TerrorTown

TERRORTOWN

“Num lugar onde o Sol já não brilhava tão forte, onde haviam vários castelos abandonados, onde o sangue era a comida mais apreciada, haviam criaturas horrendas, com olhos vermelhos, asas e espinhos nas costas, dentes afiados e podres, orelhas pontudas, alguns tinham chifres, outros tinham um longo rabo. Mas todos tinham uma coisa em comum: a maldade estampada em seus olhos. Essas criaturas comiam qualquer coisa que tivesse sangue fresco. Caçavam, “brincavam” um pouco com a vítima, e depois, lentamente, matavam e devoravam. No entanto, havia um único homem, a quem eles temiam. Um único homem do qual o sangue não os interessava. Esse homem era o antigo mordomo de um dos castelos: Sr. Roger. Um homem que viu todos os habitantes da antiga Villtown, serem mortos pelas criaturas. Após o massacre, a cidade ficou conhecida por Terrortown. Ele era temido por elas, pois havia matado a maior de todas elas, o líder. Sr. Roger, em seu tempo livre, era inventor, era um homem muito prevenido, adorava armas mortais. Ele sabia desde o momento em que pisou naquela cidade pela primeira vez, que havia alguma coisa estranha com aquele lugar. Quando o massacre começou, suas suspeitas foram comprovadas. Ele resolveu que tinha que tomar alguma atitude a respeito daquilo tudo. Graças a sua paixão por armas, havia inventado a muitos anos, uma arma que era capaz de destruir tudo e qualquer coisa que o ameaçasse, pensou então que a hora de usá-la havia chegado. Decidido a acabar com aquelas criaturas de uma vez por todas, começa sua caça. Com um único tiro e uma mira certeira, acertou em cheio a maior das criaturas. Mal sabia ele que havia acertado a mais poderosa de todas elas. Depois desse dia, nenhuma criatura ousava desafiá-lo. Mas eram muitas criaturas, ele não daria conta, resolveu então, que o melhor seria abandonar o castelo, mudando-se para uma pequena cidade vizinha. E até hoje, as terríveis criaturas habitam TerrorTown. Vivem de pequenos bichinhos inofensivos...”

Essa era a história contada por um velho homem

de uma cidadezinha. Contava para crianças e adultos,

com uma empolgação de quem havia vivido tudo aquilo realmente. Mal sabiam eles que esse velho homem, era Sr. Roger. A maioria das pessoas diziam não acreditar nessa historia, mas de noite, isso era o que fazia com que não conseguissem fechar os olhos de medo.

Um grupo de jovens que sempre andavam juntos, ouviram a historia. Se interessaram e resolveram tirar a prova para ver se essas tais criaturas existiam de verdade. Como estavam de férias, ficaria mais fácil ainda ir até a TerrorTown. “Sairiam de manhã bem cedinho e voltavam ao anoitecer” esse era o plano.

No grupo havia seis meninas e quatro meninos entre 15 e 17 anos: Guilherme, Flavio, Junior, Kauã, Bel, Laísa, Thayane, Gabriela Ludymilla e Daniella. Guilherme e Flavio, adoravam assustá-las. Kauã e Junior eram os protetores. Daniella, Ludymilla e Gabriela eram as mais medrosas. Thayane era a “esquentadinha” e corajosa assim como Laisa. Bel, era a palhaça do grupo.

No dia seguinte, como haviam combinado, se encontraram numa pracinha na saída da cidade bem cedinho. Em meia hora todos já haviam chegado. Ludy, como era chamada Ludymilla, teve que levar seu irmãozinho Lucas junto. E Bel teve que levar seu sobrinho Augusto. Por sorte os dois tinham a mesma idade (8 anos) e eram muito amigos, assim não tinham muito com o que se preocupar. Cada um levou uma mochila, com coisas indispensáveis numa aventura dessa, coisas como: câmeras, primeiros socorros, e até um canivete.

