Complexo é falar de simplicidade
As coisas simples não são diferentes das complexas, ambas coexistem, se interam. Se é fiel às palavras que traduzem o sentido fosco da frase: "As coisas simples da vida são as que importam", não perca seu tempo analizando minhas palavras.
Não cobre de mim como escritor, respostas que você busca como leitor, exija de mim apenas a reflexão, reflexões que levo tão a fundo, que acabo por me iludir pelas respostas, e concluo sempre com uma pergunta.
O que é simples, e o que é complexo? A 'complexidade' dessa 'simples' questão me leva a 'refletir'. Se o simples é o que importa, então julgamos amor como algo simples por sua importância, ou como algo sem importância por sua complexidade? Julguemos a própria vida, complexa ou simples?
Da forma distinta do amor, sentimento sem explicação, cuja nenhuma ciência jamais conseguiu decifrar e calcular. Dor que vicia, vício que dá forças, forças que são desprezíveis. Amar, 'simplesmente' amar, em meio a toda sua complexidade. Seria no amor, o complexo que leva ao simples, ou o simples que leva ao complexo? Quando 'simplesmente' deito na grama e observo as estrelas, é para me perder em seu complexo amor, ou seu o amor complexo é que me faz buscar a simplicidade de olhar as estrelas?
E quanto a vida? Seria simples tratar da vida, e complexo lidar com a morte? Ou seria a morte simples demais para uma vida tão complexa? E ao que se trata o meio termo entre a concepção da vida, e o fim da morte? Seria essa tal de existência, uma simplicidade que semeia pela vida as complexidades? Da vida e da morte, tratemos de um assunto geral, vejamos por exemplo, como é complicado lidar com a dificil morte, para quem viveu uma vida fácil, e por outro lado, como é feliz a morte, para quem uma vida difícil viveu.
E o que pensar a respeito da fé? Seria ela simples por ser necessário apenas acreditar e confiar, ou seria ela complexa por ninguém saber ao certo de onde vem, e para onde vai levar? Quando penso nisso, me deparo a um paradoxo, pois certa vez tentaram me convencer de que Deus caminha sempre ao meu lado, mas quando ando pela praia, eu olho para traz e vejo somente um par de pegadas. Seria Deus complexo demais para deixar suas pegadas, ou simplesmente ele me carrega no colo, e sou eu quem não deixa pegadas pela vida?
Diante de tudo isso, meu mundo cai sem respostas, e prefiro encarar a vida como ela é, sem questioná-la a cerca de sua compexidade ou simplicidade. Apenas sigo em frente, luto contra os obstáculos mais complexos, e abraço as virtudes quando me aparecem por sua simplicidade.