COMO AGORA SE NAMORA

Trimmm... Trimmm...

Trimmm... Trimmm...

-Estou! Quem fala?

-Sou eu, o teu amor! Então que pergunta é essa? Não reconheces o meu número?

-Oh, meu amor! O teu número chegou "Confidencial"... Tu é que o ocultaste!

-Confidencial? Mas eu não ocultei o número! Dá-me um momento que eu vou ver o que se passa.

35 minutos depois:

Trimmm... Trimmm...

Trimmm... Trimmm...

-Estou! Quem fala?

-Outra vez, amor? Então o meu número ainda não aparece?

-Não, meu amor.

-Bom. Embora sem o número visível estamos a falar. Olha, vou ter de desligar porque estou a ficar sem carga na bateria. Quando chegares a casa liga o PC e fica atenta ao MSN porque precisamos de combin....

3 horas depois:

Blumm... Blumm...

(Diálogo teclado no Windows Live Messenger) :

joana diz:

. Olá, meu amor! Então, como foi o resto do dia?

francisco diz:

. Não foi mau, meu amor. No entanto estou muito cansado para estar a teclar. Vamos antes para vídeo-conferência...

joana diz:

. Está bem, meu amor. Chama tu então.

francisco diz:

. Há qualquer coisa que impede pois não tenho acesso aos ícones. Chama tu, sim amor?

joana diz:

. Ok.

francisco diz:

. Então, amor?

francisco diz:

. Estou a escrever para o boneco porque agora estás offline. Quando entrares ficas a saber que vou pôr o telemóvel à carga.

francisco diz:

. Continuas offline e eu esqueci-me do carregador no trabalho.

20 minutos depois:

joana diz:

. Olá amor! Fiquei sem internet... Agora há aqui um letreiro que diz que as vídeo-chamadas estão indisponíveis por agora. Vamos tentar no Yahoo Messenger? O carregador no trabalho???

francisco diz:

. Sim, acontece aos melhores! Vamos lá ao Yahoo...

3 minutos depois:

FIZZZZQ.... Iniciou Yahoo! Messenger... Bem Vindo ao Yahoo! Messenger!

(Diálogo teclado no Yahoo! Messenger) :

joana: Aqui estou, meu amor!

francisco: Ainda bem, meu amor... Vamos lá então! Aceita o convite para o vídeo, por favor!

joana: Não chegou convite nenhum... Mas eu convido-te, assim pelo menos eu vejo-te.

joana: Amor! Aceita o convite, por favor!

francisco: Como posso aceitar se não chegou cá nada, meu amor? Vamos falar apenas. Vou convidar-te! Aceita!

joana: Aceitaria se chegasse cá alguma coisa... E logo hoje te foste esquecer do carregador no trabalho... Vou chamar-te eu. Aceita!

joana: Aceita, Francisco!

joana: Francisco? Aceita Francisco!!!

francisco: Não é preciso estares aí a enviar barulhinhos porque eu tive de ir à casa de banho! Mas aceito o quê? Não chegou cá nada! E sim! Esqueci-me do carregador, sim! Estou e ando estoirado, cansado! Farto-me de trabalhar! Até estar a teclar aqui me faz doer os dedos!

joana: Aqui há meses não me escreverias assim... Julgas que só tu trabalhas? Eu farto-me de trabalhar também! Até me ardem os olhos só de olhar para o monitor!

francisco: Pronto, pronto! A minha futura mulherzinha está a entrar na SPM deste mês, é? Nervozinha?

joana: Nervozinha a tua avó!

francisco: Vamos tentar falar pelo Skype? Temos de combinar muito bem aquilo de que falámos em casa dos teus pais.

joana: Nem pensar! Já não tenho forças nem pachorra para ligar o Skype! Escreve a tua proposta que logo te direi o que acho!

francisco: Não leste o que te escrevi mais acima? Até os dedos me doem de ter estado todo o dia ao computador!

joana: A trabalhar não deve ter sido pois vi que estiveste todo o dia online no MSN !!!

francisco: Ai agora são ciúmes, é? Agora já não posso teclar com as minhas amigas, é?

joana: Com as tuas amigas não te doem os dedos a teclar mas comigo é isto!

francisco: Olha, Joana, quando te passar a birrinha ligas-me e conversamos, tá?

joana: Achas que é birrinha? Não te vou perdoar nunc... ( FIIIIZZZT) O quê? Tiveste a coragem de sair e ficar offline e nem te despediste de mim? Olha: quando entrares e leres isto ficas a saber que não vale a pena voltares a chamar por mim! Bye!


Beijinhos,
Teresa Lacerda
Enviado por Teresa Lacerda em 01/07/2010
Reeditado em 06/07/2010
Código do texto: T2352813
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.