Já era hora de partir. E lá foram eles corajosamente

em direção a região mais escuro da região. Em quarenta minutos de caminhada, já conseguiam ver o topo de um dos castelo. Ficaram apreensivos, mais continuaram. Quanto mais se aproximavam, mais frio ficava. Até que chegaram num enorme portão de ferro que cercava a cidade toda. Numa pequena placa que já não estava em ótimas condições dizia: “seja bem-vindo”. No portão, um cadeado enorme impedia a entrada de qualquer pessoa.

-Olha só que pena, vamos embora né?! – diz Gaby amedrontada.

-Nada disso! Não viemos aqui pra nada! – diz Guilherme todo nervoso.

De repente, surge de dentro do portão, um casal muito suspeito, com roupas escuras, pálidos, e bem sérios, e perguntam:

-O que vocês desejam na nossa humilde cidadezinha?

Rapidamente, Thayane inventa uma desculpa para poder entrar:

-Sabe o que é senhor, os avós da minha amiga Laisa...é ... moravam aqui, em um desses castelos...

-E pediram para que nós viéssemos buscar umas coisas que eles deixaram para trás quando se mudaram...-interrompe Flavio.

-É, e essas coisas tem muito valor para eles...-completa Bel.

-Bom, se é assim, nada nos impede de deixá-los entrar.- Diz a mulher suspeita com um sorriso malicioso.

Abriram o portão, e se apresentaram como Sr. e Sra. Makalister. Todos morrendo de medo, entraram grudados

uns nos outros.

Ao entrar, perceberam que lá dentro era mais escuro, sujo, e frio, os castelos em péssimas condições, alguns destruídos, a única parte de todos eles que estava intacta, eram as torres mais altas.

Sr. e Sra. Makalister, deixam os jovens a vontade

para “encontrar o castelo dos avós de Laisa”.

Lucas e Augusto haviam levado umas espadas

de brinquedo, “nunca se sabe quando vai se precisar de uma dessas” pensaram eles.

Kauã sugeriu que se separassem em grupos

para explorar melhor e mais rápido o lugar. Nem todos concordaram, mais assim foi feito. Os grupos formados foram: Flavio e Thayane; Laisa, Guilherme e Daniela; Bel, Augusto, Lucas e Kauã; Gabriela, Junior e Ludy. Combinaram

que se alguém visse algo suspeito, fotografasse. E em algumas horas, voltariam a se encontrar no portão por onde entraram.

Todos prontos para a busca, cada qual para um lado. Sr. e Sra. Makalister ficaram dentro de numa casinha ao lado do portão, observando cada passo dos jovens.

Flavio e Thayane, entraram num castelo, onde julgaram ter vista algo suspeito. A porta estava escancarada, cheia de teias de aranha. Ao entrar, logo viram móveis velhos, aos pedaços, cheios de pó, jogados pela casa. Olharam cada canto da casa com o maior cuidado e em silêncio. A única coisa de interessante que acharam foi o retrato de um casal de jovens. Resolveram que era melhor fotografar, pois poderia ser uma pista. Ao lado da sala, na cozinha, haviam facas de todos os tamanhos, algumas jogadas pelo chão sujas de vermelho escuro, sangue. As gavetas vazias e abertas, a geladeira não tinha mais porta, tudo o que havia dentro,eram restos de comidas e animais. Do lado dela, uma pequena porta, parecia ser uma passagem secreta. Sem perder tempo, lá foram eles. Abriram a porta, e se depararam com uma pequena escada que levava ao andar de baixo. Desceram com o maior cuidado, não enxergavam nada, então Thayane acende a luz de seu celular.

-AH!! – grita ela assustada.

-Meu Deus! O que é isso! – diz Flavio tremendo.

-Flavio! Vamos sair daqui rápido!!

Se soubessem o que iriam encontrar atrás daquela porta, com certeza, não teriam descido.

-Thaya, eu acho que isso merece algumas fotos... –diz Flavio já com a câmera na mão. Começa a fotografar a cena horripilante: por todos os lados, pedaços de animais mortos pendurados, alguns com o sangue ainda pingando, facas, foices entre outros materiais afiados.Tiraram as fotos, e correram dali imediatamente.

