[Mcfly] Alguém Como Você - Capítulo 22

O Poço da Floresta

Dougie Poynter

A situação estava realmente complicada, a família de Marienne estava na casa dos Judd. Harry iria contar a eles que tinha engravidado sua namorada.

O problema era que além dos pais de ambos não saberem, Chuck o irmão mais velho de Marienne estara presente.

[Chuck] Então Judd, o que você quer nos falar?

Ah merda, ele esta impaciente.

[Julia Judd] Bem, pra você chamar os pais de sua namorada é realmente importante não é filho?

Kate, abraçada comigo, deu um muxoxo, entediada.

[Harry] Sim, como eu odeio rodeios serei direto!

Tensão no ar.

Marienne o fitou, pálida. Lauren ao lado da mãe de Harry roía as unhas incontrolavelmente. O único que não estava presente era Bill.

[Marienne] Harry, espera. Eu preciso dizer uma coisa... - Ela se levantou, ficando de frente pra família.

Antes de qualquer coisa, quero que saibam que eu amo vocês. Sem o amor e carinho que vocês sempre me deram eu com certeza não seria nada. Pois bem, nos sempre temos um plano e Deus o muda... Ah que droga, eu nem sou religiosa e estou falando de Deus, que pecado. - Ela riu, entre muitas lágrimas. Tânia a mãe dela, quis abraçá-la, mas se conteve. Pai, mãe, Chuck e Julia, eu estou grávida do Harry!

Caiu-se um silêncio sobre a sala dos Judd. O único que se pronunciou foi Chuck, e de fato, era o mais temido.

[Chuck] EU TE DISSE MÃE, ESSE MOLEQUE NÃO ERA SERIA UM BOM NAMORADO PRA MINHA IRMÃ!

Ele avançou em Harry só que Marienne se pôs na frente dele.

[Marienne] Chuck, por favor, pode ter certeza que sozinho o Harry não fez.

[Julia] Não vamos ser antiquados. No mundo em que vivemos isso é muito normal, nossos filhos erraram, mas brigando não vai mudar em nada!

[Tânia] Eles vão ter que casar.

[Harry, Marienne e Kate] O QUE?

[Eu] Kate não se meta.

[Paul – pai de Marienne] Não, casamento não. Julia esta certa, seu filho assumindo a paternidade basta.

[Harry] Sem dúvidas senhor! Eu amo a Marienne. Assim que acabarmos nossos estudos nós iremos viver juntos!

[Chuck] Não seja ridículo Judd! Como Marienne ira aguentar ir pra escola quando estiver com sete, oito meses de gravidez?

[Lauren] Eu, Kate, Bill ajudaremos ela!

Marienne sorriu.

[Paul] Bem, quando foi que você descobriu isso filha?

[Marienne] Faz pouco tempo pai, minha menstruação está atrasada e... Bem, eu perdi a virgindade com o Harry.

[Julia] Ah Deus... Com tanta camisinha nesse mundo e eu cresci educando você de uma forma moderna querendo evitar que isso acontecesse cedo...

Eu não tive como não concordar com minha sogra. Harry e Marienne não precisava passar por isso, pelo menos não agora.

[Tânia] Eu concordo com a Julia, bem, que bom que vocês nos contaram, poderemos ajudá-los!

[Chuck] De mim, Marienne, você não espere exatamente nada!

Chuck saiu batendo a porta com muita força.

[Marienne] É isso era bem previsível, mas tudo bem, um dia ele vai entender.

[Paul] Por hoje eu já tive emoções demais. Tânia amor, será que o meu remédio pra pressão esta no carro?

A conversa estava finalizada. Os pais de Marienne deram um breve aceno a Julia e saíram com sua filha.

- Pois é... Eu vou ser tia. - Comentou Kate me olhando pensativa.

- Ah, Kate. Eu sei que você já esta ansiosa pra quando o bebê nascer! - Provocou Lauren, Kate mostrou a língua. – Acho que eu já vou indo, gente! Eu ainda tenho que contar ao Bill sobre os últimos acontecimentos!

- Claro! Dois fofoqueiros! - Rebateu Kate.

- Cala a boca Katerine! Bem... Tchau Dougie, tchau Kate, até amanhã na escola!

Kate a levou até a porta e voltou, sorrindo.

- Certo, eu vou com você até sua casa.

- Pra que? Você sabe que não precisa disso! - Ela ignorou o que eu disse, pegou uma blusa de frio e saiu.

- Bora Poynter meu dia não se resume a você!

- Ah, obrigado! Sempre muito gentil.

(...)

Kate Judd

- Até que os pais de Marienne aceitaram bem a filha estar grávida né? - Comentou Dougie. Eu assenti, se toda adolescente de nossa idade tivesse os pais iguais ao de minha amiga, as coisas seriam bem mais fáceis. – Kate, porque você desconfia do que eu sinto?

Eita.

Eu olhei aqueles olhos incrivelmente azuis e perdi um pouco o foco. Como sempre, né? A quem resista a esses olhos?

- Bem... Você nunca me disse eu te amo. E sei lá, eu acho que desde o momento em que eu baixei a minha guarda dizendo o que eu sentia as coisas mudaram pra mim.

- Pra mim também.

Eu o olhei, desconfiada.

- Eu não sei Dougie... Juro que queria saber qual é a sua, mas eu não sei!

