[Mcfly] Alguém Como Você - Capitulo 3

Dougie Poynter

Acordei com uma irritante ligação no meu celular, olhei no visor e gemi, desesperado e atendi com muita má vontade.

- Oi, Kate. - Merda, esqueci que ela ia passar aqui hoje.

- OI? VOCÊ É RETARDADO OU O QUE? DEVE TER ESQUECIDO O QUE COMBINAMOS ONTEM, NÃO É? SE EU CHEGAR ATRASADA NA ESCOLA POR SUA CAUSA EU TE MATO DOUGIE POYNTER! – Afastei o aparelho da orelha e esperei Kate parar com os gritos. – SUA IRMÃ ESTÁ ABRINDO A PORTA DA SUA CASA, É BOM VOCÊ NÃO DEMORAR!

E antes que eu pudesse responder, ela desligou na minha cara. Acho que já estou arrependido de ter entrado nessa de namora-la. Olhei para o relógio que fica em cima da minha escrivaninha e afundei o rosto no travesseiro. Já é hora de ir pra escola.

Kate Judd

“Eu odeio o Dougie, odeio, odeio e odeio!” – Mentalizei, subindo as escadas rumo ao seu quarto. A mãe a irmã dele estavam tomando café. Um amor as duas. Me pergunto porque ele não é como elas.

- Kate. – Eu já estava preparada para xinga-lo, mas as palavras sumiram da minha boca quando Dougie passou pelo corredor trajando apenas uma calça jeans escura. Eu tinha me esquecido do quanto ele era bonito. Apesar disso, não deixei a pose cair.

- Olá. – Dei meu melhor sorriso. – Vamos pra escola ou terei que te ajudar a se arrumar?

- Não sei nem porque você veio aqui, Kate! Então, por favor, não enche!

- Acordou com a macaca? – Perguntei, o seguindo quando ele entrou no que parecia ser seu quarto.

- Como eu poderia acordar de bom humor com você me ligando aos berros?

Tá, eu não devia ter gritado tanto com ele.

- Você não atendia as minhas ligações, eu me irritei, oras!

Dougie vestiu uma camiseta branca, calçou seu par de tênis, pegou sua mochila e me puxou "delicadamente" de seu quarto. Sua mãe (educadíssima, por sinal. O que fortalece a minha teoria de que ele é adotado) nos ofereceu café. O mal-humorado não quis, pois estávamos atrasados. No caminho a escola não conversamos nada. Dougie preferiu ouvir música do que falar comigo.

Preciso me lembrar de nunca mais gritar com ele.

Quando entrei na sala de aula Tom veio em minha direção. Já faz algum tempo que ele tenta se desculpar comigo, mas sem sucesso. Não dá pra desculpa-lo ainda, mesmo sabendo que meu orgulho não vai superar o sentimento. O amor nos deixa burro. Essa é a verdade sobre esse grande sentimento que move a humanidade. Não totalmente, mas move.

- Kate, precisamos conversar. – Ele disse, com uma carinha de cão sem dono que quase me amoleceu... Quase.

- Eu não quero falar com você, Tom.

- Por favor! – Ele segurou a minha mão. Por um momento pensei que ele fosse se ajoelhar.

- Quando eu quiser conversar você será o primeiro a saber. – Sorri, falsamente. Minhas palavras o pegaram de surpresa. Tanto que ele foi se sentar, deixando-me em paz.

As aulas passaram até rápido, visto que eu não prestei atenção a nenhuma, já que Tom se encarregou de mandar bilhetes, aviõezinhos, bolinhas de papel e todos meios de comunicação possíveis a minha mesa. “Me desculpa”, “eu amo você” “K <3 T”. Garotos só valorizam quando perdem. É simples.

O sinal do intervalo bateu, mas preferi ficar na sala, quietinha. Marienne e os outros resolveram me dar um tempo para eu poder pensar. E eu quase tive certeza que realmente ficaria em paz até ver Dougie entrar em minha sala. Agora mais sorridente e humorado, sentou-se no lugar de Lauren, a minha frente.

- Vi o Kaulitz com uma cara nada boa lá fora... Vocês brigaram?

- Não brigamos. Ele quer se desculpar, mas ainda estou muito brava com ele.

Ele assentiu, olhando distraidamente a aliança em seu dedo. Foi então que uma coisa nasceu dentro de mim. Como assim ele tem uma aliança? Dougie namora? Quem é a louca?

- O QUE É ISSO? – Perguntei, puxando sua mão para ver aquilo direito. Minha reação o assustou. – COMO ASSIM VOCÊ NAMORA??

- Kate, a minha vida pessoal não é da sua conta!

Nos levantamos ao mesmo tempo. Dougie tentando esconder a aliança, eu querendo arrancar de seu dedo. O que parecia uma briga, virou um abraço. E ao vermos Tom entrar na sala, tivemos que improvisar na encenação.

As mãos de Dougie pousaram com firmeza na minha cintura, as minhas foram parar em seu pescoço. O olhar, antes assustado, tornou-se o de um namorado apaixonado. Assustada com a sua facilidade em encenar, acabei ficando com cara de bocó.

Podia ouvir a respiração descompassada e raivosa de Tom, as exclamações surpresas de meus colegas de turma, mas não olhei pra ver seus rostos pois um lindo par de olhos azuis me invadia a alma de uma forma única. Dougie mexeu em meu cabelo, tocou meu rosto, meus lábios... Meu corpo se enrijeceu quando ele me sentou na mesa e pôs as mãos no meu pescoço, para olha-lo. Meu coração bateu muito rápido, muito mesmo.

- O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI? – Tom berrou, fazendo o papel de “corno” da história.

- É isso que você está vendo, Kaulitz. É o que é. – Dougie respondeu, mas ainda me olhava. Como se eu precisasse de seu olhar firme para não desabar.

- CALA A BOCA, POYNTER E SAI DE PERTO DA MINHA GAROTA! – Tom avançou contra nós, me joguei no meio deles, como um escudo.

- Eu não sou mais a sua garota. – Corrigi, calmamente. Dougie sorriu, orgulhoso. É bonito quando ele sorri.

- Você não gosta do Poynter, Katerine! – Bradou, me olhando furioso.

Dei de ombros e voltei a olhar meu “namorado” desejando ter a mesma maestria que ele para encenação.

- É verdade... Não gosto... Eu o amo! – E para finalizar a encenação com chave de ouro eu dei um selinho em Dougie, que correspondeu, como um bom ator. O que me fez não me arrepender de minha escolha para namorado. O loiro olhou Tom com desprezo.

- Aceita que perdeu, cara.

- Veremos, Poynter. A Kate vai voltar pra mim... Ou eu não me chamo Tom Kaulitz.

Tamiris Vitória
Enviado por Tamiris Vitória em 01/07/2010
Reeditado em 10/07/2022
Código do texto: T2351228
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