Ecos, grilos e despedidas

Quero é a sorte lida nos buzios

das mãos da cigana da praia

dos olhos mel castanha do campo

que rodopia o corpo sobre o fogo

sem medo de se queimar.

quero...quero...quero...quero...

Quero os tontos sonhos lidos

nas linhas de minhas mãos sujas

da areia da praia onde sentamos juntos

embalados por violões suados

nas mãos que lhe vibravam as cordas.

Quero o pôr-do-sol do sertão

dentro de um ser tão divino

que me afaga os cabelos soltos

no vento da praia de fim de tarde

e me alarde a alma e o corpo trêmulo

em sofreguidão...

Quero o barco da sorte tatuado

na parte de dentro do lado

que te tenho amor

levando-nos além daquele horizonte

logo ali onde reside todos

os sonhos ditos pelos lábios

da cigana da praia de olhos

mel castanhas, na leitura das

linhas de minhas mãos sujas

da areia onde sentados fizemos

desenhos e castelos na areia...

Quero a teia desta conversa

e todos os versos declamados

no ouvido que atento ouvia

a vibração das ondas do mar

dentro da concha marítima.

Quero o dito pelo dito sem pretensão

como a pulsação deste músculo

cá dentro de mim em movimento

e qual onda do mar quero...

quero ir e vir como a corsa

suspirando sob a água

e feito sabiá quero, sabia,

sabiamente ir sem saber se quero...