[Mcfly] Alguém Como Você - Capitulo 23

Salvação

Dougie Poynter

Após Kate ter ido embora, eu senti um aperto no coração, tentei ignorar, mas rezava pra que nada de mal lhe acontecesse.

Desci as escadas e encontrei minha mãe tomando café com Camille ao seu lado.

- Bom dia filho! - Minha mãe disse, indo em direção a geladeira.

- Bom dia. - Respondi, me sentando e colocando um pouco de leite em um copo.

Nesse exato momento o telefone tocou.

- Eu atendo. - Falei, me levantando e indo pra sala. - Alô?

“Dougie Lee Poynter, como você ousa dormir com a minha irmã seu cara de pau? Sabia que hoje tem aula?”

- Como é que é? Eu não estou com a sua irmã! Kate foi pra casa ontem à noite!!

- Dougie a minha irmã não veio pra casa.

Eu desliguei o telefone em pânico. Se algo acontecer com a Kate eu me culparei pra sempre.

Vou à casa da Marienne. Kate tem que estar lá.

(...)

Quando parei em frente à residência de Marienne, fui logo em direção a porta.

- Marienne!!

E foi a própria que me atendeu.

- Dougie, o que foi?

- Kate sumiu!

Cadê a sensibilidade que minha mãe me ensinou a ter? Eu esqueço que agora estou lidando com uma adolescente grávida.

- PUTA QUE PARIU! - Ela se virou e foi na cozinha. Eu a segui e encontrei Lauren, que ao me olhar, deixou seu copo com água cair. A visão parecia distorcida.

- Lauren, o que foi? - Perguntei.

Ela não respondeu. Seu corpo parecia estar possuído por alguma coisa, pois ela foi brutalmente empurrada contra a parede.

Marienne e eu travamos. Lauren, caída no chão, abriu os olhos, que estavam totalmente branco, tipo, sem vida, ela olhava pro nada.

- Aqui está frio, eu estou sentindo que vou morrer... Morrer, ah droga, porque eu vou morrer? Por ter ajudado meu namorado misterioso a cuidar de uma criança que nem é nossa? - A voz de Lauren estava suave, quase como um sussurro. Na verdade, não era a voz dela e sim a de Kate. Aquele modo de falar só podia ser ela. Marienne estava em choque. - Esse poço é tão ruim, estou sentindo que se não me ajudarem eu vou morrer...

Lauren baixou a cabeça novamente. Quando a levantou me encarou de cenho franzido.

- O que houve?

Cutuquei Marienne. E ela aos poucos se recuperava do choque.

- Você tem algum tipo de mediunidade Lauren?

- Minha tia era médium, mas... - Ela olhou Marienne, esperando que a amiga explicasse. – O que foi que aconteceu?

- Você parece que entrou na mente de Kate. Desde ontem ela está sumida!

- Deus do céu! Não pode ser!

- Kate disse algo sobre poço, não? - Perguntou Marienne, eu assenti, minha mente trabalhando a milhão. Daniel tem algo a ver com isso, de todos os meus problemas, sempre tem o dedo dele no meio, lembro-me que quando eu era mais novo sempre o ouvia falar sobre poço...

Ele deve ter esperado Kate me deixar em casa e a levou até a floresta.

- Liguem pra um medico e mandem pra floresta que tem perto da minha casa, a que tem um poço no meio!

Sem tempo de esperar uma reação delas, eu corri pra fora da casa.

Eu tenho que encontrar Kate. E viva.

(...)

A floresta estava vazia, sombria, como sempre fora desde que me conheço por gente.

Não havia tempo pra pensar, muito menos pra respirar, eu tinha que salvar Kate.

Por sorte, coincidência ou destino, eu achei uma corda amarrada em uma árvore. Parecia ser grande, até mesmo pra um poço tão fundo como esse.

- KATE! - Gritei, olhando pra escuridão e me sentindo tonto. Se eu estava assim, preferi não imaginar como ela estava lá dentro.

- Dougie... Me tira daqui.

- Amor, eu vou jogar a corda, você esta mais pra esquerda?

- Estou. – A voz dela estava quase inaudível. Nunca odiei tanto alguém como odeio Daniel.

Joguei a corda, mas não senti Kate pegar nela.

- Kate, vamos faça um esforço.

- Daniel me esfaqueou Dougie, não esta muito fácil, e eu não sinto as minhas pernas, meu corpo esta congelando.

- ELE O QUE? - Droga Dougie, não é hora pra chilique.

Olhei pro céu, que já estava começando a escurecer, tão cedo e já vai chover. Parecia uma resposta de Deus aos meus problemas.

Kate gemeu e segurou a corda com força. Eu a puxei, colocando toda a minha força nos braços, mas a chuva que já estava começando a ficar forte, estava me atrapalhando.

Quando já estava perto da superfície, eu a puxei pra fora do poço, seu corpo estava muito gelado e sua blusa totalmente suja de sangue.

- Dougie. - Eu a coloquei sobre meu colo, e afaguei seu rosto. Kate mal conseguia abrir os olhos.

- Eu to aqui amor, não faz nenhum esforço.

Ela sorriu e se aninhou em meus braços.

- Eu te amo Dougie.

- Eu te amo Kate.

Os instantes que se passaram foram totalmente agonizantes pra mim, pois Kate estava querendo “dormir” e eu não podia deixar.

(...)

Narração autora

Dougie tentava manter Kate acordada, o que parecia demasiadamente difícil, cansada, fraca e com frio a garota estava inquieta.

Com algum esforço ele a levou pra baixo de uma árvore. E agradeceu aos céus ao ver uma ambulância seguida de um carro pararem perto da entrada da floresta.

As portas dos dois veículos se abriram quase no mesmo tempo. Cerrando os olhos, Dougie identificou alguns médicos do hospital próximo ao Constance e saindo do outro carro fitou Harry Judd, Marienne e Lauren.

Ele encarou Kate que estava com os olhos fechados, pegou seu pulso com delicadeza e verificou, estava tudo normal.

Dois médicos colocaram o corpo de Kate sobre uma maca, enquanto o outro Dougie não conseguia recordar se o conhecia ou não, perguntou:

- Quem vai acompanhá-la?

- Eu. - Respondeu Dougie. Harry assentiu com minha resposta. – Vocês podem avisar a minha mãe sobre os acontecimentos? - Perguntou, sério.

- Sim, Dougie! Nos encontramos no hospital depois. - Respondeu Marienne, que estava se protegendo com um guarda chuva. O único que não se importava com isso era Harry.

Cada um foi pra seu respectivo veículo. Dougie sabia que Kate sobreviveria, ela era forte, mas naquele momento contar com Deus não seria nada mal.

Tamiris Vitória
Enviado por Tamiris Vitória em 05/08/2010
Reeditado em 22/07/2015
Código do texto: T2419249
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