Assustados, param um pouco, respiram e se acalmam. Resolveram que o melhor seria investigar o andar de cima. Os degraus da escada rangiam, estavam podres, o corrimão era impossível de ser tocado, pois haviam inúmeras aranhas. Ao chegar no cômodo de cima, um corredor enorme os levava até outra escada, em forma de espiral. Ao longo do corredor, haviam, três portas. É claro que eles entraram para investigar, mais estavam tão ansiosos para subir, que resolveram checar as portas depois. Então subiram, a escada os levou par ao topo da torre, onde podiam ver a cidade toda.

Enquanto isso, Laisa, Guilherme e Daniela, entraram

em um castelo, que por fora, estava em condições estáveis.

A porta da frente estava emperrada, Guilherme então, com alguns chutes fortes contra a porta, consegue derrubá-la. Entram em silencio, que é interrompido por um grito de Daniela, por causa de uma aranha. Todos se assustam, mais logo se acalmam, ao ver o motivo do susto. Continuam procurando vestígios das criaturas. Por dentro desse castelo, a decoração era toda branca, cinza e preta. Todos os móveis empoeirados, sujos e podres. A cozinha tinha um cheiro de esgoto, nas gavetas, apenas aranhas e insetos. Daniela se segurava para não gritar. De repente ouve-se algo vindo de um dos armários.

-Gui, abre o armário, nós te damos cobertura. -diz Laisa com um sorrisinho forçado.

-Está bem, eu vou.- responde ele devolvendo o sorrisinho.

Com todo o cuidado, ele abre devagar a porta do armário. E de repente:

-AH!!- grita ele.

-AH!! O que foi Guilherme?!! - gritam Laisa e Daniela juntas.

-Haha, medrosas! É só um morceguinho de nada. -diz ele debochando das meninas.

É quando o tal morceguinho de nada avança no pescoço

de Guilherme.

-Ah! Socorro! Tira ele! - grita Diego, dessa vez sem brincadeira.

As meninas sem demora procuram alguma coisa para bater no morcego, Daniela, encontra um pedaço de pau jogado ao lado da pia e joga para Laisa. Ela bate no pequeno morcego, tentando fazê-lo soltar o pescoço de Guilherme. Depois de umas três tacadas, o morcego cai no chão com a boca ensangüentada.

-Guilherme! Você está bem? – pergunta Laisa preocupada.

-Não! Meu pescoço está sangrando! Eu vou morrer!! – diz ele estancando o sangramento apavorado.

-Deixa eu ver, tira a mão.- Diz Dani.

-Por sorte eu nunca ando sem meu kit de primeiros socorros.

Depois de limpar bem o machucado, Daniela colocou

um curativo por cima, evitando assim, o sangramento.

-Gui, não foi tão grave, mais vai ficar doendo

um pouco.- completa.

Depois do susto, vão ver o morcego. Estava morto.

Mas continuava com os olhos bem abertos, olhando fixamente para o teto. Tiraram uma foto dele e uma do pescoço de Diego.

Depois do susto, continuaram explorando a casa com cuidado redobrado. Subiram para o segundo andar, a escada estava apodrecida quase impossível de subir, mas eles, com todo o cuidado, conseguiram. Lá em cima, não havia muita coisa, apenas mais móveis velhos e poeira.

A escada que levava para a torre, estava trancafiada

com um enorme cadeado. Tentaram de todas as formas abrir, mas não tiveram sucesso. Então foram explorar os outros cômodos.

Bel, Kauã, Augusto e Lucas, entraram em um

dos únicos castelos que só possuía um andar. A porta da frente estava pela metade, e sem perder tempo, Kauã destrói o que restou dela. Ao entrar na casa, todos sentiram um calafrio. A sensação de que havia mais alguém naquela casa além deles. Augusto e Lucas, com uma espada em cada mão, levando na brincadeira, vão explorando a sala corajosamente.

- Augusto, me da uma espada...-diz Bel morrendo de medo.

- Haha!! –dão risada dela.

