não? Eu sou adolescente e como qual eu tenho dificuldade de esquece-lo. Eu tive a chance de arrumar um namorado que ao menos me faria feliz e o que acontece? Eu me apaixono pelo maldito Max.

– Respira Anna! 1, 2, 3 olha o coração amiga! – Eu fiz o que Camille mandou, sentindo meu peito rasgar, como toda vez que eu entrava nesse assunto.

5 meses se passaram. Nesse tempo eu mudei bastante. A dor de perder minha avó me fez crescer. Não sei ainda o que farei com a SummerJ. Quero vende-la, mas tem uma grande burocracia atrás de tudo isso. Ainda bem que posso contar com Josh.

Eu voltei pra escola. Sim, eu estou fazendo o terceiro ano novamente, estudar me distrai a cabeça.

Tudo estava voltando ao seu normal, menos o meu coração.

Eu tenho uma grande ferida nele, não sei se irei cura-la.

– Anna... Você não pretende perdoa-lo não é?

– Não.

– Mas Anna...

Eu suspirei.

– O que é?

– Agora que vocês descobriram não são irmãos... – Disse, em tom de lamúria.

– Talvez eu achasse mais interessante quando vivíamos um incesto.

Camille arregalou os olhos, claro que eu estava falando aquilo por maldade. Ela estava certa, eu devia estar muito feliz agora, comemorando de felicidade. O cara que eu amo não é meu irmão.

Sempre que tento pensar por esse lado da história as palavras dele me veem como uma flechada na alma.

“Eu menti. Nunca fui santo, nunca fui bom... Você conheceu um lado meu diferente, deve ter sido o meu lado bom. Ou o que eu achei ser meu lado bom. Eu te usei, Anna. Eu precisava de um jeito pra conquistar a sua confiança. E conseguiu, você confiou, confiou até demais. Pois hoje, agora... Eu considero o seu choro uma vitória.

Você assinou o papel que passa toda a sua parte da herança pra mim e pra a minha mãe. Obrigado, foi um prazer conviver com você... Em todos os sentidos.”

Ele me usou de todas as formas. Me fez acreditar em suas palavras.

– Bem, vamos voltar pra casa, quero saber o que houve com a Kate. – Camille disse, depois de um longo tempo de silencio.

– Tudo bem.

(...)

Ao chegar em casa Dougie e Kate estavam abraçados e ele... Hã, estava chorando?

– Ih, to com medo. – Sussurrou Camille ao meu lado.

– Está tudo bem? – perguntei.

– KATE ESTÁ GRÁVIDA! – respondeu Dougie, tão feliz que era incapaz de não ficar feliz com sua felicidade.

Passamos a tarde comemorando a gravidez de Kate.

Mais tarde eu e Camille ficamos no quarto ouvindo musica, sendo mais precisa, ouvindo Paramore.

– Anna, é a quarta vez que você ouve Ignorance, quero ouvir Adore.

– Cá, não...

A chata me ignorou e colocou a musica. Eu ainda tentei pensar em outra música, porém Adore era tocante demais para ser ignorada.

“Eu não pretendo correr

Mas você sempre chega por perto

E eu me sinto mais viva, mais do que nunca”

Camille deitou-se em sua cama e sorriu para o teto.

“E eu acho que isso é demais

Mas talvez sejamos muito jovens

E eu ainda não sei o que é real

Mas eu sei que nunca quis nada tanto assim

Eu nunca quis ninguém tanto assim”

– Eu queria amar alguém que me correspondesse, sabe? – Camille e seu jeito idealista romântico. Não aguento. – Alguém que movesse céus e terras por mim.

– Camille, príncipe não existe.

– Ah quem sabe? Sonhar não dói!

“Se eu deixar você me amar

Ser o único a adorar

Você passaria por tudo?

Ser o que eu estou procurando

Se eu deixar você me amar

Ser aquele a adorar

Você passaria por tudo?

Seja o que eu estou procurando”

– Boa noite Camille, amanhã temos aula.

– É aula... Boa noite Anna.

Me ajude a voltar para baixo

De altas nuvens do céu

Você sabe que estou sufocando

Mas eu culpo esta cidade

Por que eu nego?

As coisas que queimam por dentro

Tão profundas, eu mal respiro

Mas você só vê um sorriso

Até cair no sono, minha mente foi povoada por lembranças “dele”. Eu nunca odiei tanto Camille por me obrigar a ouvir essa música.

(...)

Dia seguinte

Max Blackwell

– Não... – Murmurei, pasmo. – Isso não...

Ele me fitou e deu de ombros.

– É uma boa ideia cara, eu já assisti um filme que um cara fazia uma declaração assim pra uma garota e ela...

David de repente se calou, constrangido e eu entendi o porquê.

– O filme é “10 Coisas que eu odeio em você” não é David?

– É, mas você não se sente familiarizado não é?

– Me erra, David.

– Ora Max, eu só estou tentando ajudar e eu já conheci um cara maneiro que vai nos contribuir!

– Quem?

– Max, meu grande amigo Max! Relaxa cara!

Odeio quando ele fala isso. David estacionou sua moto em frente ao grande colégio.

– Qual é a musica mesmo?

– I Don't Wanna To Miss A Thing!

– Do…?

– Aerosmith.

– Porque eles?

– Eu gostei da musica, é tão...

– Tão...?

– Linda!

– Não acredito que ouvi isso da sua boca David.

Ele riu e desceu da moto. Entramos na escola com David se sentindo o cara mais pop do universo. Isso porque meia dúzia de garotas o olharam com demasiado interesse.

Eu nem me importei com isso. Estou mais preocupado com Anna, e como ela reagirá a minha visita.

(...)

