[Mcfly] Alguém Como Você - Capítulo 11

Kate Judd

Ao entrar na sala eu notei que estava sentindo falta de alguma coisa. Do Dougie não é porque passamos a tarde juntos ontem. Não estou nesse nível de carência pra sentir falta dele assim a todo tempo.

- Kate! – A voz familiar e doce de Lauren soou aos meus ouvidos respondendo a minha pergunta mental. Estou com saudades dos meus amigos. Que apesar de agora viverem em casalzinho, ainda são o meu grupo, a minha galera. – Tudo bem?

- Oi Katezinha. – Marienne sorriu, abraçada (desnecessariamente) ao astronauta.

- Maninha. – Astronauta, vulgo Harry Judd – Meu irmão.

- Katerine. – Bill puxou uma cadeira para eu sentar ao seu lado. – Viu o Dougie?

Apesar de estranhar a curiosidade a respeito do meu “namorado” balancei a cabeça respondendo um não a Bill. Não quero saber onde está o Dougie. Nem com quem está. Ou como está? No mínimo deve estar com aquela namoradinha dele. Vai ver estão conversando aquelas baboseiras dignas do Poynter. Sério, ô garoto pra falar besteira.

- Eu já volto. – Falei, pra esconder a raiva que eu já estava acumulando ao pensar no idiota. Encostei-me na parede ao lado da porta e respirei bem fundo. – Eu odeio o Poynter.

- Odeia?

Ao ouvir a voz de Tom, engoli seco.

- Claro... Quem é que nunca odiou o namorado, né? – Ele arqueou a sobrancelha. – Ah, o que você quer hein?

- Quero te entregar o convite da minha festa de aniversário.

- Sério?

- Sério. Faço questão da sua presença.

- Tom... – Murmurei, derretida por seus lindos olhos. – É claro que eu vou.

- Ótimo. – Ele me beijou... Na bochecha. Af. – Eu tenho que ir. A gente se vê, Kate.

- A gente se vê. – Respondi, vendo-o sair. Como alguém pode ser assim tão lindo e perfeito? Eu ainda olhava o convite totalmente envaidecida com o convite, quando uma garota realmente baixinha apareceu em minha frente.

- Hey, você conhece Harry Judd?

Epa.

- Conheço. Por que?

- Meu nome é Chantelle. Você pode chama-lo? – Que nome engraçado, parece de iogurte. Coloquei a cabeça dentro da sala.

- Harry, tem meia gente te chamando.

- Como é?

- To brincando, anã de jardim.

Harry franziu o cenho ao ver a baixinha. Claro que eu queria ficar lá pra ouvir o que eles iriam conversar, mas meu irmão me empurrou pra dentro da sala. E é claro que eu colei a orelha na porta pra ouvir a conversa.

- Kate, o que você está fazendo? – Ouvi Marienne perguntar mas a ignorei.

“Harry, Dougie pediu pra eu te avisar que ele não poderá vir a aula hoje pois tem que cuidar da irmã pequena.”

Peraí. A irmã do Dougie é grandinha, não?

“Tudo bem. Estranhei ele não ter mandando mensagem... Desculpa, mas... Quem é você?”

“Chantelle, a namorada do Dougie.”

A palavra “namorada” ecoou na minha mente. Marienne se pôs ao meu lado e me olhou, apreensiva.

- Ele mandou a namorada aqui... Eu vou matar o Dougie. – Tentei abrir a porta da sala, mas ela me impediu.

- Ela é a namorada verdadeira, fica na sua. Vem vamos nos sentar.

Borbulhando de raiva eu voltei ao meu lugar. É “aquilo” que o Dougie se orgulha tanto de namorar? Olha, não é por nada não, mas sou mais eu. Um olhar queimava minhas costas, me virei e vi Tom sorrindo para mim. Hoje nem o sorriso dele é capaz de dissipar o desejo que estouú de matar o loiro azedo.

Dougie Poynter

- Acho que não fiz bem em ter mandado Chantelle ir à escola. - Murmurei a mim mesmo enquanto observava Camille e Anna brincarem juntas na cama de hospital. Suspirei, em lamento. “Isso vai dar merda”.

- Dougie?

- Oi, Camille. – Sentei-me na poltrona branca ao lado da cama.

- Por que não trouxe a Kate pra vir ao hospital?

- Quem é Kate? – Perguntou Anna, olhando para Camille.

- Explica pra ela. – A baixinha fofoqueira disse, rindo.

- Ahn... – Como eu vou explicar pra minha afilhada que eu namoro uma garota que me paga para namora-la pois quer pôr ciúmes no ex-namorado que já foi meu amigo num passado distante. – É complicado.

- Complicado como?

- É Dougie! – Camille disse, pondo lenha na fogueira. – Explica pra gente como é complicado namorar a Kate.

Suspirei bem fundo pensando em como começar a contar – editando algumas partes, é claro – a minha história com a maluca Katerine Judd.

- Certo... Começou assim...

(...)

Kate Judd

Só consegui me acalmar – acreditem ou não - na aula de matemática em que o professor pediu que formássemos duplas para realizarmos um trabalho. Vi Marienne se juntar a Bill e Lauren. O professor não deixou, mas ela choramingou tanto que ele acabou cedendo. Tom me olhou fixamente, eu sustentei seu olhar, entendendo seu convite silencioso.

Sentei-me ao seu lado ignorando o protesto dos meus amigos.

Durante o trabalho eu acabei me dando conta que Tom mesmo com esse jeito arrogante de ser ainda era o garoto que eu conheci. Divertido, sensual e esperto (além de extremamente fera em matemática). A conversa e afinidade foi tão boa que acabamos saindo da aulas juntos.

- Quer pipoca? – Ele perguntou, quando passamos pelo portão da escola. Eu balancei a cabeça sinalizando que sim. – Peraí.

- Vou te esperar aqui fora.

- Tá bom.

Passei pedindo licença aos alunos que estavam sendo liberados da escola, quando vi uma figura loira parada do outro lado da rua. Dougie como sempre conseguia me irritar sem ao menos falar comigo. Continuei o encarando até nossos olhares se encontrarem. Quando isso aconteceu, ele ameaçou vir até mim, mas parou quando Tom me abraçou por trás.

Primeiro Dougie riu de alguma coisa que eu não consegui entender, depois revirou os olhos e me deu as costas, balançando a cabeça em um não.

Será ciúmes? Fico no benefício da dúvida.

Tamiris Vitória
Enviado por Tamiris Vitória em 27/07/2010
Reeditado em 10/07/2022
Código do texto: T2402634
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