PEQUENOS  DESAFIOS

Caminhavam havia horas pela orla da floresta pelo simples prazer de lhe captar o que os sentidos lhes pudessem desvendar.

Era um exercício que se tinham proposto realizar eram ainda meros estudantes, sugestionados pelo professor de barba hirsuta que lhes falara das suas aventuras de explorador de matas e vales antes de se dedicar ao ensino.

Ainda os alvores da madrugada não tinham pintado o horizonte e já o grupo se organizara.
Não levariam os cães pois não se tratava de uma batida de caça como por vezes acontecia. Os animais sentindo a movimentação já sua conhecida, agitavam-se no canil ganindo desconsoladamente e arremessando-se de encontro à saída prudentemente fechada.
Cada membro do grupo levava uma manta espessa, enrolada e amarrada com cordas de tal forma que ficasse uma boa laçada para que pudesse ser pendurada em diagonal sobre o peito para permitir manter as mãos livres. Um cantil com água e uma mochila com um farto farnel, completava o que levariam. Na mochila além do farnel levavam 1 faca de mato e fósforos.

Quando de madrugada e iniciaram a caminhada, foram-se apercebendo de pequenos ruídos rastejantes que antes não nem ouviam; escaravelhos deslocavam folhas húmidas de orvalho libertando um odor adocicado próprio da decomposição.
Um bufo das torres fez um voo rasante, quase silencioso e conseguiu agarrar um ratinho que guinchou em agonia... Ouviram-se vários passinhos em corrida, talvez roedores a fugirem assustados.
Os animais da noite recolhiam aos seus ninhos e era o turno do dia que aparecia.
Um bando alçou voo a caminho de alguma seara onde encontrar grãos. E viram um coelho cinza escuro que correu a refugiar-se numa lura...

E foi ao fim de caminharem várias horas que encontraram cogumelos, muitos cogumelos. Não eram especialistas e nem lhes tocaram. No entanto tinham belas cores... Pareciam tão inofensivos...
Embrenharam-se um pouco pela floresta, abriram e colocaram alguns dos cobertores no chão e comeram.
Os ruídos do dia na floresta era um misto de vários zumbidos de insectos, pios de aves, rumorejar dos ramos abanados pelo vento. Ouviram grunhir um javali que seria uma mãe com os seu bacorinhos pois também se aperceberam dos guinchos deles...

Ao fim da tarde o grupo estava cansado, suado mas muito feliz! Prometeram combinar outra saída como esta mas um pouco mais ousada porque existe um rio que querem descer e, quem sabe? Talvez acampar nas férias mas não ali perto! Pensam subir à montanha e lá montar as tendas. Isso sim, será um grande desafio...

Beijinhos,

Teresa Lacerda
Enviado por Teresa Lacerda em 27/06/2010
Reeditado em 27/06/2010
Código do texto: T2344817
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