Pelas instruções do “amigo” de David. Anna sairia pra educação física daqui a 10 minutos.

Puta que pariu estou muito ansioso!

Anna Jones

Hoje está fazendo um calor irritante. E pra piorar tudo eu tenho que fazer educação física. Não sei o que é pior: a aula, o calor, ou a animação de Camille.

– Vai Anna, sorria!

– Por quê? Não me diga que a sua animação é por estar indo a aula.

– Aham!

– Pelo o amor de Deus, cala a boca.

– Credo Anna!

Trocamos de roupa rapidamente – deixem o rapidamente por parte dela. – E fomos para a educação física.

Max Blackwell

Olha... Que me perdoem as fãs dessa banda e principalmente as garotas que gostam dessa música. Que letra sem nexo. Quase dei uma porrada em David por conta disso. É o que dá em deixa-lo fazer as coisas por mim.

– MAX! VAI CARA É AGORA! – Ele berrou, mais animado que eu.

– To indo, to indo.

Caminhei ate a arquibancada do ginásio no exato momento em que o jogo de vôlei da turma de Anna iria começar.

É agora.

I could stay awake just to hear you breathing

(Eu poderia ficar acordado só para ouvir você respirando)

Watch you smile while you are sleeping

(Observar você sorrir enquanto está dormindo)

While you're far away and dreaming

(Enquanto você está longe e sonhando)

As garotas presentes procuravam pela minha voz.

I could spend my life in this sweet surrender

(Eu poderia passar minha vida nessa doce rendição)

I could stay lost in this moment forever

(Eu poderia continuar perdido neste momento para sempre)

Every moment spent with you

(Todo momento que eu passo com você)

Is a moment I treasure

(É um momento que eu valorizei)

Quando sentei na arquibancada vazia, o primeiro olhar que encontrei foi o de Anna. Sua boca se abriu, não acreditando no que via.

Anna Jones

Não...

Digam pra mim que o que eu estou vendo ali cantando não é ele, não! ELE NÃO SERIA CAPAZ DE TANTO!

– Cara! Que gato... Pra quem será que ele esta cantando Anna? E olha só! É Aerosmith! – Disse Camille ao meu lado. Porém, minha mente estava bem longe daqui. Aquilo tudo estava começando a me deixar realmente tonta.

– Camille, eu vou desmaiar.

– Ah! Eu também, ele é lindo.

Don't wanna close my eyes

(Não quero fechar meus olhos)

I don't wanna fall a sleep

(Eu não quero pegar no sono)

'Cause I'd miss you baby

(Porque eu sentiria a sua falta, baby)

And I don't wanna miss a thing

(E eu não quero perder nada)

'Cause even when I dream of you

(Porque mesmo quando eu sonho com você)

The sweetest dream would never do

(O sonho mais doce nunca vai ser suficiente)

I'd still miss you baby

(E eu ainda sentiria a sua falta, baby)

And I don't wanna miss a thing

(E eu não quero perder nada)

Eu desmaiei, rezando para que tudo aquilo não passasse de um pesadelo. E que quando eu acordasse, ainda estivesse na educação física reclamando do calor.

Max Blackwell

– É, você canta muito mal mesmo, Max. – Comentou David, me fazendo revirar os olhos. Estávamos sentados em frente à enfermaria do colégio. Eu só consegui ficar porque menti dizendo que era um primo de Anne e fiz aquilo tudo com o intuito de fazer-lhe uma homenagem. E Anna com seu coração mole, desmaiou.

– Você é o primo da senhorita Jones, certo? Ela já esta acordada! – fitei a enfermeira por alguns segundos, tendo a certeza que nesses segundos eu dei a impressão de ser retardado.

– Liga não moça, ele é um tanto retardado, e tá muito emocionado em ver a prima, não é Max?

Lancei um olhar de censura ao David, que riu e fez um sinal pra eu ir logo à sala.

Segui a enfermeira, que abriu a porta, me dando passagem e fechou após eu entrar.

Anna observava o teto, seu cenho estava franzido. Aproximei-me temeroso, nunca se sabe quando ela pode tirar uma arma debaixo dos lençóis e atirar em mim.

– O que você quer?

Ouvir a voz dela trouxe todos aqueles momentos que vivemos. Momentos que eu não soube aproveitar e agora pago por isso.

Mas não importa, lutarei por ela até o ultimo momento da minha vida, insistirei para tê-la de volta. Anna é uma parte essencial da minha vida.

– Eu vim recuperar o que eu perdi.

Ela sorriu. Não fora um sorriso franco.

– Você realmente deve achar que eu tenho cara de idiota não é? O que você acha, Max?? Achou que o mico que você pagou me faria voltar pra ti?

Ta, eu pensei, mas ela não precisa saber disso não é?

– Claro que não Anna, aquilo foi apenas a primeira parte do que eu estou disposto a fazer.

Anna sentou se na cama e me fitou, furiosa.

– Entenda bem uma coisa. Eu... Anna Ferguson Jones não irei voltar pra você Max Blackwell. – Ela fora categórica em suas palavras, mas eu senti que com um pouco mais de boa vontade, conseguiria ganha-la.

Mordi o lábio inferior em um incrível ato de “estou desesperado, preciso de ajuda”.

– Eu também fui vitima Anna. – Péssimo argumento.

– Claro, claro, acho que você já soube argumentar melhor.

Me aproximei da cama e suspirei.

– Eu te amo.

– Pedi um argumento melhor...

– DROGA ANNA EU NÃO POSSO TER FEITO TÃO MAL A VOCÊ!

– Não, claro que não. Eu estou fazendo um drama, tudo isso com o intuito de te deixar mal. Você sabe né Max? Somos todos personagens de uma história cruel.

