AMARGURA.
Debruçada na janela
Ela olhava a chuva
Lavando as impurezas da rua
Desejou estar nua na chuva
Despidas daqueles trapos
Deixando que os pingos
Lavassem os seus pecados.
"A chuva é sagrada
Ela vem lá do cèu
Ela é as lágrimas dos anjos
A chuva purifica
Ela é divina..."
(Pensava a menina)
Estirou os braços
E aparou com as mãos
A água que vinha do telhado
Seu rosto não estava na chuva
Mas também estava molhado
Ela estava chorando
E pensando no seu namorado
A chuva afinava
As lágrimas engrossavam
A menina estava imersa em seus pensamentos
Como se nada mais em sua volta existisse
A chuva parou
E a menina continuou triste.