Leitnéria - A Pós-Modernidade

Lídimo e lindo – uma criatura brincando...

(entre a qualidade do tempo e o título

um anagrama).

I.

Uns meninos de olhos verdes - cada gota lúcido cristal. E queriam-se como se um do outrofosse criatura para um existir em perfeição.

A todo instante se chamavam: - Vem brincar de ser feliz! Serias a Libélula-Beija-Flor. Eu! - teu bem-querer – O Girassol?

II.

Assim – duas crianças a brincar de paraíso

até o dia em que o mundo teve febre (doente) declarou:

- É chegada a Moderna-Idade.

Papai não quer brincar contigo? Mamãe é toda de silêncios...

Mas é linda! Mulher – te gerou. Por quê, não sei?

Logo evanesceu...

III.

Hoje o Mundo – lientérico – tem dor de barriga.

E ficou rouco de tanto gritar em teu ouvido.

Se te afinam a desatinos – possesso processas – as máquinas

Que devoram sua razão.

Alguém, aí! - Já pensou em desvestir a roupa que aniquila seus sentidos? Quis sair nu pelo mundo como um Adão...

No jardim do Criador!

IV.

- São meus vermes – é a voz do Verbo - feito a voz do tempo.

E o fazedor de tempo – tic – tac – acelerando...

Trabalhe. Pratique (muitos) esportes.

Estudes e seja um vencedor.

E a vos - meninos em flor - comecem mais cedo: trabalhem muito.

Estudem (mais) e sejam entre todos - os mais lindos. Mas para a menina - volte cedo – em casa a muito e muito que fazer...

V.

Mas que saco esse tal de adolescer: então não querem

aquele Amor entre as páginas da revista?

Aquela casa magnífica!

O carro? E o futuro – um ou dois filhotes correndo no quintal!...

Para ou por quem? – Não sei.

- E “Braços que se abraçam”?

Uma voz de mel arrepiando suas brancas peles! Queres a de bronze?

E os amanheceres dos Amores – Ah!... Visão de encantamento!

O riso. No fim do dia – encontros?

- E os gestos fraternais... Quem tem Tempo?