Sujeito
Era uma vez, um Sujeito simples que morava sozinho no campo, envolto à natureza e muita paz, só que uma coisa o afligia, queria casar, ter filhos para ser um homem completo. Já cansado dessa solidão, resolveu ir passear na cidade para encontrar alguém para lhe fazer companhia, pois não agüentava mais viver só.
Num belo dia passeando pela cidade, encontrou uma linda mulher chamada Oração, ela era absoluta e independente, mas também estava solitária a procura de um amor, começaram a namorar e decidiram se casar. Depois do casamento ele foi morar com ela na cidade e desse casamento tiveram um casal de filhos chamados conectivo e preposição, agora, aquele sujeito Simples passou a ser um Sujeito composto por uma família linda e harmoniosa.
Mas nem tudo era flores nessa família, flores era o que mais tinha no campo, Ele não estava gostando de viver na cidade, a vida nela é muito corrida e isso não o agradava, não estava acostumado com esse tipo de vida, sentido muita falta de sua vida tranqüila no campo.
Resolveu conversar com sua amada sobre assunto, tentou convencê-la de todas as formas possíveis, porém, não obteve sucesso, sem uma reposta positiva de sua mulher para viverem no campo, ele passou a ser um Sujeito indeterminado sem saber o que fazer para ter de volta o convívio junto á natureza, pensou até em pedir a ajuda dos filhos, o problema é que ele sabia que seus filhos eram muito ligados á mãe, principalmente, o conectivo, a sua filha preposição até já o ajudara em alguns casos de indeterminação, nada mais do que isso. Tudo o que queria era viver com sua família na paz de seu antigo lar.
Ficou pensativo por vários dias, tentando uma solução para aquela situação delicada, ele amava muito sua esposa e seus filhos, não queria viver longe deles, mas a tristeza o arrebatava, porque a única solução que ele via era a separação, relutou muito, mas não teve opção, separou-se de sua mulher e voltou a viver no campo, deixando assim, a Oração sem Sujeito.
Finalmente, voltou para tranqüilidade de sua fazenda, contudo, sua felicidade não era completa, pois agora o que o arrebatava era a saudade, seus filhos só o visitavam de 15 em 15 dias e só falava com sua amada por telefone. Ela e seus filhos também sofriam, a Oração sabia que estava incompleta, faltava lhe o que tinha de mais essencial, o seu amor, a pessoa com quem queria viver e criar seus filhos, ela que se achava tão independente, começou a perceber que não era bem assim, sua felicidade dependia desse Sujeito. Até que um dia resolveu largar sua vida na cidade e ir ao encontro de sua felicidade, que por mais que relutasse, era no campo com seus filhos e seu amor que teria que viver para ser completa.
Autor: Luiz Cláudio Machado