– Anna que tipo de remédio você tomou aqui?

Com a minha pergunta recebi de resposta um dedo do meio.

– Sai daqui.

– Não.

– VOCÊ NÃO VAI COMANDAR TUDO DE NOVO! O QUE MAIS QUER DE MIM?

– Eu te quero e enquanto você não me perdoar, não te deixarei em paz.

– Achei que você estivesse feliz em ter me vencido... Ah é... Você não venceu nada, agora entendi, pra não sair com as mãos abanando, o grande e digníssimo Max quer ficar comigo!

– Anna, você não esta bem.

– É, não estou. Você é parte de um pesadelo meu! Eu ainda estou na minha casa dormindo.

Provando que ela não estava tendo um pesadelo, eu a belisquei.

– AI! Você esta louco?

Eu não sei bem se é sua sensibilidade que sempre aflora nesses momentos críticos ou sei lá, se eu realmente a irrito, mas Anna começou a chorar.

– Anna, me desculpa eu não quis te machucar...

– ESSA DOR NÃO SE COMPARA AO QUE VOCÊ FEZ COMIGO! EU TE ODEIO! SERÁ QUE DA PRA ENTENDER ISSO?

Eu já estava pronto pra respondê-la quando o maldito Poynter entrou na sala.

– O que esse garoto está fazendo aqui, Anna? – Ele perguntou, me fitando com a sobrancelha arqueada. O que fez lembrar-me de Anna em Miami.

– Boa pergunta Dougie. – Ela respondeu, suspirando.

– Eu vou embora Anna, mas eu volto.

Dito isto eu sai da sala, até que não foi tão mal... Convenhamos. Achei que seria pior.

Às 6h da manhã eu já estava acordado, e pronto pra segunda parte da luta.

– Achei que você ia aproveitaria as mordomias do hotel. – Comentei, ao ver David aparecer na cozinha.

– Nem vai rolar. Eu conheci a amiga da Anna, Camille.

– Poynter... Urgh!

– Ah para vai, ela é uma gracinha.

– Que seja, que seja, vai se arrumar, estou com pressa.

(...)

Anna Jones

Como se não bastasse eu odiar a presença de Max, ele me aparece na escola feito um modelo de revista. E aquele amigo dele? Pensa que é quem? O Brad Pitt?

– Ai como o David é lindo. – Comentou uma retardada loira ao meu lado. – Lindo, Lindo e meu!!

Eu preferi evitar todas as garotas sorrindo maliciosamente pros dois galãs, não que eu me importe, mas cá entre nós que Max gosta de jogar baixo não é?

– Seu?

Camille corou com a minha pergunta.

– Vai se saber não é?

– Patético, eu vou pegar meu livro, não sei se volto, é capaz de eu me jogar da janela do segundo andar. – Avisei, fazendo Camille revirar os olhos.

Será que na minha outra vida eu fui uma pessoa cruel?

Ao vê-la se levantar do banco da escola Max saiu do carro sem mesmo abrir a porta, todo minuto era importante, e ele não sossegaria enquanto não tivesse Anna de volta.

Ela era sua e ninguém a pegaria.

Max seguiu a garota até um corredor e a observou pegar um livro escolar quando apareceu, triunfante.

– Bom dia, Anna. – O rapaz falou parando a dois armários de distância da garota.

Porém Anna não respondeu, estava aturdida com a carta que acabara de achar.

– O que é isso? – Max perguntou, notando a expressão dela.

– Nada. – Respondeu ela, escondendo a carta atrás de si, e o garoto arqueou a sobrancelha.

– Se não é nada porque você fez essa cara?

– Isso não é da sua conta! E o que faz aqui?

– Vim te ver.

– Já viu, agora tchau.

Max deu um passo, Anna se afastou, mas foi puxada e depois jogada na parede.

– Eu quero ver a carta!

– VOCÊ NÃO VAI VER NADA.

A garota mordeu o ombro de Max, que riu e puxou a carta das mãos de Anna.

– Se queria fazer carinho era só pedir Anna.

– Me dá Max!

Ele ignorou os protestos de Anna e abriu a carta, a garota ainda tentou pegar mais Max a afastou, colocando a mão em sua cabeça.

A carta era de John Ferguson, primo de Anna.

“Anna. Eu sei das dificuldades que você esta passando e por isso decidi não te atrapalhar mais, mesmo estando completamente apaixonado por você, eu estou desistindo, deixando o caminho livre pra você ficar com o Max.”

Que bom, ele sabe desistir com honra, queria poder ser assim... Ou não. – Pensou, lendo o conteúdo.

“Apesar de que eu acho que você merece coisa melhor do que ele.”

Você não seria essa “coisa melhor” pra ela Ferguson. – Ele revirou os olhos.

“Enfim, se você decidir ficar comigo saiba que eu estou sempre aqui, de braços abertos para você.” John.

– Prefere que eu dê risada ou que eu chore em consolo a você Anna? –perguntou Max, com deboche.

Ele entregou à carta a garota que chutou sua canela.

– Idiota! Eu devia mesmo ter ficado com ele quando tive chances!

– Ficar sem amar não é ficar.

– Ahn?

– Esquece!

Max a puxou e a grudou no armário.

– Para Max!

Anna tentou empurra-lo, mas considerava covardia Max agarra-la. Como uma garota de seu tamanho conseguiria afastar os 1,80 do rapaz?

Ele tentou beija-la e recebeu uma mordida nada carinhosa da parte de sua amada.

– Porra Anna! Minha boca.

– Espero que fique sem!

Ao sentir o gosto de sangue, Max cuspiu no chão e agarrou Anna novamente, e ganhou uma joelhada no “países baixos” dele. Que caiu. E aproveitando-se do momento, sua doce amada correu.

