[Mcfly] Alguém Como Você - Capítulo 19
Dougie Poynter
Eu não me sentia assim há muito tempo. Eu não sei definir, é algo parecido com felicidade, só que até onde eu sei felicidade não faz você roer as unhas com uma leve agonia... Ou faz?
Kate e eu estamos namorando. É, namorando. Tem coisa que a gente tenta fugir, mas é impossível. Ela esta me irritando por eu não ter comprado sua aliança, mas comprarei. Ela pensa que minha mãe nada em dinheiro. Esses Judd's...
Eu estaria mais feliz se eu não estivesse brincando com o fogo. Sim, brincando com o fogo, pois eu sei que tem algum comparsa, amigo ou sei lá o que do Jones. Fico louco só em pensar nisso.
- Dougie!!! Mamãe esta te chamando pra comer. - Avisou Camille, ela sorriu, animada. Desliguei o rádio que estava ouvindo, encostei a porta quando ouvi um estrondoso grito vindo da sala. Desci as escadas correndo e encontrei minha mãe olhando a televisão com os olhos arregalados.
- O que foi mãe? – Perguntei, aflito.
- O Daniel fugiu da cadeia!
Kate Judd
Muito estranho acordar com uma vontade incontrolável de tomar sorvete. Eu não estou grávida ou doente. É só um desejo mesmo. Harry diz que é verme o que eu tenho.
E também se fosse pra engravidar, só se fosse do vento.
Entrei no quarto e Harry estava navegando na internet.
- Manolo, vou ali na Yangtze e já volto!
Ele apenas balançou a cabeça assentindo, minha mãe tinha ido ao mercado, ou seja, sem grilo dela ficar me enchendo.
(...)
- O que deseja Kate? - Ouvi James, o dono, perguntar. A bancada cheia de cores e sabores era mesmo muito atrativa.
- Um sunday de limão. – Respondi, sorridente.
- Completo?
- Claro.
James entrou foi pro outro lado preparar meu sorvete.
- Sorvete de limão...? Mulheres de personalidade indecisa que costumam apreciá-lo.
Dougie pensa que me assusta falando que nem gente grande.
- E você por acaso tem doutorado em sorvetes, Dougie? - Perguntei, me virando e indo em sua direção pra abraça-lo, mas travei ao ver que não era ele. Dougie não tem cachos. E nem usa óculos escuros. É um pecado universal usar óculos tendo esses lindos olhos azuis.
- Dougie... Nome interessante, mas o meu é Phillipe!
Sabe quando você vê uma pessoa e tem a impressão de que já a viu em algum lugar? Dejà-vú, algo assim.
- Oi, eu pensei que fosse meu namorado, desculpe! - Ele apenas sorriu. – James, já esta pronto?
Eu estou com pressa, tá certo que eu adoro ficar aqui, mas eu não estou curtindo hoje não. Sensação esquisita... “Kate, o que um simples homem pode te fazer?“.
- Misture o de limão com o de creme, vai ficar bom, acredite. - Disse Phillipe, pedindo um sorvete à garçonete, que estava literalmente babando nele.
- Kate, aqui está o seu sorvete. - Encarei o cara sem saber o que dizer.
Eu nunca tinha misturado meu sorvete de limão com outro sabor, mas porque agora essa combinação me parece realmente boa?
- James, misture com um de creme e, por favor, leve até a minha mesa ali. – Apontei pra uma mesa atrás de um casal de velhinhos.
Fui até a mesa e após pedir, Phillipe me seguiu.
- Posso? - Perguntou, apoiando a mão na cadeira.
- Aham.
Ele se sentou e em seguida James trouxe o meu sorvete.
- Eu disse o meu nome, mas você não me disse o seu. - Murmurou ele, afundando uma colher no sorvete.
- Kate. – Respondi, fitando a intensidade de seus olhos.
- Espero que não esteja com medo de mim, eu não faria mal nenhum a você.
Eu sorri. Era estranho e penetrante ouvi-lo falar.
- Claro, porque você me faria alguma coisa? Mal nos conhecemos...
- Claro, claro... Mas experimente o sorvete.
Eu peguei minha colherzinha e afundei no sorvete. O sabor era interessante. Gostei.
- Hum... É bom.
- Às vezes é bom arriscarmos no duvidoso... - Disse Phillipe, de forma misteriosa. Eu assenti.
- Disso eu sei bem, nunca imaginei que ia começar a gostar do amigo do meu irmão e hoje estamos namorando e tudo.
Ele riu, e tomou seu sorvete novamente.
- A vida é confusa às vezes.
- Quase sempre.
- Você é engraçada Kate.
- Dougie diz que eu tenho o humor meio blasé.
- Esse Dougie parece te amar bastante.
- É, eu acho que ama. Ele está comigo até hoje né? Deve me amar. – Incrível como as vezes eu conseguia soar totalmente pessimista e irônica,
- Nem sempre precisamos amar uma pessoa pra ficarmos com ela. - Eu suspirei, não acreditando que estava levando conselhos de um estranho. – Às vezes a conveniência de ter alguém, uma companhia, já basta. Ele já disse que te ama alguma vez?
- Não... - Respondi, refletindo. O pior, é que ele estava realmente certo. Eu nunca ouvi Dougie dizer que ama, sendo que... Que, eu já disse isso pra ele e eu fui sincera.
Olha aí eu com o prejuízo da duvida.
- Eu-eu, acho que preciso ir embora Phillipe.
- E eu que como bom cavalheiro que sou, te levarei.
Sorri forçado. Não quero mais pensar nisso.
Quem esse cara pensa que é pra me deixar assim com tanta duvida em tão pouco tempo?
(...)
No caminho de casa eu já estava mais calma.
- É por aqui que tem uma casa mal assombrada? - Ele perguntou, enquanto andávamos na rua longa e rua mal iluminada. O que lhe dava um ar mais sombrio. – Marshall fox.
- É uma lenda. – Comecei. Phillipe assentiu. – Dizem que um casal de adolescentes viveu um complicado romance, mais ou menos um Romeu & Julieta, mas dessa historia só a “Julieta” morreu.
- Como?
- Jogada em um poço! - Eu esperava que ele fosse ter alguma reação tipo “oh que horror”, mas não, o cara se manteve impassível.
- Interessante.
No final da Rua Marshall, cruzamos com a esquina Farefalls e paramos perto da minha casa.
- Obrigada.
Eu estendi a mão num ato de pura simpatia, mas o cara me puxou pra um abraço forte. O cheiro dele era bom, estranhamente bom.
- Foi um prazer te conhecer.
Eu me afastei e segui para a minha casa, quando olhei pra trás, Phillipe já tinha sumido entre a escuridão, como se eu jamais tivesse o visto na vida.
(...)
- KATE, PELO O AMOR DE DEUS, ONDE VOCÊ ESTAVA? QUASE SURTEI COM O SEU NAMORADO ME LIGANDO DE 5 EM 5 MINUTOS. - Harry, estava tão irritado que as veias de sua testa pulsavam.
- Ah, eu conheci um cara na sorveteria, ele era meio sinistro.
- Quem?
- Um tal de Phillipe.
- Legal, mas quero que você vá ligar pro seu namorado psicótico.
Harry me jogou o telefone sem fio e subiu pro seu quarto.
Eu não quero ligar e ficar ouvindo o Dougie brigar, brigar e brigar comigo por um motivo que é completamente bobo.
Sentei-me na cama.
- É isso, amanhã eu falo com ele.