A   BARATA     GIGANTE






 





 
No início da noite a chuva chegou,
com raios relâmpagos e trovões,
na porta da sala um barulho
parecido com arranhões.
 


Olhei pela janela para ver
o que estava acontecendo,
demorei a acreditar
naquilo que estava vendo.     
 


Iluminada pelos relâmpagos
que reluziam em suas asas,
a maior barata que já vi,
querendo entrar na minha casa.
 


Ei! Que bagunça é essa?
Você não tem o que fazer?
E ela olhou prá minha cara                               
como quem não quer saber.



Pode cair fora, eu lhe disse,
e ela deu uma gargalhada,
eu vou entrar na sua casa,
não quero ficar molhada.



 
Isso é o que você pensa, respondi,
é melhor voltar para o mato,
ficar debaixo de uma árvore
ou entrar em algum buraco.



 
Mas ela gargalhou de novo
como dona da situação,
aí não me deixou escolha
e eu parti para a reação.



 
Passei a mão na vassoura,
abri a porta da sala,
e fiquei na frente do monstro,
eu e a barata, cara a cara. 



 
E a briga foi terrível,
vassourada prá todo lado,  
escorregamos, caímos, rolamos,
no quintal todo molhado.



 
Do tamanho de um elefante,
com força descomunal,
ela pulava batendo as asas
e fazendo cara de mau.



 
Raios e relâmpagos no céu,
a chuva que desabava,
eu pulava para os lados
e a barata me atacava.




 
Muita chuva e pancadaria,
depois de muitas vassouradas
a barata desistiu,
não aguentava mais nada.


 
Chorou pedindo desculpas
e prometeu não mais voltar,
falei prá ela... Se manda,

tomei um banho e fui deitar .