Max Blackwell

“São os carinhos do amor, você sabia bem que ela não te trataria como um rei, então se levante daí e vá atrás dela.” – Com esse pequeno lembrete do meu subconsciente, eu me levantei, cheio de dor, tanto lugar pra ela chutar e tem que ser logo no mais dolorido. Se não tivermos filho a culpa será toda dela.

Corri pelo corredor longo e vazio do colégio quando vi Anna parada conversando com uma mulher que parecia ser a diretora.

– Oh senhorita ali está o seu primo, venha cá rapaz!

Anna fez uma careta.

– Diretora... Ele não vai poder...

– Não poderei o que?

– Bem, vai ter um baile aqui na escola e eu gostaria muito de que você cantasse meu jovem.

– Cantar? – Perguntei, tentando esconder a minha surpresa.

– Viu dir... – Anna ia dizendo, mas eu a interrompi. Não perderia essa chance.

– Será um prazer diretora... Quando é o baile?

– Vamos até a minha sala rapaz.

A mulher começou a andar apressadamente até o caminho da direção e eu a segui, deixando uma Anna pasma pra trás.

(...)

Anna Jones

O que mais me falta acontecer?

Descobrir que Max é o capeta em forma de homem que veio me atormentar?

Que sacanagem!!! Ele vai cantar mesmo no baile da escola.

E sabe o que pior? (se é que depois de tudo isso ainda há algo pior!)

Ver seu sorriso de “Eu venci mais uma vez Anna, eu sou o fodão!”

Parte de mim, sempre a pior, a mais fraca, esta muito feliz por vê-lo aqui, tão perto de mim e diferente. Sim, Max não é o mesmo de antes.

Já a outra parte, que foi construída em cima do Max frio e calculista quer xinga-lo, humilha-lo... Decidi por não entrar pra sala de aula, preciso falar com Max.

(...)

Cerca de uma hora depois eu o encontrei na saída da escola. Estava sorridente, e... Ah droga! Tão lindo.

– Achei que você entraria pra aula hoje Anna.

– Me poupe de falsas preocupações. Quero conversar com você.

Ele assentiu e eu saí na frente andando em direção a um lugar que Camille e eu descobrimos por aqui por perto. Uma campina linda, cheia de flores, um lugar mágico.

Não era ele que devia estar ali comigo.

Nos sentamos sobre a relva, estava meio úmida, mas não me importei.

– Belo lugar. – Ele disse, ao meu lado.

– É sim, e eu não devia estar aqui com você.

– Prefiro nem te responder.

Eu sorri, e depois revirei os olhos, não posso sorrir, não pra ele.

– Eu quero que você vá embora, não deixarei você me ferir de novo.

Max se deitou, fitando o céu que combinava com o azul dos teus olhos, tão lindo e... Tão imperfeito.

– Eu sou o homem da sua vida.

– Não, você não é.

– O que eu preciso fazer pra você me perdoar?

– Se você se matasse ajudaria bastante.

– Tudo bem.

O louco se levantou e foi na direção da rua parando no meio dela. Meu coração acelerou.

– Max! – Fui até ele e parei a alguns metros de distância. – Sai daí!

– Não, eu vou me matar.

Ele estava me provocando, claro.

– Larga a mão de criancice.

– Então diz que me ama!

– Nunca!

– Estou esperando...

Ele cruzou os braços.

– Eu te...

Respirei fundo. Era três palavras tão dolorosas.

– Anna, não querendo te pressionar, mas está vindo um caminhão gigante.

– Eu...

Droga. É tão difícil falar isso, ainda mais pra ele.

– ANNA!

– Te... – E o caminhão estava mais próximo.

– PORRA ANNA VOCÊ ESTÁ DE SACANAGEM!

– AMO! EU TE AMO!

E ele saiu da rua, voltando pra campina e me puxando junto.

O som de sua risada me fez sorrir, involuntariamente.

– Eu sempre soube... – Disse, como sempre convencido. – Mas é bom reforçar a ideia pra você não esquecer.

– Achei que você confiasse no seu taco.

– Eu confio.

– Arrogante!

– Teimosa.

– Idiota!

– Linda.

– AMOSTRADO!

– Eu te amo também.

E Max me beijou com muito mais força, apertando meus braços ao redor de sua cintura, juro que tentei resistir, mas não consegui, parece que os cinco meses que eu tentei odiá-lo se passará como num simples estalar de dedos.

Era o poder que ele tinha sobre mim, um poder maligno. Ta parei.

As mãos dele alisavam as minhas costas de uma forma dominadora, ele tentou me “amarrar” em sua cintura, estava meio complicado então eu o ajudei.

Ele caminhou comigo até a parte central da campina, e ali os beijos se intensificaram, minha mente começava a ficar meio zonza. E o cheiro de Max já me alucinava.

De fato eu o amava, um amor que ia muito além de mim. E que duraria por toda a minha vida. Marcado como tatuagem. Um sentimento que fazia cada partícula do meu corpo queimar. Era o meu vicio.

Sei que posso perdoá-lo. Só que perdoar não é esquecer.

– Max... – Gemi totalmente grog pelo momento. – Olha pra mim.

E ele me obedeceu, totalmente ofegante.

– Eu não posso deixar você comandar de novo, por mais que eu te ame...

– Anna, eu deixo você comandar tudo, comandar a minha vida, meu coração, só peço que fique comigo.

– Não posso.

– Esta deixando seu orgulho dominar você.

– Depois do que você me fez Max, só restou o meu orgulho pra me salvar, e eu não quero deixar você feri-lo novamente.

Frustrado, irritado e confuso. Max se jogou para o lado.

