AMARGURA.

Debruçada na janela

Ela olhava a chuva

Lavando as impurezas da rua

Desejou estar nua na chuva

Despidas daqueles trapos

Deixando que os pingos

Lavassem os seus pecados.

"A chuva é sagrada

Ela vem lá do cèu

Ela é as lágrimas dos anjos

A chuva purifica

Ela é divina..."

(Pensava a menina)

Estirou os braços

E aparou com as mãos

A água que vinha do telhado

Seu rosto não estava na chuva

Mas também estava molhado

Ela estava chorando

E pensando no seu namorado

A chuva afinava

As lágrimas engrossavam

A menina estava imersa em seus pensamentos

Como se nada mais em sua volta existisse

A chuva parou

E a menina continuou triste.

Marlene S
Enviado por Marlene S em 01/12/2009
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