DESABAFO DE JOVEM
Ah, ah, ah, eu, jovem, jovem,
Sei que ser jovem não é mais que
Namorar, paquerar, beijar,
Tudo tão bem claro e bem óbvio,
E, ao mesmo tempo, tão banal...
Se quer ser grande mas se é pequeno,
Frágil, em abandono e em descarte...
Se saboreia o que o dia e a noite
Tem para oferecer de cardápio,
Vive-se à mercê de esquemas criados
Pelos pais e terceiros inescrúpulos,
Pode, pode, não pode não pode...
É tudo tão instantâneo,
Rápidas perguntas, rápidas respostas,
E tudo, tudo tão passageiro...
Pra que se pensar no futuro,
Se se tem que se viver o momento...
Se precisa é crescer primeiro, pois,
O mundo me aguarda lá fora, cético,
Em suas teias de relacionamento...
Feliz ou infeliz, não me importa
O que pensa quem me dita,
As regras desse jogo torpe,
São eles, os adultos que me traçam,
Com seus vãos interesses de conveniência...
Chega, chega...
Que se deixe descobrir o hoje
Para se viver o amanhã
Diante de minhas escolhas...
Cadê a minha liberdade de jovem? CADÊ?
Ela não me existe, e se me existiu,
Me foi destruída pelos vãos interesses
Da mesquinhêz de si própria...