– Um dia você terá que me perdoar Anna.

– Ou talvez não.

– Perdoar é divino. – Ele sorriu de canto, tentando amenizar a conversa.

– Jura? Nunca fui religiosa.

Max revirou os olhos.

– Sou muito persistente.

– Que bom.

Ficamos em silencio. Eu estava avaliando o momento criticando a mim mesma por ser tão fraca e vulnerável.

E Max parecia cansado mentalmente, seus argumentos estavam fracos, não conseguiam efeito em mim.

– Vai cantar que música no baile? – Perguntei, sem deixar o velho deboche de lado.

– Pra que você quer saber?

Com a pouca força que me restará após aquele momento, eu dei um tapa em sua cara.

– Back at One do Bryan Mcknight!! – Respondeu bravo com o tapa.

– John disse que essa musica lembrava a mim.

Max deu uma risadinha.

– Anna, você esta mais pra Ignorance do Paramore.

Outro tapa. Comentários idiotas merecem isso.

– Hoje você esta difícil hein?

– Nunca disse que era fácil.

– Muito engraçada.

– São seus olhos, querido.

Silêncio novamente.

– Anna... Eu vou te beijar.

Rindo, eu corri dele igual a uma criança feliz, mas que fora interrompido pelo celular de Max.

– O que é?

Me afastei dele, que suspirou, não devia ser uma pessoa interessante no telefone.

– Eva, vê se me entende... Eu. Não. Vou. Voltar. Para. Casa! Ta, ta, passar bem.

E ele desligou, guardando o telefone no bolso e voltando sua atenção a mim.

– É assim que é a sua relação com a sua mãe agora? – Perguntei arqueando a sobrancelha.

– Sim, ela mentiu para mim.

Odeio quando ele parece convincente, me faz parecer uma vilã nessa história.

Ele tirou uma flor e colocou sob minha orelha.

– Eu sei que você pensa que sou um canalha... – Ele parou, revirou os olhos. – É, eu sou mesmo um canalha, mas eu me apaixonei por você.

– Não começa! Você nem sabe como está sendo difícil ficar aqui fingindo que estamos bem.

– Podemos ficar bem se você deixar de ser amargurada.

– Claaaro, tudo tão simples.

– E é.

– Cala a boca!

Ele veio sobre mim novamente, sorrindo perigosamente e eu não quis resistir, pois seria tolice. Os beijos de Max não eram apenas... Beijos.

Eram toques, carícias, gemidos que eu por mais que tentasse abafar sempre saiam de minha boca, entregando-me.

– Preciso ir embora, Max... – Murmurei. Ele riu em meu ouvido.

– Ah, porque agora?

– Porque eu temo não resistir a você.

– Claro.

Ele ficou de pé e me puxou, sua expressão estava séria.

– Max... O que há com você?

– Tenho a leve impressão de que você pensa que eu não tenho amor próprio.

E assim ele saiu. Me deixando com aquela velha sensação de culpa.

(...)

Em casa eu estava tentando não pensar em Max e tentando não me sentir culpada.

Eu não fiz nada com ele. Só pedi pra ir embora, pois eu estava começando a sentir que não ia resistir. E não era mentira.

Desci pra sala e encontrei Kate assistindo a TV. Dougie chegaria daqui à uma hora em casa.

– Oi.

– Oi Anna.

– Tudo bem Kate?

Ela sorriu ao me olhar.

– É, eu estou sim.

– Que bom.

– E você?

– Mais ou menos... – Eu suspirei. – Hoje foi um dia estranho.

– Estranho?

– Aham, quando eu pensei que teria paz pra ser amargurada e infeliz, o maior tormento da minha vida volta.

– O Max? – Perguntou surpresa, Kate e Camille eram uma das poucas pessoas que sabiam sobre meu “Romance” com Max. Dougie sabe o necessário.

– Sim.

– Nossa Anna... E aí?

– Ele disse que quer ficar comigo e não vai desistir.

– E você?

– Não vou perdoá-lo.

– Ah meu Deus! Porque não? Anna abra seu coração!

– Não, prefiro ele fechado.

– Anna... Você só tem 17 anos, não pode se revoltar com o amor agora.

– Vou fazer que nem você. Vou contratar um namorado pra esquecer outro!

– Muito engraçada! Anna, sério... Por favor!

– Kate... Ele me enganou.

– E também foi enganado.

– Ele disse que me usou.

– Por causa da mãe louca dele.

Eu fiquei sem saber o que dizer.

– Tenho certeza de que se ele soubesse de tudo seria bem diferente.

– Sem dúvidas, eu teria sofrido menos... Ou mais?

– Você o ama Anna?

– Amo, mas se eu o perdoar não sei se conseguirei esquecer o que ele me fez.

– Abra o coração pra ver no que vai dar...

– A gravidez está mexendo com os seus hormônios, Kate.

– Isso é fato, mas não mude de assunto.

– Olha, eu vou pro meu quarto, amanhã conversamos ok?

– Tá fugindo do assunto!!

Eu a ignorei, claro, Kate quando está certa é um problema.

Max Blackwell

Paciência tem limite, coração tem limite, eu a amo mais nem sempre suportarei o jeito que ela me trata. O que custa ela me perdoar? Eu já não cansei de pedir desculpas?

– O que foi? – Perguntou David, enquanto eu entrava no quarto. – Não vai me dizer que levou outro fora da loira?

– Se já sabe por que pergunta?

– Chama o cavalinho que essa foi dolorosa. – David imitou um cavalo dando coice.

– Foi mal, eu to meio irritado.

– Tá perdoado, mas o que houve?

– A Anna esta me irritando com essa teimosia dela.

– Você sabia que passaria por isso.

– Você é meu amigo ou não?

