[Mcfly] Alguém como Você - Capítulo 13, 14 e 15

Capítulo 3x1 bem menor e totalmente corrigido. Uhu!

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Kate Judd

Depois de finalmente escolher a roupa com que eu iria pra festa do Tom, me encontrava num imenso espirito de alegria. Essa festa vai ser ótima. Tenho certeza.

- Bom dia! – Cumprimentei meu irmão ao entrar na cozinha. Ele me fitou surpreso. – O que foi?

- Nada. Bom dia. Tudo bem? – Havia preocupação em seu tom de voz.

- Tudo ótimo! Por quê?

- Essa felicidade tem algo a ver com Dougie Lee Poynter, no mais popular, loiro anão?

- Dougie não é anão. – Somos da mesma altura. Se ele for anão isso quer dizer que eu sou baixa. E eu não sou baixa. – E cuide da sua vida.

- Ah, mana! O dude deixa você feliz. Tenho que me lembrar de agradecê-lo.

Preferi nem respondê-lo. É claro que o Poynter não me faz feliz. Uma barra de chocolate me faz feliz. Ele não.

Dougie e sua irritante mania de mandar em mim mesmo sabendo que nosso namoro é de mentira.

Será que seria muita ousadia da minha parte pedir pra ele me acompanhar na compra do presente do Tom?

Dougie Poynter

- VOCÊ O QUE? – Bradei, não acreditando no que eu ouvia. Ela está me convidando (Eu, Dougie Poynter) para comprar um presente de aniversário para o Tom Kaulitz. Não to acreditando.

“Tá surdo, Poynter?”

- DEVO ESTAR PORQUE NÃO É POSSÍVEL QUE EU TENHA OUVIDO ISSO!

“Se não estiver, vai acabar me deixando. Pare de gritar.”

- Kate. – Respirei fundo, tentando controlar a vontade de quebrar o celular em pedacinhos. Antes o celular do que essa maluca sem-noção da Judd. – Eu te disse que você não vai à festa dele.

“Ah não seja ridículo Dougie!”

- Tem certeza que sou eu que estou sendo ridículo?

“Olha, eu te chamei pra ir, mas se você não quiser ir não vai! Sem show.”

- Eu não vou e nem você vai à merda de shopping nenhum!

“Você não manda em mim!”

- DROGA KATERINE JUDD, PORQUE VOCÊ NUNCA ME OBEDECE?

“É simples: Você não é meu namorado, tão pouco o meu pai. Se toca!”

- VOCÊ NÃO VAI A FESTA DAQUELE MOLEQUE IMBECIL!

“ELE NÃO É IMBECIL. É UM LINDO! EU O AMO!”

Apertei a mandíbula com tanta força que seria capaz de quebrar os dentes. Ouvir aquilo foi semelhante a comer algo ruim e depois ter uma puta de uma azia.

- É claro que você o ama. – Repeti, com nojo e admito, ciúmes. – Sempre o amou.

“Você esta com ciúmes?”

- É claro que não.

“Essa gritaria toda foi pelo o que?” – Perguntou, mas sabia que havia algo atrás disso, talvez um teste.

“Essa gritaria foi apenas um descontrole mediante a sua teimosia em aceitar que seu ex-namorado – esse que você diz se desmanchar de amor – não vale nada, não quer saber de você. E se for, é apenas pra brincar com você novamente.”

- Quer saber, Poynter? Quer saber mesmo?

“O que é, Kate?”

- Nada.

Ela desligou o telefone na minha cara. Nunca em minha vida uma garota conseguiu deixar a minha moral no pé. Ah, meu Deus. Eu estou sentindo falta do namoro sem-graça com a Chantelle.

Eu ainda olhava o telefone, perplexo com o que estava me acontecendo, quando novamente o aparelho tocou. Era a Judd.

“Você vai comigo ou não?”

Bufei no telefone. E dei a resposta que nem eu mesmo imaginei que seria capaz.

- Vou Kate, eu vou.

“Ótimo.”

Com a minha moral lá embaixo e minha raiva lá em cima, fui trocar de roupa para a sessão tortura com Katerine Judd. Camille apareceu na porta e deu um sorriso animado. Ignorei, claro. Já conheço essa peça, ela vai me encher de perguntas.

