DESABAFO DE JOVEM

Ah, ah, ah, eu, jovem, jovem,

Sei que ser jovem não é mais que

Namorar, paquerar, beijar,

Tudo tão bem claro e bem óbvio,

E, ao mesmo tempo, tão banal...

Se quer ser grande mas se é pequeno,

Frágil, em abandono e em descarte...

Se saboreia o que o dia e a noite

Tem para oferecer de cardápio,

Vive-se à mercê de esquemas criados

Pelos pais e terceiros inescrúpulos,

Pode, pode, não pode não pode...

É tudo tão instantâneo,

Rápidas perguntas, rápidas respostas,

E tudo, tudo tão passageiro...

Pra que se pensar no futuro,

Se se tem que se viver o momento...

Se precisa é crescer primeiro, pois,

O mundo me aguarda lá fora, cético,

Em suas teias de relacionamento...

Feliz ou infeliz, não me importa

O que pensa quem me dita,

As regras desse jogo torpe,

São eles, os adultos que me traçam,

Com seus vãos interesses de conveniência...

Chega, chega...

Que se deixe descobrir o hoje

Para se viver o amanhã

Diante de minhas escolhas...

Cadê a minha liberdade de jovem? CADÊ?

Ela não me existe, e se me existiu,

Me foi destruída pelos vãos interesses

Da mesquinhêz de si própria...

Josea de Paula
Enviado por Josea de Paula em 03/06/2010
Código do texto: T2297599
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