– Sou seu amigo Max!

– Eu tenho as minhas dúvidas.

– Olha, eu vou fingir que nem ouvi isso. Vou na Camille, quer ir?

– Não.

– Certo, digo alguma coisa pra Anna?

– Diga que eu morri.

– Ok!

David saiu e eu fui pro quarto dormir. Eu estava me sentindo meio deprimido.

Credo. Isso soou gay.

À noite, lá pelas 8h eu senti alguém passar a mão pelo meu cabelo.

– Max... Acorda vai.

Hum, implorando assim, com essa voz doce eu fico até com vontade de levantar... Ou não.

Novamente a mão alisou meu cabelo, eu a peguei e puxei, assim como eu previa, era a Anna.

– Sabia que você viria. – Murmurei, tentando segurar uma de suas mãos.

– Max, me solta, é serio!

– Não.

Ela bufou e mordeu meu braço.

Parecíamos duas crianças brigando na cama. Ela veio tentou me bater mas eu segurei seu outro braço.

– O que você veio fazer aqui então?

– VOCÊ ACHA QUE EU VIM TE VER PRA TRANSAR COM VOCÊ? QUE TIPO DE MULHER VOCÊ ACHA QUE EU SOU?

Alguém entendeu o porquê do estresse? Eu apenas fiz uma pergunta. Que descontrole.

– Eu só fiz uma pergunta!!

Anna saiu da cama, seu cabelo estava meio... Ahn, bagunçado.

Pensei em avisar né, mas como ela esta gritando comigo sem motivos eu vou deixar do jeito que esta.

– E LEVANTA LOGO DAÍ!

David apareceu na porta do quarto e sorriu, malicioso.

– Anna, você quer que eu te empreste um pente?

– Porque David? – Perguntou, colocando a mão automaticamente na cabeça.

E eu ainda tentei fazer uma mímica pro David. Ele não sabe quem esta provocando.

– Você e o Max deram um rapidinha e você... – Ele mal completou o que ia dizer e recebeu um tapa na cara. - AI, PAREI ANNA!

Beeem feito, fala o que não deve é assim mesmo.

– Vamos comer o que? – Perguntei, mas nem Anna e nem David me responderam, ela continuava batendo nele.

Desci pra sala e encontrei Camille, a irmãzinha do Poynter sentada no sofá.

– Pediu Pizza? – Perguntei.

– Nós vamos comer fora Max, acorda! Dã.

É. Uma vez Poynter, Poynter para sempre.

Anna Jones

Cada dia que passava eu me sentia totalmente envolvida pelo Max. Envolvida e irritada. Quando ele está, desejo que não estivesse, e quando ele some há três dias, como agora, desejo mais do que nunca que ele apareça com seu jeito irritante.

Hoje é o baile e eu não sei se ele vai. Isso esta acabando com os meus nervos.

– Anna, você esta assim por causa do Max não é? Quando vai assumir? – Perguntou Camille, entrando no nosso quarto, ela já estava vestida.

– Assumir o que? – Perguntei, de pirraça, claro.

Eu sei do que ela esta falando.

– Paixão a minha avó.

– Eca.

– Anna! Você está toda deprimida desde que ele parou de te ver.

– Não concordo e nem discordo, muito pelo contrário...

– Anna... Sua teimosia me irrita.

– Você não é a única. Não vou de vestido.

– POR QUÊ?

– Odeio.com

– Ahh, você vai sim!! – Nisso Camille saiu irritada em direção ao seu guarda-roupa, procurando uma roupa para mim. Claro.

E no mesmo instante, seu nome foi chamado na sala.

– Camille, você vem logo ou eu direi que você desistiu da sair com o almofadinha suíço! – Era a voz de Dougie, obviamente irritado, ele não gostava de David, tanto por ser amigo de Max, como por estar com a irmã dele, que agora esta sob seus cuidados por conta da viagem da Sra. Poynter.

Ela me fitou, e eu sorri, vitoriosa.

– Se você me aparecer feia eu te dou um tiro na testa. – Ameaçou, pegando sua bolsa.

– Ui que medo, não vou te decepcionar.

– Acho bom.

Camille me deu um beijo na testa e saiu rapidamente.

– Precisa de uma ajuda, Anna? – Perguntou Kate, sorrindo de canto. Sua barriga ainda era pouco visível, mas ela estava radiante com a gestação.

– Não quero ir de vestido.

– Hum, sabe que esta quebrando as regras de um baile escolar não é?

– Regras são feitas para serem quebradas, né?

Kate riu e foi em frente ao meu morto guarda-roupa. Ela suspirou, desgostosa. Eu a entendo.

– Só um segundo, acho que tenho um vestido que vai te fazer mudar de ideia.

Assenti e ela foi até seu quarto, voltando 2 minutos depois, com um look e tanto pendurado em um cabide.

– AMEI KATE!

Era um vestido. Tá, eu sei que não queria vestido, mas o modelo era totalmente apaixonante. Azul, batia dois dedos acima do joelho, alças grossas e com um laço roxo no meio. Totalmente diferente dos vestidos bolo de festa que reinam em bailes.

Ela sorriu.

– Dougie me deu, mas eu nunca usei, me sentia magrela demais com essa roupa.

– É lindo.

– Que bom que curtiu, é seu.

– Jura?

– Sim! Agora vá se trocar.

Corri até o banheiro e me troquei, como eu já tinha tomado banho uma hora antes, então é simples agora.

No baile...

Max Blackwell

– Você já pensou em ser cantor rapaz? – Perguntou a diretora, após me fazer cantar pela terceira vez, eu já estava me sentindo é enjoado com tudo isso.

– Não, só por diversão.