- Se você arrumou o cabelo é porque tem a Kate no meio, né?

- Tem, mas não pense que isso é uma coisa boa.

- Como assim? - Ela sentou-se na cama, curiosa. – Vocês namoram, não?

- Sim, mas... – Como explicar a uma criança que voce esta namorando outra pessoa por interesse? Eu não quero estragar os sonhos romanticos que minha irmã virá a ter no futuro. – É realmente complicado.

- Ah. Eu queria ir ao shopping com você. – Disse, manhosa.

- Nem pensar.

- Por que?

- Porque não, oras.

- Mas...

- Vá por mim, Cá. – Eu pousei as mãos em seus ombrinhos pequenos. – Você não vai querer sair com Katerine Judd. Nem eu estou querendo, mas por motivos de força maior... Terei que ir.

- A Kate é tão legal, porque você não iria querer sair com ela?

Eu já estava coma resposta na ponta da língua quando a própria Kate apareceu na porta do meu quarto. Ela me olhou com intensidade, como se estivesse surpresa por eu realmente estar arrumado para irmos ao shopping comprar um presente que não era pra mim.

- Kate! – Camille a abraçou apertado. Totalmente desconcertada, Kate retribuiu ao afago.

- Oi Cá. Tudo bem?

- Tudo e você?

- Eu estou bem... – As duas se olharam. – Você me dá um minutinho pra eu falar com seu irmão?

- Claro. – Camille me deu olhar significativo. – Tchauzinho.

- Dougie. - Kate me fitou, após minha irmã sair. – Ahn...

- O que foi?

- Você não precisa ir se não quiser. – Falou, com as palavras banhadas em humildade.

Tentei esconder a minha surpresa diante de suas palavras, mas fora inevitável. Katerine Judd com crise de realidade (sim, realidade, pois geralmente ela é muito sem-noção) é motivo de comemoração.

- Você esta bem?

- Sim, estou... – Kate sentou-se no mesmo lugar em que Camille estava. – Imagino o quanto deve ser difícil pra você ir comprar um presente que não é pra você, né?

- Kate...

- Eu não quero despertar mais ciúmes em você.

Revirei os olhos com muito desprezo. É claro que ela estava tirando uma com a minha cara. Katerine humilde? Ah, por favor!

- Idiota.

Ela gargalhou bem alto.

- Ai, Dougie. Não seja mal-humorado. Deixa eu arrumar seu cabelo. – Kate ficou de pé e veio em minha direção. – Meu Deus, que cabelo horroroso.

- Ah, claro. Os dreads locks do Tom são bem mais bonitos. – Ironizei, numa espontaneidade que me assustara. Ela me olhou vitoriosa.

- Depois fala que não tem ciúmes. – Kate penteou meus cabelos com os dedos. Foi engraçado porque numa hora estávamos trocando farpas e na outra nos olhando de uma forma que não da pra se explicar. Como alguém tem poder pra mudar a atmosfera de um lugar com tanta facilidade? O silêncio entre nós dizia mais do que qualquer palavra. Ela fechou os olhos e respirou fundo. Quando os abriu, nossos rostos estavam bem próximos. Rocei meus lábios nos dela enquanto pousava minhas mãos em sua cintura.

Kate colocou as mãos em meu pescoço e me beijou, meio tímida. Nós tínhamos quase nada em comum, mas juntos, combinávamos totalmente. Eu sempre soube disso. Desde o momento em que eu a beijei pela primeira vez.

O beijo foi tomando um rumo meio perigoso. Minhas mãos subiram por dentro de sua jaqueta de couro, ameaçando tocar seu sutiã. Ela gemeu baixinho e depois pronunciou meu nome em tom de alerta.

- Eu acho que vou te esperar lá embaixo. – Murmurou, se afastando de mim.

- É melhor. – Ela mordeu o lábio, engolindo algo que iria me dizer. – Já estou descendo.

(...)

No caminho ao ponto de ônibus Kate não disse uma só palavra. O que honestamente eu achei bastante estranho, mas decidi não interromper. O ônibus chegou e o silêncio de Kate continuou. Como estava muito cheio, acabamos ficando em pé próximos a porta dos fundos. Novamente a proximidade de nossos corpos me provocava pensamentos inadequados.

