Rainha das Pérolas

Na imensidão dos mares do sul, em um pequeno lugarejo, atrás do grande coral, distante das hidras, dentro de uma linda ostra, de um negro profundo. Uma pequenina pérola começou a se formar. Lá bem no fundo do grande e misterioso mar, onde a luz não ofusca os olhos, Pérola sitia-se muito só, pois tudo que conhecia estava ao seu redor e ele queria mais, muito mais. Queria saber como são os seres que habitam as terras secas, as árvores, as flores, sentir o Sol e mais que tudo. Pérola queria ver os pássaros, pois sentia um desejo muito grande de com eles voar.
Em um belo dia do mês de Março, de um ano qualquer a linda e negra pérola, já bem formada.
Foi retirada de seu trono, mas ela não ficou triste, finalmente conheceria tudo aquilo com o qual sonhara, mas a linda pérola, por muito tempo não entendia, o que acontecia e triste ia ficando por ficar trancada em um cofre e nada do mundo conhecer, no entanto depois de muitos anos de espera, para sua felicidade, de um momento para outro, o mundo se abriu diante dela, notou que seu corpo se modificara, estava agora refletindo além de seu negro profundo um amarelo radiante e sentiu-se feliz, pois atraia todos os olhares para si e podia através do vidro do armário ver todos, que por ali passavam.
Em um triste dia de chuva e muito frio, ela foi retirada da vitrine e colocada em uma linda caixa de cristal com almofada, que lembrava seu trono na bela ostra e sentiu saudades, de repente uma linda e meiga voz calou seus pensamentos.
Sua caixinha foi aberta e no dedo de uma bela jovem foi colocada.
Perola olhou e olhou não consegui parar de olhar a linda e jovem morena de olhos azuis como o céu, pelos quais a primeira vista se apaixonou e por quem a jovem loucamente amou e de imediato beijou. Pérola sentiu o mundo infinito em seu coração e daí para frente todos os dias eram lindos. Pérola e a bela moça atraiam todos os olhares por onde passavam e com tanta felicidade Pérola nem viu o passar do tempo, mas a linda jovem sim, e numa linda tarde de primavera Pérola a caixinha de cristal retornou, pois o dedo que a carregava já não mais existia, mas o amor da pérola pela moça era cada vez maior, só restava para ela um longo sono e assim aconteceu. Ela ficou exposta em um museu como a “Rainha das Pérolas”, pois sua tonalidade era tão fascinante que chegava a ser hipnotizadora: atraia, encantava, enfeitiçava, mas ninguém sabia que tudo aquilo era o amor da pérola pela moça que se refletia.
Nesse tempo tão longo morando no museu, Pérola, viajava em suas recordações, relembrando os lugares que passou a flor tão linda que viu o calor de Sol e sua luz que a tornava ainda mais linda e brilhante, porém de tudo que recordava. Pérola sentia mais falta em ver os pássaros voando sobre o cristalino mar e nesse instante, desejou para o mar retornar, pois tudo que sempre quis foi ser livre. Nesse exato instante o chão tremeu, as paredes caíram e como por sonho ou encanto um lindo Atobá, com o bico, a Pérola negra, pegou e voou, voou sob o mar azul e num pequeno lugarejo, atrás do grande coral, distante das hidras, largou. Pérola voltara para casa com histórias fabulosas, tornou-se tão importante entre os seres do mar que foi eleita “Rainha das Pérolas” todos a admiravam pela beleza, mas ainda mais por sua sabedoria e simplicidade.
Pérola hoje, já não sonha com as terras secas, ela se sente feliz em casa, mas em alguns dias mais claros, dias em que a luz do Sol chega à profundidade do mar, refletindo o azul do céu, na água, é nesses momentos, que Pérola sente saudades e olha os olhos da linda morena através do azul do mar, sentindo-se feliz por ter tido a sorte de viver, tantas aventuras e conhecer, um amor, tão lindo e infinito.



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