Mentira! Eu não canto nem por diversão, mas lá na Suíça eu fiz um curso de canto só pra agradar uma garota.

– Canta muito bem.

– Valeu.

Eu saí do palco e fui beber alguma coisa.

Desde aquele dia que Anna veio me visitar (ela nunca vai assumir isso) eu não lhe retribui a visita, primeiro... Por orgulho, segundo... Por amor próprio, afinal eu também sou ser humano não é mesmo?

Avistei Camille e David entrando no grande salão, ele, com um sorriso idiotamente feliz, e ela bem... Eu não sei por que mais acho todos os Poynter inexpressivos.

Meu amigo me deu um tchauzinho e foi dançar com sua nova namorada. Se mal gosto matasse...

– Oi. – Disse uma garota morena, sorriso bonito, corpão, o tipo que eu pegaria sem dó. Só que hoje, eu só quero a minha loira.

– Olá, como vai? – Perguntei, tentando ser educado.

– Bem melhor agora, solteiro, namorando, enrolado?

– Casado, Anna Jones, conhece?

– Oh! Conheço. – A morena pareceu constrangida - Com licença.

Surpreso, vi a garota se retirar às pressas.

Pela diretora eu já teria subido ao palco novamente, mas eu neguei, só cantaria quando a Anna chegasse. E ela viria, segundo Camille.

Comecei a conversar com um garoto integrante de uma bandinha da escola, até que...

– Meu Deus... Se eu não namorasse sem duvidas tentaria algo com aquela Jones, pense numa mina boa. – O ouvi falar, olhando pra entrada do baile.

E então eu me virei e lá estava ela.

A minha Anna, tão linda, tão diferente. E usando o vestido mais curto do baile. Vou fingir que não reparei nisso. Ignorei a todos e me concentrei somente em Anna e quando vi, já estava indo em sua direção.

Ao me ver ela respirou fundo e deu uma rodadinha, pedindo aprovação por seu visual.

– Meio curto, mas você ta linda.

– Obrigada. Você me conhece, parecer um bolo de festa não é bem a minha cara.

– Não mesmo. – Eu a enlacei pela cintura. – Já cantou?

– Já. A diretora me obrigou. Daqui a pouco eu vou cantar novamente, mas por que...? – Eu sorri maliciosamente e Anna revirou os olhos. Odeio quando ela faz isso.

– Nada, eu só achei que tinha perdido o showzinho.

– Eu esperei você chegar, se você não se tocou disso.

Ela me fitou séria, como se esperasse eu falar: “Rááá, te peguei!”

– Você só esta cantando por mim?

– É claro.

– Sei lá Max, achei que você estivesse fazendo isso para se exibir.

– Me exibir sim, e para você.

– Sei, sei...

Eu a beijei suavemente e gostei de ver sua retribuição.

– Bem, eu vou lá cantar, espero que goste... – Eu parei, pensativo. – Eu sei que você vai amar, mas enfim...

Anna sorriu e balançou a cabeça, rindo do meu ego.

Anna Jones

Quando Max subiu ao palco, várias garotas do colégio começaram a gritar, todas enlouquecidas. Suas vacas, ele é meu!

“Olá galera, espero que essa música anime o coração de vocês!” – Ele riu, e eu suspirei idiotamente, como pode ser tão lindo? Céus.

Vi Camille e David se posicionarem atrás de mim.

Brian mcknight - Back at one

It's undeniable that we should be together

(É inegável que devemos ficar juntos)

It's unbelievable, how I used to say that I'd fall never

(É inacreditável como eu dizia que jamais me apaixonaria)

The basis is need to know

(Você precisa saber)

If you don't know just how I feel

(se já não sabe como me sinto)

Then let me show you now that I'm for real

(Então me deixe mostrá-la agora que eu estou falando sério)

If all things in time, time will reveal

(Se todas as coisas, na hora certa, o tempo revelará)

(Yeah-ah...)

(sim…)

Todos balançavam a cabeça de acordo com a música, entorpecidos pela voz de Max.

E ele olhava em minha direção, como dissesse “é você, não sabe como eu posso ser surpreendente”.

Isso era fato. A cada dia eu me surpreendia mais com ele, tentei não pensar em nossas brigas, fiz o que Kate tanto pediu: abri o meu coração e estava ansiosa pra saber no que daria.

One, you're like a dream come true

(Um: você é como um sonho que se tornou realidade)

Two, just wanna be with you

(Dois: só quero estar com você)

Three, girl it's plain to see

(Três: Garota, é evidente)

That you're the only one for me

(Que você é a única pra mim)

And four, repeat steps one to three

(E quatro: repita os passos de um a três)

Five, make you fall in love with me

(Cinco: e se apaixone por mim)

If ever I believe my work is done

(Se algum dia eu achar que meu trabalho está terminado)

Then I'll start back at one

(Então voltarei para o primeiro passo)

(Yeah-ah...)

(sim…)

E conforme a musica seguia eu limpava as lágrimas que saiam teimosamente dos meus olhos. Eu não queria chorar, mais eu sentia minha emoção fluir incontrolavelmente.

Max pulou do palco e veio em minha direção, continuando a cantar, eu o fitei, ignorando o rubor em minhas bochechas.

It's so incredible, the way things work themselves out

(É tão incrível como as coisas acontecem sozinhas)

And all emotional, once you know what it's all about, hey

(É tudo emocionante quando você descobre do que se trata, ei)

And undesirable, for us to be apart

(E é indesejável que nós fiquemos separados)

I never would've made it very far

(Eu jamais teria ido muito longe)

'Cause you know you've got the keys to my heart

(Porque você sabe que tem as chaves do meu coração)

'Cause...

(Por que...)