- Se você continuar assim eu vou achar que beijo mal ou sei lá o que. – Brinquei, tentando arrancar um sorriso de seu rosto. E consegui.

- Não é isso. É que... – Ela olhou em meus olhos. – Ah, deixa pra lá.

- Fala.

- Estou pensando no que comprar para o Tom. – Era mentira, mas eu decidi entrar em seu jogo de orgulho.

- Imagino. Deve ser difícil presentear alguém que tem praticamente tudo.

- É.

- Será que vendem vergonha na cara pra presente? – Perguntei, irônico. Kate revirou os olhos. - Esse presente eu faria questão de dar ao Tom.

- Não sei porque tanto ódio do Tom. Isso não pode ser só por minha causa.

- E não é.

- Porque você não gosta dele, Dougie?

- É coisa minha. – Respondi, seco. O ônibus parou a alguns metros do shopping. Ela suspirou, chateada. – Vamos descer.

Por um impulso ou naturalidade, nós caminhamos de mãos dadas. Eu faria algum tipo de piada para provocar Kate, mas admito que estou gostando disso. Gostando mais do que eu deveria.

Kate me levou a duas lojas masculinas de estilo alternativo. Foi ridículo vê-la procurar por uma peça que agradasse ao Kaulitz. A situação ficou mais ridículo quando ela, com a gentileza de um tijolo me fez provar todas as peças só para ter uma ideia de como ficaria nele. Naquele momento eu me perguntei mentalmente porque eu ainda não a mandei pro inferno como qualquer cara que tem um pouco de moral faria. Ah é. Eu não tenho moral, tão pouco amor próprio.

- Vai ficar linda no Tom!! – Disse, me analisando como se eu fosse uma obra prima que ela acabara de concluir perfeitamente.

- E como você concluiu isso? – Perguntei, bravo.

- Vocês tem o mesmo tipo físico. – Respondeu, dando de ombros, extremamente alegre.

- Ah, claro. – Assenti, controlando a minha vontade de gritar com ela. – Sem dúvidas! Nossas mães compravam roupas juntas!

- Sério? – Perguntou, abrindo a boca em espanto.

- É CLARO QUE NÃO, KATE!

- Ai credo. Não precisa ficar bravo. – Eu tirei a camiseta e joguei na mão dela.

- Você tá esquecendo que eu não sou o Tom?

- Tom tem bom humor... – Falou em tom baixo, mas suficiente para eu ouvir. – Tá, tá, eu to brincando, não precisa ficar vermelho.

- Você me irrita, Kate! – Coloquei a minha camiseta de volta.

Uma das vendedoras, notando a exaltação entre nós dois, se aproximou, educada.

- E aí, gostaram da blusa? - Perguntou, sorrindo diretamente a mim. Isso não passou despercebido por Kate, que franziu o cenho para a garota.

- Não. Ficou horrível e o pano é vagabundo. – Ela pegou em minha mão e me puxou para sairmos da loja. – Vamos embora, Poynter.

- O que foi isso? – Perguntei, quando já estávamos longe da loja. – Você não ia levar?

- Ia. Tem várias lojas nesse shopping. E eu nem sei se o Tom iria gostar da camiseta. – Ela deu de ombros, tentando esconder o real motivo de ter me tirado da loja. – Vou comprar outra coisa.

- Depois o ciumento sou eu...

- Falou alguma coisa, Dougie? – Perguntou, arqueando a sobrancelha. Eu sinalizei um não com a cabeça. – Ótimo.

(...)

- Porque não compra chocolate? – Sugeri depois de sairmos da quarta loja de roupa que ela me fizera entrar, provar camisetas feias pra depois sairmos de mãos vazias. – Vai que ele gosta.

- Chocolate não é uma má ideia. – Me olhou com aprovação.- Até que você não é tão ruim, Poynter.

- Obrigado, se é que você está me elogiando. – Agradeci, amargurado. E fomos na primeira doceria que vimos pela frente.

Kate Judd

- Bom... Já fiz meu papel de idiota do dia, acho que é hora de nos despedirmos, né? – O loiro azedo disse, quando paramos em frente a minha casa.

Sim, eu abusei mesmo da boa vontade dele, mas acabou que nos divertimos, tanto, a ponto de nos beijarmos espontaneamente no meio da rua. Eu não o impedi, mas também não admiti (em voz alta, pelo menos) o quanto eu gostava quando ele não agia como um imbecil.

