[Mcfly] Alguém Como Você - Capítulo 7
Dougie Poynter
O pior já estava acontecendo: eu me simpatizei pela Kate. Tudo bem que na maioria do tempo ela é arrogante e egocêntrica, mas atrás de toda a pose há uma garota engraçada e até sensual.
Encontrei Harry Judd (ironicamente meu cunhado) sentado no seu lugar de sempre e com uma carranca enorme. Aposto que isso tem a ver com sua namorada misteriosa.
Ao me ver, ele já disparou o motivo de seu mau-humor. E sim, eu acertei na mosca.
- Ela não quer que eu revele sua identidade.
- Por que?
- Medo.
- Harry... – Murmurei, tentando encontrar alguma palavra para conforta-lo.
- Eu estou de saco cheio, Dougie! Meu Deus, não quero mais namorar escondido. – Assenti, pois sabia que Harry não queria perguntas, só se ser ouvido. E eu faria isso, como um bom amigo. – Ela fica dizendo que ainda não está preparada... Tá, e quando vai estar?? Quando fizermos 1 ano de namoro?
- Quem é? – A pergunta praticamente voara de minha boca. Harry me olhou de forma compreensiva, pois sabia que eu também já estava de saco cheio de dar conselhos pra um namoro em quem eu nem conhecia a garota.
- Eu quero muito te contar cara... – Respondeu, como quem pedia desculpas. – Mas...
- Tudo bem. – Forcei um sorriso e lhe dei dois tapinhas nas costas. – Tudo no seu tempo.
Porque nada me tira da cabeça que é alguma conhecida a namorada misteriosa do Harry?
Kate Judd
O clima na sala de aula era estranho e pesado. Marienne não abriu a boca, Bill estava ouvindo música e parecia no mundo da lua (normal, tratando-se de Bill Kaulitz). Lauren não menos anormal que os outros dois, estava lixando as unhas. Sentei-me em meu lugar de sempre e aproveitei para observar Tom e avaliar meu sacrifício em prol do nosso namoro.
Ele foi e sempre será um galinha. É fato incontestável. Nem namorando foi capaz de mudar, mas Tom me ama, eu sei disso. Suspirei fundo e desviei o olhar quando ele percebeu que eu o encarava. Espero que esse sacrifício dê certo. Namorar o Dougie ninguém merece.
Ah, droga! Eu esqueci de pagar o Poynter.
Dougie Poynter
- Finalmente te encontrei, Poynter! – De costas, revirei os olhos lentamente ao ouvir a voz de Katerine Judd. – Não revira os olhos pra mim, babaca.
Ela sentou-se ao meu lado no banco da quadra da escola. Único lugar tranquilo para eu poder conversar com Kate sem ser interrompido. Fitei-a por alguns minutos, tentando entender porque ainda não ouvi nenhuma piadinha saindo de sua boca.
- O que foi, Kate?
- Nada. – Respondeu, suspirando chateada.
- Nada e você com essa cara?
- E você se importa?
- Talvez. – Ela riu de canto. – Fala.
- Ah, Dougie. Tá mó climão estranho lá na sala. Quer dizer... Lauren e Bill são os mesmo de sempre, mas Marienne está com mó cara de enterro. Passou a aula toda em silêncio. E isso é estranho.
- Seu irmão também.
- Harry é estranho. – Corrigiu, como fosse óbvio, depois entendeu o motivo de eu ter dito aquilo. – Você não tá achando que... – Kate quase fez uma cara de nojo. – Ah, Poynter. Não pode ser.
- E por que não?
- Porque... – Tentou procurar uma palavra. – Porque sei lá. Seria estranho.
- E se for, acho que já sei o motivo do Harry não ter dito quem é a garota.
- Que motivo?
- Você. – A expressão de Kate mudou para ofendida. – Ora, Kate. Eles estão com medo da sua opinião.
- Se for mesmo isso... – Disse, meio que na defensiva. – Eu acho uma completa besteira da parte de ambos. – Kate mexeu no bolso e tirou uma nota de 50 dólares. – Ta aí o seu dinheiro.
- Obrigado. Sempre bom fazer negócio com você, Judd.
- Eu espero que seja a primeira e última vez que eu esteja negociando com você.
- Digo o mesmo. Se seu plano de certo e você voltar com o Kaulitz, nunca mais precisará da minha ajuda. – Falei, mesmo sabendo que essa ideia de forma bastante estranha, não me agradava. – Falando nele, como andam as coisas entre vocês?
Ela deu um suspiro, triste. Talvez as coisas não estejam dando certo. Por um momento quis abraçar Kate, mas sabia que sua reação diante disso não seria muito boa.
- Ah, ele anda meio esquisito. E eu não sei se é só por causa do meu envolvimento contigo... – Ela me fitou, sem-graça com a forma que eu a olhava. – O que foi, Poynter?
- Nada, nada. Tente conversar com ele. – Aconselhei, levantando-me do banco. – Preciso ir, namoradinha. – Pisquei para ela. – A gente se vê por aí.