Augusto dá uma espada para Bel com um sorrisinho malicioso. Enquanto isso, Lucas do outro lado da sala,

dá um grito.

- O que foi Lucas?! – pergunta Augusto já correndo

para ver o que havia assustado o amigo.

- Um rato!! – retruca Lucas assustado.

- Calma, ó, que bonitinho, é só um ratinho assustado...- diz Augusto pegando o ratinho na mão. - ele não faz nada viu? Coitado, ele deve estar com medo desse lugar horrível. Bel posso ficar com ele?

- Por mim...- diz ela dando de ombros.- gente, cadê

o Kauã?

-Estou aqui, venham ver o que eu achei!

Os três seguem a voz de Kauã até uma sala enorme, toda feita de pedras, empoeirada, e com teias de aranha espalhadas por todo lado. Parecia ser um laboratório, no chão, produtos químicos jogados, alguns quebrados, uma mesa de madeira no centro da sala, com cordas em volta, havia apenas uma janela no teto, com os vidros quebrados. Havia também, uma espécie de jaula, toda destruída. Tiraram algumas fotos e saíram dali. Augusto e Lucas entram num quartinho, sem que Bel

e Kauã percebam.

- Bel, cadê aqueles pestinhas? –pergunta Kauã preocupado.

- Ah, aposto que eles se esconderam, daqui a pouco eles aparecem. – diz ela despreocupada.

Continuam olhando tudo, de olho nos mínimos detalhes, quando:

- Bel!! Kauã!! - gritam os dois pequenos – corram aqui!!

- O que foi? O que foi?- perguntam Kauã e Bel preocupados e correndo em direção aos gritos.

- Olha o que a gente achou....

Os pequenos garotinhos haviam encontrado uma enorme arma, como se fosse uma metralhadora presa ao chão, na frente, em vez de balas, uma grande flecha enferrujada, presa por uma corda muito resistente.

- Nossa que legal né?! Será que foi com essa arma

que o Sr. Roger matou aquele monstro?

-Todos permanecem em silencio, apenas se ouve o barulho da câmera fotografando tudo.

Junior, Gabriela e Ludy entraram num castelo, onde haviam duas torres. Em volta do castelo, algumas estátuas de criaturas estranhas, parecidas com as que Sr. Roger havia descrevido. Morrendo de medo, entraram no castelo. Logo, encontraram um pedaço de uma “coisa” jogada no chão, que, se tivessem que dar um nome para aquilo, diriam que era um pedaço de “chifre”.

Os jovens se olharam, como quem diz: “quem vai pegar esse negócio?”. Junior corajosamente, se aproxima do “chifre” e tira uma foto. Depois, com todo cuidado, o guarda na mala. Mais pra frente, encontram retratos antigos, de famílias, todos no chão, quebrados e empoeirados. Foram ate o final do corredor, o que os levou ate a cozinha, quando de repente, sentem um arrepio na espinha, olham para trás e, quem estava lá? Sr. e Sra. Makalister! Os três se assustam.

- Nossa, como vocês são discretos, nem percebemos

que vocês tinham entrado, parecia até que já estavam aqui...- diz Gaby tentando descontrair o clima.

- Nós só viemos ver se estava tudo bem... - diz Sr. Makalister com um tom de deboche.

- Está tudo bem sim Sr., não precisa se preocupar.

- Vocês já encontram o que procuravam?

- É... ainda não, a gente se separou para encontrar

mais rápido...- diz Junior meio inseguro.

- O que vocês estão procurando exatamente?

- É... um...

- Oi gente! Ainda bem que nós achamos vocês, - interrompe Thayane entrando na sala com Flavio –

é que...bem... – ao ver Sr. e Sra. Makalister, rapidamente inventa uma historia – viemos ver se vocês já encontraram aquele negócio lá sabe?

- Será que nós podemos saber que negócio é esse, talvez assim, possamos ajudar vocês a encontrar.- diz Sra. Makalister já sem paciência.

- Não não, não queremos que vocês se incomodem.

- diz Ludy.

- Bem, se precisarem de alguma coisa, chamem-nos,

nós estaremos naquela casinha ao lado do portão.