- Kate, você não esta sendo justa comigo!

- Dougie, o mundo não é justo. - Ele resmungou alguma coisa que eu não consegui entender. – Eu nem queria conversar com você sobre isso, não agora que nossas vidas não estão tão seguras e com a gravidez de Marienne...

Dougie não respondeu, ele apenas me encarava com uma expressão indefinida.

Cerca de 2 minutos depois, paramos em frente a sua casa.

- Eu não acredito que amar seja você ficar falando um monte de vezes pra uma pessoa “eu te amo”. Essas três palavras têm que ser ditas de coração, com sinceridade e Kate, eu sei o que eu sinto por você, sei como é difícil controlar a saudade quando você não está. Sei como eu me sinto quando você fala do Kaulitz, e principalmente, sei como me senti quando te vi naquela festa. Se estou com você, é porque eu te amo. Eu te amo mesmo.

Meu Deus. Cadê meu ar?

- Ah Dougie. - Com essa ele derreteu o meu coração.

- E como diria o grande Bob Marley em sua melhor música

“Eu quero te amar e te tratar bem

Eu quero te amar todos os dias e todas as noites

Nós estaremos juntos com um telhado bem acima das nossas cabeças

Nós dividiremos o aconchego da minha cama de solteiro”

- Eu quero te amar todos os dias e todas as noites.

- Eu sabia que você ia ficar toda boba, vem cá minha bebê. - Dougie abriu os braços. Seu sorriso estava tão magnífico que eu não tive como não ficar feliz. Eu o amo e sou correspondida.

Demos aquele beijo cinematográfico. A coisa mais fofa do mundo. Assim eu não aguento.

- Nos vemos amanha na escola. Eu te amo Dougie!

Ele sorriu, mais animado.

- Eu também, Kate.

Eu o esperei entrar em casa. Engraçado. Vendo por esse lado parece que invertemos os papéis.

Olhei as casas a minha volta. Tudo estava muito silencioso, dei alguns passos e parei ao ouvir um barulho estranho.

Que bobagem Kate, continue.

Forcei-me a continuar, porem o medo estava cada vez mais evidente.

Kate pense naquelas musiquinhas que te acalmam, (quais são elas?) The Only Exception do Paramore e Don’t Wake me up do McFly.

Ah sim...

Eu já não sei se conseguia controlar o meu medo.

- Dougie não é um bom namorado. Tsc, tsc... Como alguém em sã consciência deixaria a namorada vir sozinha para casa? - Eu tremi ao reconhecer a voz.

- Daniel? - Olhei para todos os lados, mas eu não conseguia ver ninguém, além do breu da noite.

“Corra, Kate.” – Uma voz berrou em meu ouvido.

Nem precisou dizer duas vezes, eu corri, corri.

- Não você adianta correr Katerine. Eu irei te pegar! - Não me atrevi a olhar pra trás e nem a gritar, pois ninguém sairia pra me ajudar... Ah droga, porque eu resolvi trazer o Dougie em casa?

Mas... Se não fosse eu, seria ele.

Eu já nem sabia pra onde estava correndo. Só parei quando vi que estava sem saída, pois se eu fosse pelo lado esquerdo, eu entraria na rua sem saída e pelo direito me perderei na floresta.

A floresta...

(...)

Daniel correu atrás de Kate, desejando que ela entrasse na floresta. Lá seria o fim da garota.

“Eu não irei matá-la. - Pensou vendo com satisfação a garota de cabelos castanhos entrar na floresta. – Será que Kate gostaria de refletir sobre seus atos na escuridão gélida de um poço?

A floresta a que Daniel se referia, era conhecida por ser a mais sinistra de todo a cidade, e por ter um poço bem no centro dela.

- Você esta sem alternativa Kate. - O rapaz riu, e moveu-se silenciosamente.

Kate estava parada num ponto crucial. Daniel podia sentir o cheiro de medo no ar, isso o excitava.

- Daniel, não faz isso, por favor! Anna esta bem, eu fui vê-la com Dougie! - Disse a garota, enquanto o outro se aproximava em passos lentos.

- Hum... Interessante, muito interessante... Olha Kate, você é linda, será mais um pecado meu ter que te matar, mas pensa que você fez um bem pra humanidade. Morrer no lugar da pessoa amada é nobre.

- VOCÊ É LOUCO! - Daniel puxou Kate com força, os corpos se bateram com brutalidade. Ele gostou do cheiro jovial da garota. E da forma que seus lábios se moviam ao respirar descompassado. Porém nada poderia mudaria sua ideia. Ele tinha que matar a jovem Judd.

- Sim, já faz um tempo que não sou dono de mim. Paciência.

A voz dele era fria, cortante. Kate queria rebater, mas o medo que pesava dentro de si a impedia.

Rapidamente ele tirou um estilete de dentro da jaqueta e enfiou contra a barriga de Kate. Ela empalideceu no mesmo instante.

- Aproveite bem o poço Kate, talvez você nunca saia de lá - disse empurrando o corpo da garota que caiu sob a escuridão do poço.

No céu, o ar quente e fresco do verão dava espaço a uma fria e intimidadora garoa. Era o começo do outono.

Tamiris Vitória
Enviado por Tamiris Vitória em 05/08/2010
Reeditado em 10/01/2014
Código do texto: T2419242
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