Surge o Novo Convite Para Amar 3
Com o fim do namoro com Lia, Eric fez uma longa viagem para o litoral. Lá, reavaliou a conturbada relação que tivera com ela. Cada detalhe foi deprimente para ele. Como pudera deixar algo tão bonito que construíra com Lia se transformar numa lavação de roupa suja? Por que deixara seu namoro com uma pessoa tão especial virar um furacão de desavenças? Por que não ficara somente com ela, se na verdade descobrira que a amava e não mais iria conseguir viver sem sua presença? “Ah, se ela soubesse quais eram seus planos depois que ele voltasse daquela viagem a trabalho.”, pensava Eric. Mas já era tarde...
Quando aceitou viajar para o interior para trabalhar num grande evento, Eric tinha como pano de fundo ficar um tempo longe de Lia, da fadiga que estava se tornando cada encontro, cada segundo juntos. Mas ela conseguira tornar tudo mais difícil, quando fez o que fez na presença de todos os seus amigos. Tudo bem, que ele não fosse lá flor que cheirasse. Claro que ele tinha suas escapadinhas por aí... E por isso, vivia sendo tão mal falado.
No entanto, por mais que ele fosse digno de algo como o que ela fez, Lia desceu baixo ao querer magoá-lo, achando que ele a estivesse traindo, por não ter dado notícias por uma semana. Ela o ridicularizou e humilhou. Mesmo que inconsciente.
Era aceitável que ele estava magoado o suficiente para não perdoá-la. Logo agora que definitivamente sabia que a amava mais do que tudo e sentia isso tão forte quanto o ódio dentro do peito.
Assim que retornou de viagem, Eric sentiu-se mais puro, harmonioso, leve. Queria transmitir isso por onde andava. No setor em que morava, seu retorno era a bola da vez. Todo mundo o elogiava e comentava o quanto a viagem de férias lhe fizera bem. Mas volta e meia, sempre alguém tocava no nome de Lia. Fosse para criticá-la, fosse para dizer o quanto ela estava arrependida por ter feito o que fez.
Certa vez, quando jogava vôlei com o pessoal do cursinho, foi inevitável o reencontro com Lia. Foi como a primeira vez que a conheceu no passeio com o grupo para banho na represa. Ele ficou sondando-a ao longe, esperando a hora e o momento certo de se aproximar. Ele tinha de fazer aquilo, era questão de honra.
Lia estava distante da quadra de vôlei, observava tudo ao longe. Temia tentar qualquer contato e ser desprezada. Mas para sua surpresa, ele foi quem abaixou a guarda e veio até ela.
Conversaram, discutiram, se perdoaram e até choraram... E então, descobriram que se amavam desde sempre e que tudo que vivenciaram serviu de lição para a vida. Com certeza ele aprenderia a respeitá-la como mulher, e ela, seria menos exigente consigo mesma. Ela teria de aprender que ele não era propriedade dela, porque “ninguém é de ninguém”...