- Obrigado – dizem todos aliviados.

Sr. e Sra. Makalister saem da cozinha, mal humorados, com um certo ar de desconfiança. Os jovens resolvem procurar os outros para reunir tudo o que já haviam conseguido até aquele momento. Ao sair do castelo, logo avistaram Laisa, Diego e Daniela andando em direção a outro castelo.

- Ei! Pessoal! Venham aqui! - Grita Gaby, ansiosa.

Faltavam apenas Kauã, Bel, Augusto e Lucas. O único jeito, era procurar, pois os celulares não funcionavam. Já estava ficando tarde, já era realmente hora de ir pra casa.

Procuraram em um castelo, onde encontraram sangue por todo lado. No andar de cima, ouviram um barulho muito suspeito, decidiram subir pensando que talvez pudessem ser Kauã, Bel, Augusto e Lucas. O barulho vinha do quarto, no final do corredor. Combinaram que Flavio e Guilherme iriam ver o que estava acontecendo, o que ou quem fazia tanto barulho, as meninas ficariam com Junior no topo da escada, dando cobertura. Com todo o cuidado, Guilherme abre a porta, e logo se depara com uma das criaturas horrendas das quais havia ouvido falar. Dá um pulo pra trás:

- É aquele bicho!! Ele esta aqui no quarto!! Vejam! – grita Junior, tremendo.

Mas quando Flavio entra no quarto, a única coisa que vê, é um vulto voando pela janela. No chão, havia muito sangue, e uns pedaços de animais.

- Era aquela criatura! Eu vi! Ela estava com um bicho

na boca, e quando me viu saiu voando pela janela! Nós temos que ir embora daqui! – fala Junior gaguejando.

- Calma cara, nós temos que encontrar os outros – diz Guilherme.

Saíram imediatamente do castelo e começaram a gritar pela rua, chamando os amigos que faltavam.

Até que encontraram os quatro, parados na frente do maior castelo de toda a cidade. Olhando fixamente para o topo das torres.

- Gente. Nós temos que sair daqui, vocês podem

não acreditar, mais o Junior viu uma das criaturas! – diz Laisa se aproximando deles.

Lucas, apenas aponta para cima, com a mão trêmula.

Quando Laisa olha para cima, vê a pior cena que poderia ver. Dezenas de criaturas voando em volta da torre. Lentamente, vão se afastando do castelo até chegar junto aos outros.

-Vamos embora daqui!. - diz Ludy sussurrando.

De repente, ouvem um grito vindo de trás deles:

-Ei seus pestinhas! Não podem entrar aí! Se afastem desse castelo! - era Sr. Makalister.

- Acho que não podemos confiar neles...- diz Bel.

- Não temos escolha, para irmos embora daqui, teremos que passar por eles de qualquer forma.- sussurra Daniela.

- Não se preocupem, nós estamos em doze, eles estão em dois. – diz Junior tentando tranqüilizar a todos.

- Então vamos.- concordam todos.

Andam rapidamente em direção ao Sr. Makalister

que estava na porta da casinha que havia falado.

- Entrem logo.- diz ele.

Em fila, entram todos na humilde casinha. Sr. Makalister,os guia até uma salinha com um sofá. Todos sentam onde podem, alguns no sofá, outros no chão. Todos calados se entreolhando, quando Flavio toma coragem e fala:

- Será que eu posso falar com meus amigos a sós

um momento Sr. Makalister? Se não for pedir demais é claro. –

- Pode. Mas seja breve.- responde Sr. Makalister desconfiado. Sai da sala e fecha a porta.

- Então, galera, o que vocês conseguiram?- pergunta Flavio curioso.

- Nós não encontramos nada de importante, mas tiramos a foto de um morcego que atacou o pescoço do Guilherme. – Diz Laisa mostrando a foto.

- Nossa Gui você esta melhor?- perguntam preocupados.

- Estou sim.

- E vocês, o que encontraram? – pergunta Flavio.