- Fez direitinho.

- Idiota.

Eu juro que ia me despedir dele com um beijo no rosto, mas quando fui ver, já estava agarrada ao Dougie como se ele fosse a fonte de oxigênio da minha vida.

E mais tarde...

Enquanto eu me arrumava para a festa de Tom, minha mente fervilhava pensando em Dougie. Ele me confunde. Quando estamos juntos (de preferência trocando saliva) parecemos um casal de verdade, do tipo que pode ficar um tempão junto, com direito a aliança e tudo. E ele, com esse jeito idiota e mandão de ser acabou me fazendo... Ah, meu Deus. Eu vou mesmo admitir que gosto dele? Não, não pode ser.

- Esquece o loiro azedo, Kate. – Murmurei, defronte ao espelho. – Vou me arrumar, ficar linda e curtir a festa do Tom. Depois eu penso em Dougie e suas bipolaridades.

(...)

- Ok, eu não verifiquei direito o comprimento do vestido. Não parecia tão curto quando eu comprei. – Parei em frente ao espelho e tentei puxar um pouco a barra do vestido. - Não dá para eu ficar me preocupando com isso agora.

Nos cabelos eu optei por deixa-los soltos. As pontas estavam bem cacheadas o que combinou com o vestido. Leve, solto sem deixar a sensualidade de lado.

- Agora é esperar o carro que Tom mandou vir me buscar e arrasar na festa. – Corri até a porta para ver se meu irmão estava em casa. Nem sinal dele. Ótimo! Minha mãe passou o dia fora. Estou livre de sermões ou perguntas desnecessárias. Hoje ninguém vai estragar meu dia.

A campainha tocou e eu desci apressada para abrir. Era o motorista do Tom. Sorri polidamente.

- Boa noite senhorita Judd!

- Boa noite. Podemos ir?

- Claro.

A noite estava quente e agitada. Do carro eu podia ver um monte de adolescentes saindo ansiosos para curtir o sábado. Uma sensação estranha me passou pela cabeça, um medo repentino, um gelo na boca do estomago. Respirei fundo e sorri, confiante. Vai dar tudo certo.

- Chegamos. – O carro parou em frente a famosissima mansão da família Kaulitz.

O motorista abriu a porta e sorriu pra mim. Eu retribui o sorriso, sem-graça com toda aquela educação. Eu nunca andei de carro com motorista particular.

As batidas frenéticas de um pop rock americano anunciava que a festa começava agora, mas não tinha hora pra acabar.

(...)

Dougie Poynter

Eu estava assistindo televisão (na verdade zapeando por vários canais sem dar atenção ao que passava) quando meu celular tocou. Olhei no visor, que apitava uma ligação de Harry. Atendi prontamente.

- E aí, Dude.

“Dude, pelo o amor de Deus! Minha irmã está com você?”

- Ahn... Não. - Olhei no relógio e bati a mão na testa. Com tanta coisa que me passara pela cabeça, tinha me esquecido completamente da festa de aniversário do Tom. – Ela está na festa do Kaulitz.

“O QUE???? A KATE NÃO ENXERGA QUE AQUELE MOLEQUE RIDÍCULO SÓ ESTA BRINCANDO COM ELA??? E VOCÊ DUDE??? PORRA, PORQUE VOCÊ DEIXOU??”

- Calma! Você sabe o quanto é impossível de domar a Kate. Eu vou busca-la nessa festa.

“POR FAVOR DUDE!! KATE QUER ME DEIXAR DE CABELO BRANCO, SÓ PODE!”

- Eu te dou notícias. – Desliguei o celular sentindo a adrenalina queimar em minha veias. Eu quero ir busca-la naquela festa e dizer um monte de coisas. Chacoalha-la para ver se entra um pouco de juízo naquela cabeça teimosa. – Você vai lá, banca o herói e a encontra aos beijos com o Kaulitz. E aí, Poynter, vai fazer o que??? – Eu odeio falar sozinho, mas as vezes é a melhor forma de conversar: você com você mesmo.

Dane-se. Eu vou da mesma forma.

Minha mãe não se importará se eu pegasse as chaves de seu carro. É por uma boa causa.

Eu acho.

(...)