Eu o beijei. Pouco me importava se estávamos no salão e todos estavam me olhando, comentando e me invejando, eu só queria estar com ele, nem que fosse pela ultima vez.

(...)

Max Blackwell

Após ser muito bem aplaudido pelo do pessoal do baile eu fiquei bailando com a minha loira, que ainda estava meio grog com a minha apresentação.

E eu... Bem, eu terei que coloca-la contra a parede, não posso lutar mais por uma causa que não sei se ganharei.

– Anna... Vamos lá fora, eu preciso conversar com você.

Ela me fitou, mas não disse nada.

(...)

Fomos para o corredor que uma vez eu a beijei. Tudo era totalmente silencioso...

– Anna... Eu sei que não poderia fazer isso, mas... Estou cansado de lutar por você sem saber se de fato você me quer.

Eu a encarei, esperando que ela dissesse algo, sua expressão estava calma.

– E... Eu preciso que você me diga o que realmente quer de mim, não precisa me responder agora. Mais saiba que eu aceitarei sua decisão e lhe deixarei em paz, caso contrário eu estarei te esperando amanhã as 8h00 da manhã naquela campina que você me levou.

Beijei sua testa e saí dali.

Anna Jones

No dia seguinte...

“Oi diário! São exatamente 5h00 da manhã, eu não consegui dormir, estava ansiosa demais. Camille ao contrario de mim, dorme tranquilamente.

Resolvi que vou ser feliz, mesmo estando com o coração em estado de restauração, não acredito que um dia perdoarei o Max. Só que eu sei o quanto é ruim sem ele.

É aquela velha história – Cada um sabe as dores e os prazeres de amar.

Eu já vivi os prazeres. E também as dores.

Só que agora eu me encontro num dilema.”

Parei de escrever. Eu estava meio sonolenta, desci da cama e fui até a cozinha tomar uma xícara de café.

Sentei na cadeira e ouvi passos.

“Droga!”

Dougie desceu as escadas e me fitou, com o cenho franzido.

– Já acordada? Vai sair? – Eu neguei com a cabeça e ele me fitou. – Espero que você esteja fazendo o certo, e boa sorte!

Ele subiu pro quarto, me deixando ali, mais perdida em meus pensamentos do que nunca.

15 minutos depois eu saltei da cadeira e fui me trocar.

Max Blackwell

– Você esta bem mesmo? Cara! Você parece que não dormiu nada!

Ignorei David e fui até meu guarda-roupa colocar uma camisa.

– Eu não dormi mesmo, preciso saber da decisão de Anna.

– Se for negativa...?

– Eu voltarei pra Suíça.

– E se for positiva?

Revirei os olhos.

– É obvio né David?

– Claro, claro.

O vi cruzar os dedos e sorri. Ele acha que se a resposta de Anna for negativa eu o obrigarei a voltar pra Suíça comigo, claro que não, eu jamais separaria de sua Poynterzinha inexpressiva.

(...)

– Cara! Boa sorte!

– David, vai dar tudo certo...

Cerca de meia hora depois eu estava na campina, que hoje estava bem mais ensolarada, muito mais bonita.

Sentei-me num tronco de árvore e esperei, torcendo pra que a teimosia tivesse deixando Anna de lado.

(...)

“Ela não virá...” – Pensei, já sentindo uma tensão nas costas, me levantei e ao ouvir um barulho entre as arvores eu sorri.

Anna vinha em minha direção, ela estava com a expressão suave.

– Oi. – Eu disse.

– Olha... – Parada em minha frente. Anna suspirou e deu inicio a um longo desabafo. – Você sabe que eu não irei te perdoar, o que você me fez doeu demais em mim, tornou-me uma pessoa insegura e isso sem duvidas não é bom... – Eu limpei suas lágrimas e a encorajei a continuar. – Sempre que tento pensar nas coisas boas que você me fez eu só consigo ver as suas palavras naquele dia ao telefone, tão frias, cruéis... Porém, eu sei o quanto foi ruim os 5 meses em que você esteve longe. Eu posso viver sem você, só não quero. – Ela respirou fundo, tomando folego pra continuar. – Eu tomei a minha decisão, eu vou ficar com você, mesmo ainda conseguir te perdoar. – Nossos olhares se encontraram e Anna perguntou. – Você poderá conviver com isso?

– Sim, eu posso conviver com isso. – Respondi, beijando sua testa, alternando pra linha de seu nariz, desviando pra bochecha. Ela riu, trêmula. – Desde que você esteja ao meu lado, eu posso conviver com tudo, sei que errei Anna, e não vou desistir de você, até ter o seu perdão.

Eu a beijei, sentindo meu coração leve. Anna era minha e ninguém mudaria isso.

Anna Jones

Parte do meu sofrimento fora dissipada. Eu estava com Max novamente, e ele aceitará ficar comigo mesmo sem eu perdoa-lo.

– Anna... – Ele murmurou, me abraçando carinhosamente. Aquela era a paisagem perfeita, a clareira, a nossa clareira. – Você acredita em felizes para sempre? – Eu franzi o cenho.

– Não, Max.

Ele fez um bico todo fofo.

– Porém... – Dei um leve beijo em seus lábios. – Acredito no tentarem loucamente.

E ele sorriu feliz pela minha positividade. Pra mim não tinha mais motivos de ser amargurada, claro que a ferida estava ali comigo, firme, eterna. Só que eu preferia ser feliz.

Max e eu seremos felizes, não sei se para sempre, mas viveremos o nosso amor, do nosso jeito... E a nossa maneira.

Tamiris Vitória
Enviado por Tamiris Vitória em 11/08/2010
Reeditado em 29/07/2015
Código do texto: T2431794
Classificação de conteúdo: seguro
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