[Original] Refém de você - Capitulo 7

Capítulo 7

Com a suspensão cumprida, Leandro pode voltar para a escola e para as suas aulas, como de costume. Ele encontrou Maya no caminho à sala, que lhe contou sobre uma conversa que ouvira no banheiro das meninas.

- Eu ouvi aquela tal Giovana falando que agora daria um jeito de acabar com a Angélica. – Leandro ouvia a tudo em silêncio. – Ô garotinha invejosa. Você contou pra ela sobre o dia briga?

- Ainda não. Vou contar na hora certa. To com a sensação de que Angélica fez besteira.

- Para de paranoia!

- É sério.

- Você acha que ela pode ter dito a essa garota sobre vocês? – Perguntou aos sussurros. Leandro não queria acreditar nisso, mas as evidencias eram claras demais.

- É. Eu preciso falar com ela!

- Hoje vamos assistir filme, você sabe que a professora é mais burra que uma porta, não notará a sua ausência ou a dela

E como dito por Maya a professora reuniu as duas turmas depois do intervalo a fim de assistirem um filme que envolvia guerra e militares corruptos. Leandro deu uma desculpa qualquer e foi para o jardim da escola, o local mais seguro para conversarem. Enviou uma mensagem a Angélica, que apareceu minutos depois.

A expressão dela denunciava culpa. Leandro respirou fundo, sentindo a raiva por Angélica começar a queimar sua garganta.

- Eu achei que podia confiar nela, mas depois ela começou a agir estranho... Como se fosse usar aquilo contra mim. – Ela logo tentava se explicar, pois sabia que ele desconfiava de algo.

Quando se olharam, os olhos castanhos de Leandro poderiam queima-la com facilidade. Ela sentiu-se indefesa diante do olhar dele.

- É porque ela odeia você, Angélica! Odeia, quer a sua vida e o seu namorado! Você conta logo pra aquela vadia nojenta! – Explodiu, mas não gritou com ela, só despejava as palavras de forma cortante.

- Como assim me odeia?

- Maya ouviu a Giovana falando de você no banheiro... Era cheia de ódio e inveja.

Angélica tentou engolir a decepção, apesar de saber que sempre houvera algo de errado na sua amizade com Giovana.

- Me desculpa. – Pediu, sentindo o nó se formar em sua garganta. Ela não podia chorar na frente dele novamente. – Se bem que... Eu acho ela não vai falar nada.

- Ah é? E porquê? – Perguntou, debochado.

- Ela já está praticamente se oferecendo pro João. – Respondeu, dando de ombros. – Ela me disse que guardaria segredo, não que não daria em cima do meu namorado. Bom, que faça ótimo uso dele.

Leandro a olhou, confuso.

- Mas...?

- Eu namoro mais por conveniência do que por amor. Ela não vai estragar o namoro desde que eu a deixe ficar com meu namorado.

Sem querer Leandro acabou rindo com a indiferença de Angélica. Não a entendia, mas sentia-se parcialmente aliviado. Era bom saber que ela já não se importava tanto com o namoro. Ele relaxou deitando a cabeça na grama. Se João cumprisse seu papel de macho alfa e traísse Angélica com Giovana seu namoro continuaria perfeito.

Angélica o olhava distraidamente queria deitar com ele e acariciar seu rosto, dizer que gostava do seu sorriso sereno depois das brigas, mas as palavras sempre a traiam.

- O que foi? – Perguntou ele, assustado com a seriedade dela.

- Nada.

- Você as vezes me olha meio estranho. – A garota riu, mexendo no cabelo. – Você é louca, Angélica.

- A convivência contigo me deixou assim.

- Ah, eu sei que dei um up na sua vida em pouquíssimo tempo. No fundo a gente não se odeia mais. – Angélica piscou duas vezes, incrédula com a declaração. – Bom... Pelo menos eu não te odeio mais... – E deu de ombros, sem jeito.

- Eu também não.

Os dois se olharam por um longo tempo até que Leandro foi puxando Angélica ao seu encontro, ele sabia do risco de serem visto, mas na hora não se importou com nada. Ele só queria toca-la novamente.

- Leandro, vão nos ver! – Ela alertou, tentando desviar dos beijos dele, que ria alto. – Para! Ai, garoto chato! Depois que eu duvido da sua sexualidade você fica nervoso.

- Ah, falando nisso... – O garoto parou de beija-la. – Vou te levar a uma festa amanhã... Uma festa do meu mundo. – Ele colocou uma mecha do cabelo dela atrás da orelha.

- E como seria uma festa do “seu” mundo? – Perguntou, levemente irônica.

- Você vai ver.

Leandro sorriu de canto, provaria de um jeito ou de outro a Angélica que ele não tinha mudado, mesmo sabendo que a chance de falhar era muito alta.

Tamiris Vitória
Enviado por Tamiris Vitória em 03/07/2010
Reeditado em 25/01/2017
Código do texto: T2355158
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