A mansão Kaulitz não era muito longe de casa. De carro era ainda mais perto e com a pressa que eu estava, cortei caminho, chegando ainda mais rápido. Estacionei o carro atrás da casa, pois não quero chamar a atenção dos amigos babacas do Tom e muito menos do próprio dono da festa.

Observei o muro enorme que rodeava a mansão e tomei impulso pra correr e escalar. Não fora muito fácil, me rendeu dois arranhões no braço, mas valera a pena. Já dentro da casa, era possível perder os tímpanos com o a altura da música.

Joguei a touca da minha blusa sob a cabeça e tentei andar despercebido ao me misturar com os convidados. É claro que a burguesia inteira da escola estava lá, mas meus olhos só procuravam por uma pessoa.

Kate Judd

Eu não sabia que o Tom tinha tantos amigos assim. Nem sabia que um vestido podia te deixar como presa aos olhos desses caras esquisitos. Estou me sentindo deslocada. Odeio isso.

Procurei Tom por todo o canto, e quando o encontrei ele estava conversando com uma garota baixa que me lembrava a Chantelle.

- Kate! - Ele veio em minha direção com seu sorriso alegre e contagiante. Nos abraçamos e Tom me deu um beijo no rosto. Eu aproveitei e lhe entreguei seu presente. Ao ver a caixa com chocolates, seus olhos brilharam. Rá! Acertei no presente. Ahn... Aliás, o Poynter acertou. – Obrigado, Kate! Eu amo chocolate.

- Por nada.

- Quer beber alguma coisa? - Perguntou, enlaçando a minha cintura, como nos velhos tempos.

- Sim, quero. - Ele sorriu me conduzindo até a cozinha. Havia algumas pessoas bebendo, outras conversando, uma meia duzia beijando e também o que fica de canto olhando tudo com extremo tédio.

- Espera aqui, eu vou buscar um ponche pra você! – Tom avisou, saindo pelos fundos. Eu me encostei na parede, estranhamente desconfortável.

- E aí! – A garota que estava conversando com Tom se aproximou amigavelmente.

- Oi.

- Tudo bem?

- Tudo... E você?

Forcei um sorriso. Odeio gente simpática também.

- Tudo. Aceita uma bala? - Ela me ofereceu uma balinha redonda de cor rosa. – É de morango.

- Ah, obrigada. – Agradeci, colocando na boca.

- Essa bala é demais... Dá uma energia fora do comum.

- Legal! – Não tinha gosto de morango e nem de nada, mas ao engolir, me deu uma sensação engraçada. Eu não consigo ficar parada. Aliás, eu não quero mais ficar parada. Quero dançar. Meu Deus! Que bala é essa? Eu quero um pacote dela!

Corri para fora e parei de frente ao DJ da festa.

- SOLTA O SOM QUE HOJE EU QUERO DANÇAR!!!

Dougie Poynter

Quando eu já estava quase desistindo de encontrar Katerine, eis que gritos enlouquecidos me revelam seu paradeiro. Olhei a cena absurda duas vezes para ter certeza de que eu não estava vendo demais.

- UHUU, VAMOS GENTE. – Kate estava em cima de um palco dançando com tanta sensualidade e desenvoltura que eu soube na mesma hora que ela não estava em sã consciência. Avistei Tom Kaulitz fitando a cena de boca aberta e segui disparado até o babaca.

Segurei sua camisa com as duas mãos e o empurrei contra a parede. Os olhos de Tom arregalaram, ele estava apavorado.

- Eu vou perguntar uma vez só: o que você fez com ela, seu verme nojento?

- EU NÃO FIZ NADA! – Ele olhava para mim e Kate. – EU ACHO QUE A DROGARAM, DOUGIE!

- A culpa continua sendo sua. – Murmurei, controlando o máximo a minha vontade de quebrar todos os dentes de Tom.

- MINHA NADA! QUEM MANDA ELA SER IDIOTA?

Cego de tanto ódio, eu nem senti direito quando meu punho virou contra a boca do maldito Kaulitz. Eu posso chama-la de idiota. Ele não. Jamais. Tom caiu no chão, desmaiado. Quando virei, outro idiota (claro que numa festa dessas todos os convidados são patéticos como o dono da festa) estava alisando a perna de Kate. Ela chutou a barriga dele e tentou descer, meu reflexo e corrida para acudi-la foram muito eficazes.

