[Mcfly] 2ª temporada - Alguém Como Você - Capítulo 29
O som do copo de vidro quebrado fez a jovem acordar de seus pensamentos. A notícia vinda do telefone era boa, e ao mesmo trazia uma sensação ruim.
Anna Jones se levantou do sofá branco da casa de seu padrinho e chorou silenciosamente.
“Não acredito que terei que me mudar para a casa de minha avó!” - Pensou enquanto se arrastava amuada, até a cozinha e procurava uma vassoura para limpar o copo que quebrara na sala.
Passaram-se 10 anos desde a morte de seu pai. Todos achavam que Anna cresceria com alguma sequela por conta de tudo que vivera, que seria infeliz, mas, como sempre surpreendendo a todos a menina crescera mais esperta e inteligente do que nunca.
Anna lembrava-se exatamente de sua avó lhe pedindo pra que morasse com ela na sua bela mansão em Miami. Ela poderia ter ido se quisesse, afinal, aquela fortuna era sua. A garota tinha o sangue dos Jones em suas veias. Mas bastou a avó dizer que Max moraria com elas que Anna sentiu seu mundo despencar, um medo estranho tomar conta de si.
“Como aquele maldito conseguiu?” - Perguntava-se mentalmente enquanto recolhia os vidros com uma pá. Levou-os até a lixeira e encostou a vassoura na parede salmão da cozinha.
Anna sabia que só teria suas preciosas respostas se fosse morar na mansão Jones.
Max Jones Blackwell entrou na limusine e repousou a cabeça sobre o macio estofado do carro.
– Olá senhor Jones, como estava à Suíça? - Perguntou o Chofer James.
Max tirou os óculos escuros e sorriu, friamente.
– Maravilhosa como sempre, James.
James sorriu e pensou que sem duvidas Max ganharia a disputa com sua irmã pela empresa Summer J. O rapaz tinha o porte de um campeão, já a menina Jones não era tão capaz de cuidar de uma empresa importante como aquela.
Mas afinal, James não podia opinar, ele era apenas o chofer e um mero espectador da vida dos dois jovens. A batalha pela empresa só estava começando.
Anna se reuniu com Dougie e Kate na sala pra uma conversa séria e importante.
– Anna, o que você quer nos falar? - Perguntou Kate, agora no auge dos 26 anos, apesar de ainda exibir a mesa jovialidade de sempre.
Dougie franziu o cenho, conhecia Anna muito bem.
– Minha avó ligou, ela não esta bem! Disse que não tem muito tempo de vida.
O casal Poynter ficou em silêncio, não podiam mais comandar a vida de Anna. Ela já era adulta e dona de si.
– E o que você decidiu? - Perguntou Dougie, rezando mentalmente pra que a garota se negasse a mudar pra mansão Jones.
– Eu vou, e agora sem duvidas que descobri que o Max também lutara pela empresa... A mãe dele conquistou minha avó e ele agora tem o “Jones” em seu nome.
– Anna, sua avó quer que você e Max lutem pela empresa? O que ganhar passará a ser dono dela... É isso?? - Perguntou Kate, um pouco confusa.
– Não Kate... Minha avó está um pouco velha... E quer que eu herde a empresa, mas quer ver do que Max é capaz... É como... - Ela suspirara, sem encontrar a palavra certa pra tudo aquilo.
– Um jogo! - Completou Dougie, sério. – Anna, você sabe que sempre poderá contar comigo e com Kate pra tudo que você precisar. Eu adoraria te proibir de morar com sua avó, mas eu não posso... Você já não é uma criança que eu posso comandar, só espero que você faça o certo!
Anna assentiu, o medo ainda fazia seu estomago revirar, mas ela queria provar a Max que ela não tinha medo dele.
(...)
“Tudo ainda esta do mesmo jeito, sinceramente, se não fosse pela empresa eu com certeza teria ficado na Suíça.” - Max pensou enquanto via sua avó já cansada pelo tempo, vir abraçá-lo.
– Max, você está muito bonito meu neto e... – Ela mediu o neto de cima a baixo. – mais alto!
Ele sorriu, simplesmente, odiava carinhos demais, se nem sua própria mãe era assim, porque Max seria?
– Obrigado! E a senhora? Como está? - Perguntou educadamente ajudando sua avó se sentar.
– No fim de minha vida, mas feliz por saber que minha empresa ficara em boas mãos, seja nas de Anna ou nas suas.
Max controlou a vontade de fazer uma careta ao ouvir o nome de Anna. Era impossível ela ganhar a empresa, mas por vontade de sua mãe ele aceitara a competição entre os dois. Mesmo sendo óbvio que ganharia.
Eva Blackwell o criara desde pequeno lembrando-se de que Anna, Katerine e Dougie eram seus inimigos mortais, que eles deveriam se odiar. E ele obedecia a mãe, como sempre fizera.
“Conquistarei a empresa, orgulharei Eva e serei poderoso...” - Pensou, enquanto ouvia sua avó falar sobre a empresa e toda a sua longa história.
Depois de ouvir pacientemente uma história que já ouvira muitas vezes contada por sua mãe, pediu licença e fora descansar em seu quarto.
“Amanhã ela chegará e minha guerrinha particular iniciara. Anna... você não sabe o que lhe espera irmãzinha.”
(...)
Anna ajudou o chofer a colocar as malas no carro e sentiu-se melhor. O dia estava quente, gostoso. Uma brisa leve tocava-lhe os cabelos com carinho. Ela sorriu.
Sonhar com Max era ruim, mas sonhar beijando Max era muito pior.
“Ridículo! Isso só pode ser palhaçada, sonhar beijando ele...”
– O senhor Jones já chegou à mansão? - Perguntou, entrando no carro.
– Sim, o motorista dele o trouxe ontem de manhã se não me engano. - O homem respondeu, sentando-se no banco do motorista.
– Hum, ele estava viajando? - Perguntou, tentando disfarçar a sua evidente curiosidade.
– Sua avó pagou todos os estudos dele na Suíça desde a morte do jovem Daniel. O rapaz Max é muito inteligente, senhorita Anna!
Anna tentou (inutilmente) evitar ficar surpresa com isso, sua avó também queria que ela estudasse na Suíça, mas a garota preferiu viver com os Poynter’s e não se arrependeu. Cresceu numa casa feliz, com pessoas de bem, do jeito que tinha de ser.
A garota fechou os olhos e tentou relaxar, mas não conseguiu.