[Mcfly] All About You - Capítulo 2 e 3
Capítulo 2/3 - Welcome to England // Arriving at her house
Tom Fletcher
Quando eu penso que a folga de minha madrasta não pode ir muito além, eis que ela me surpreende ao me pedir (ou ordenar, o que se tratando de Beth, é quase a mesma coisa) que eu busque sua filha no aeroporto.
E ela foi bem “detalhista” ao falar de sua filha, o que me fez passar um pouco de dificuldade ao identificar a garota no aeroporto. Ela só disse “Melanie, 18 anos, é loira como eu, tem olhos castanhos claros e tem a altura mediana” vai ser fácil acha-la. O que ela esquece é que existe milhares de garotas loiras de altura mediana passando por um aeroporto. Eu ainda levei Daniel Jones, meu amigo, para me ajudar. E na verdade ele não me ajudou em exatamente nada.
- Já sei o que fazer!! – Ele disse, indo até uma família que estava com uma placa feita de papelão escrita “Jensen Thompson” e voltou algum tempo depois com um canetão preto e uma folha de sulfite. – Como é mesmo o nome dela?
- Melanie Morgan.
Ele colocou o papel no chão e escreveu o nome da garota numa letra bem grande, devolveu o canetão pra família e ergueu o papel.
Eu me aproximei dele e lhe dei dois tapinhas nas costas.
- Isso sim é uma boa ideia.
Aos poucos a boa ideia foi se tornando cansativa, pois mesmo Danny segurando a placa, nenhuma garota com as descrições de Melanie se aproximava.
(...)
- Finalmente, eu já estava achando que ninguém iria vir me buscar. – Eu estava distraidamente mexendo no meu celular e ouvindo Dan roncar do meu lado quando uma garota com todas as descrições de Melanie parou em minha frente. – Que viagem longa e cansativa, meu Deus.
Ela jogou as malas em cima de mim e de Danny, que acordou sobressaltado.
- NÃO MÃE, NÃO FUI EU! – Ele respirava descompassado. E ao ver Melanie, seu queixo caiu. – Meu Deus!
- Melanie, esse é o Daniel, meu amigo. – Eu os apresentei. – Dan, Melanie, filha de Beth.
- Oi Daniel! – Ela sorriu, educadamente. Mas não perdeu muito tempo sendo simpática. – Podemos ir embora? Sério, estou bem cansada.
Era notável que a pressa dela em chegar em casa era para descansar e não rever a mãe.
- Sim, claro. – Eu tentei ficar de pé em meio aquele monte de mala. – Levanta Dan.
Quando fui perceber, Melanie já se encontrava quase na saída do aeroporto.
Essa semana vai ser bastante tensa.
(...)
Já no carro eu tive um pouco de pena de ver Daniel tentando puxar assunto com Melanie a todo custo. Eu estava no banco da frente, dirigindo. Os dois ficaram atrás.
- E aí, Melanie, como foi de viagem?
- Nada de interessante sabe céu, avião, comandante, aeromoça o mesmo de sempre. – Irônica e desnecessária foi a resposta, mas Danny continuou firme em seu propósito de fazer um contato com “minha irmãzinha”. – Obrigada pela preocupação. – Seu olhar encontrou o meu e instantaneamente entendi a indireta.
- Espero que você goste da Inglaterra!
Daniel não desiste...
Ela lançou a meu amigo um sorriso forçado, típico de quem não queria conversar. E o clima ficou num silêncio desagradável. O olhar dele encontrou o meu e eu meneei a cabeça, reprovando suas tentativas falhas.
Melanie Morgan
Ao chegar na casa da minha mãe, ela estava na porta nos esperando. Eu mal tive tempo de descer do carro e já recebi um abraço sufocador.
- Mel!!! – Ela exclamou, emocionada. Apesar dos pesares, devo admitir que esperava minha mãe na pior e quebrei a cara, pois ela tá melhor que muita menininha de 20 anos. – Filha, você está linda.
- Obrigada. – Sorri sem-graça e olhei suas roupas. Eu esperava um frio de lascar na Inglaterra. – Mãe, eu só trouxe roupas de inverno, e pelo jeito é verão aqui.
- Sim! Mas não tem problema, Tom pode te levar ao shopping! – Eu não olhei pra Tom, mas tive certeza que ele deu um muxoxo, triste. – Depois que descansar, é claro.
Notei que minha mãe faria qualquer coisa para me ver ótima em sua casa, e isso, só de imaginar já me deixou sufocada. E entre ser mimada por ela e ir ao shopping com o mala do Tom, prefiro a segunda opção.
- Hã, mãe... Se você não se importar eu prefiro ir agora. – Murmurei, forçando um sorriso. A expressão dela murchou. – É rápido. E pelo menos eu já me livro disso.
- Ah, tudo bem. Meninos. – Ela olhou para Tom e Daniel. – Coloquem as coisas de Melina na sala!
Daniel (que é um fofo, admito) parecia alegre em ajudar. Já Tom, nem um pouco. Eu o conhecia brevemente e desde sempre o considero um porre.
- Obrigada. – Agradeci a Beth, que me olhou mais uma vez de forma carinhosa.
- Não tem o que agradecer. Eu espero que viver comigo te faça mudar o que pensa sobre mim. – Eu a observei tirar sua carteira do bolso. – E bom, como a sua mãe, eu quero que use meu cartão para ir às compras.
- Beth, não precisa. Meu pai me deu dinheiro.
- Eu faço questão, Melina!
Bom, já que ela faz questão... Não tem nenhum mal em ir ao shopping com o cartão Black da mãe, certo?
Quando Tom e Daniel voltaram, Beth deu ordens para que eles me levassem aonde eu quisesse para compras roupas novas. Vi o loiro aguado do meu irmão postiço assentir, entediado enquanto o outro não se continha de felicidade.
Ainda a ouvi dizer sobre um tal Robert, mas não dei muita atenção, só depois, quando já estávamos no carro que perguntei a Tom.
- Quem é Robert? – Perguntei, o olhando de soslaio.
- Meu pai.
- Hã, Beth disse algo sobre ele mas eu não me atentei muito.
- Ela disse para não demorarmos muito, pois meu pai quer te conhecer. – Respondeu ele, mecanicamente, mas não me importei pois ainda namorava o cartão de minha mãe.
- Ah, entendi.
- Melina, você tem namorado? – Ouvi Daniel perguntar. Ele estava no banco de trás. Eu o fitei, sem-graça e não sei bem porque, desviei para o loiro. Tom franziu o cenho, mas fingiu não ouvir a pergunta.
- Não, não tenho. No momento não tenho muita vontade de namorar.
- Eu espero que a vida na Inglaterra te faça mudar de ideia.
Ele sorriu de forma doce. E eu acabei me afeiçoando ao jeito dele.