[Original] Refém de você - Capitulo 6 (Parte 1)
Capítulo 6 – 4º dia - Parte 1
Como Leandro estava suspenso por dois dias na escola, Angélica teve tempo pra poder pensar a respeito do namoro. Aos olhos dos pais dele o relacionamento era perfeito. Adorada pelos pais do garoto, tratada carinhosamente pela tia (que sabia da mentira mas agia com naturalidade) ela tinha que admitir que estava gostando daquilo tudo. Ainda mais no final da aula quando foi obrigada a ir até a casa de Leandro. Depois do dia anterior ele prometeu a si mesmo que não a beijaria mais, mesmo não entendendo a reação da garota.
“Será que eu beijo mal ou ela tá realmente ficando louca?” – Pensou, quando chegou em casa após o fora da loira.
Ele soube que Angélica estava em sua casa quando ouviu sua voz vinda da sala, parecia estar conversando com seus pais. Esperou a garota aparecer para poder lhe dar a aliança.
- Isso é mesmo necessário? – Perguntou ela, olhando o objeto com desdém. Leandro controlou-se para não gritar.
- Sim, é. Só use quando estivermos com meus pais.
- Tudo bem. – Disse, obedientemente. E colocou a aliança no dedo. O coração disparou, mas ela manteve-se impassível.
“Por que isso? Por que?” – Perguntava-se mentalmente. Leandro a estudava atentamente.
- Você está assim por causa do beijo? – Indagou o garoto, sério.
- Isso tá fugindo do combinado, e eu não quero que fuja.
Ele balançou a cabeça, assentindo. Já entendera o porquê da reação dela.
- Você tá com medo de se apaixonar por mim. – Não fora uma pergunta, mas Angélica riu teatralmente escondendo o que de fato sentia. Leandro riu sarcástico – Você está certa. Desculpe, não terei mais nenhum tipo de contato contigo.
- Eu não tenho medo de me apaixonar por você, ridículo!
- Tem sim. Isso é se já não estiver apaixonada.
- Você é um arrogante mesmo né?
- Sou. – Afirmou, rindo poderoso. – Olha pra mim e diz que não tem mais vontade de me beijar.
- Não tenho. – Respondeu automaticamente, mas não o olhou nos olhos.
Leandro saltou da cama e foi em sua direção. Assustada, Angélica foi se afastando.
- Sai daqui!! – Gritou, sendo encurralada contra o guarda-roupa. Ele ria com o desespero dela. As mãos dele pousaram na cintura fina e delicada de Angélica. Sua mente se encheu de pensamentos que ele jamais imaginou ter. – Você tá se achando muito, tenho certeza que seus amigos gays o envaidecem demais!
Ainda preso aos detalhes do corpo dela, Leandro continuou a observando com intensidade. Nunca havia reparado que Angélica tinha uma manchinha clara próxima ao umbigo. E nem o quanto suas pernas pareciam mais longas e bonitas quando ela usava short jeans. Ele também reparou que o cabelo dela penteado em uma trança, lhe dava um ar mais inocente. Um frio subiu por seu estomago quando sua mão, que parecia ter tomado vida própria subiu pela barriga dela com suavidade.
Nunca tivera um contato tão íntimo com alguém do sexo oposto, por isso as sensações que Angélica lhe proporcionava eram novas e perturbadoras demais.
- Leandro... – Ela murmurou com a voz rouca e afetada. Ele estava dividido entre o desejo e o orgulho. Optou pelo segundo, afastando-se dela. O clima ainda estava confuso para ambos. – Seus pais me convidaram pra conhecer Minas Gerais. – Disse, numa tentativa de mudar o clima que pairava. Leandro não conseguia pensar em outra coisa a não ser toca-la novamente. Algo dentro dele começava a mudar e ele sabia bem o que era. – Você está me ouvindo?
- Estou. – Respondeu, seco. Angélica sentou-se em sua cama e o observou em silêncio. Os olhares se encontraram por um longo tempo. Por um momento a garota sabia que ele diria algo a respeito do que quase acontecera, mas lembrou que o orgulhoso Leandro não esqueceria seu ego por causa dela.
- Você quer que eu vá embora? – Perguntou a garota, notando que ele parecia incomodado com algo.
Ele demorou a responder, já não sabia mais o que queria de Angélica.
- Sim, eu quero.
Ela respirou fundo e com a pouca dignidade que lhe sobrara desde que começara a namorar com Leandro, saiu do quarto em silêncio.