Destino Íntimo - cap. 1

Seria uma manhã como outra qualquer, se não fosse um detalhe. Os gritos. Aqueles gritos ecoando nas paredes. Ricocheteando em minha mente. A dor.

A enfermeira Lúcia entra aos tropeços, atrás dela dois homens que mais parecem armários. E pela primeira vez, desde que abri os olhos hoje, tudo fica claro. Devo estar novamente me debatendo.

Eles me seguram, empurram minha cabeça e puxam o meu braço como se fosse uma peça separada do meu corpo, mas qual deles? O direito, o esquerdo? O que importa? Eles o esticam. O importante é aquele fino metal. De repente, tudo fica lento, sem foco e ele, frio, penetra em minha pele vagarosamente calorosa. Injetam. E tudo se acalma.

Fecho os olhos pela primeira vez hoje.

Gisele Galindo
Enviado por Gisele Galindo em 15/06/2010
Reeditado em 07/07/2010
Código do texto: T2321321
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