- Poynter? – Ela perguntou, totalmente bêbada. – Poynter você não vive sem mim, não é?

- Cala a boca. – Eu a carreguei no colo como se fosse uma criança. – Você já aprontou demais por hoje.

- Eu quero dançar!!!

- Não. – Minha mente ainda estava fervilhando. Eu quero matar o Tom e mais ainda a Kate. Como alguém pode ser tão teimosa?

Quando chegamos no carro de minha mãe, eu a coloquei no banco de trás sob protestos de “seu careta”, “loiro azedo” e “eu te odeio com todas as minhas forças, Poynter!”. Na viagem de volta ela cantou, me xingou, depois disse que tinha vontade de me bater por ser tão babaca e por último contou uma piada sem-graça até finalmente dormir. Que sábado longo. Tirei meu celular do bolso e liguei para Harry.

“E aí, Dude? Ela ta contigo?”

- Sim Dude, operação realizada com sucesso!

(...)

- Graças a Deus vocês chegaram! – Harry disse após Marienne abrir a porta da casa do namorado. Eles me ajudaram a levar Kate pro quarto. – O que aconteceu?

- Drogaram ela. Pela agitação e loucuras que ela falou, provavelmente tomou ecstasy. – Respondi, fitando Kate, que agora estava deitada toda encolhida na cama. – A festa é de riquinho, os amigos do Tom são riquinhos, era de se esperar.

- Ah se eu ver esse Kaulitz... – Harry murmurou, ameaçador. Eu balancei a cabeça sinalizando um não. – Você fez alguma coisa?

- É claro. Por um bom tempo o Tom vai parar de sorrir a toa. Bom, Marienne... Você dá um banho nela?

- Claro, Dougie! – Harry e eu saímos do quarto. Eu nunca me senti tão exausto na vida.

Kate Judd

- Kate, para de correr!

- Quero ver você me pegar!! – Eu estava correndo de Marienne, que tentava a todo custo me levar pro banheiro.

- Você esta drogada!! Para! Um banho gelado vai te ajudar.

- Não!

- Kate, não me obrigue a ligar pra sua mãe!

Parei na mesma hora. Minha mãe não pode saber que fui a festa do Tom e muito menos que voltei assim, muito animada.

- Chata.

- É pro seu bem. – Marienne, com a delicadeza de um gorila, me empurrou pra debaixo do chuveiro. A água estava muito fria, mas não reclamei, pois não consegui parar de rir de algo que nem eu mesma sabia o que era. Cara, eu to vendo tudo colorido.

- Marienne. O mundo está meio colorido ou eu que estou ficando louca?

- Você está drogada, é diferente.

- Que horror. Será que foi a balinha que eu tomei?

- Você aceitou balas de estranho sem nem saber o que era???? – Perguntou, quase aos gritos. Sem querer eu voltei a gargalhar e alto com a reação de minha amiga. – PARA DE RIR KATERINE!!

- Não consigo!!!!

- E EU ESPERO QUE VOCÊ NÃO ESQUEÇA DE AGRADECER AO POYNTER POR TER TE RESGATADO DA FESTA!

- AI NÃO GRITA!

- Vou buscar uma toalha, espera.

Ela bufou, estava bem brava comigo. Pra que isso, gente? Eu estou adorando esse sábado, nunca me diverti tanto na vida. Sentei-me no piso do banheiro, a cabeça girando, girando... As pálpebras pesando. Como eu estou cansada.

- Estou com muito sono...

- NÃO KATE, NÃO DORME!

(...)

Dougie Poynter

Após Marienne colocar Kate para dormir, ela e Harry me deixaram a sós no quarto. Eu a observei dormir com serenidade. Nem parecia que tinha causado numa festa em pleno sábado.

- Você é incrível, Katerine Judd. – Murmurei, me aproximando da cama. Toquei seu rosto. - Incrível mesmo.

Tive vontade de beija-la, mas o medo de acorda-la era maior. Dei-lhe as costas quando, num sussurro ela pronunciou meu nome feito uma oração.

- Dougie...

Tamiris Vitória
Enviado por Tamiris Vitória em 30/07/2010
Reeditado em 10/07/2022
Código do texto: T2408578
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