- Bom, nós encontramos uma sala muito suspeita, parecia ser um laboratório, e encontramos também uma arma gigante com uma flecha na ponta, vejam.- Diz Bel.

- E eu encontrei esse ratinho aqui.- diz Augusto, todo orgulhoso.

- Nós demoramos um pouquinho para decidir

em qual castelo entrar. Mas, no que entramos, encontramos isso –mostra Junior o pedaço de “chifre”- não deu pra procurar mais nada, pois Sr. e Sra. Makalister chegaram lá do nada.

- Eu e o Flavio, encontramos uma sala horrível,

com pedaços de animais ensangüentados por todo lado. Encontramos também um retrato de dois jovens, achamos

que poderia ser interessante.

- Deixe-me ver essas fotos. - entra Sr. Makalister abrindo

a porta com violência. – Vamos logo com isso!

Todos se olharam, mais resolveram mostrar.

Sr. Makalister, olhou cada foto com a maior atenção. Ficaram todos em silêncio por um tempo. Até que Sr. Makalister começa a falar:

-Bom, eu acho que vocês não vieram até aqui para procurar alguma coisa, correto? Sabe, eu vou explicar a história desse lugar para que vocês não fiquem sem respostas. Esse casal de jovens, sou eu e minha esposa. Nós moramos aqui durante toda nossa vida. Era um lugar lindo. Nós cuidávamos do portão, sabíamos direitinho quem entrava e quem saia daqui. Mas teve uma época, em que um dos habitantes de TerrorTown, não é assim que chamam esse lugar hoje em dia? Como eu ia dizendo, um desses habitantes, o Sr. Bello enlouqueceu devido a perda de sua esposa. Ela foi envenenada pelos vizinhos, pois tinha uma doença gravíssima. As pessoas tinham medo de pegar a tal doença e morrer. Preferiram matá-la, sem dó nem piedade, já que ela e o marido se recusavam a mudar. Após a morte dela, Sr. Bello ficou muito abatido, não saia do castelo por nada nesse mundo. A única pessoa que restou na vida dele, era seu mordomo e companheiro Sr. Roger.- quando ele falou Sr. Roger, todos ficaram surpresos.

- essa foto aqui realmente, é um laboratório. Sr. Bello era um ótimo cientista, após o falecimento de sua esposa, ele passava horas e horas no laboratório. Ele ficou completamente sedento de vingança. Até que teve uma idéia. Uma terrível idéia. Passou meses trancado em seu laboratório. Sua idéia resultou nessas criaturas. Em um pequeno morcego, colocou um pouco de seu DNA, e outros elementos químicos. Com o passar do tempo, essa criatura foi se transformando, ficando cada vez maior e mais violenta. Algum tempo depois, foram surgindo mais criaturas. Sr. Bello deixava as três criaturas já existentes trancadas numa jaula em seu laboratório. Alimentava elas com pequenos animais. Até que ficou fora de controle. Aquela jaula já não era problema para as criaturas. Apenas Sr. Bello sabia da existência dessas criaturas. Sr. Roger, sabia que havia algo errado naquela sala. Até que um dia, elas conseguiram se libertar e estavam famintas. Sua primeira vitima, foi o próprio Sr. Bello. Depois elas conseguiram sair do laboratório quebrando a janela do laboratório. Atacavam as pessoas na rua, sem piedade. Ninguém sabia o que estava acontecendo. Depois de algum tempo, começaram a invadir os castelos, e destruir tudo e todos. Não sabemos direito porque elas não devoraram a mim e minha esposa. Mas, hoje em dia, nós temos que alimentá-las. Essa foto aqui, é onde guardamos os animais que eu caço, para alimentá-las. E isso é um pedaço de chifre de uma delas. Quando vão ficando velhas, os chifres vão caindo, e elas voltam a sua forma de morcego. E essa arma, foi a que matou a maior das criaturas das criaturas. Sr. Roger a fez. Pensou que poderia acabar com todas elas, mais não consegui. Essa arma foi suficiente para acabar com apenas uma delas. Depois disso, ele foi embora daqui temendo ser comido também.

- Puxa, que historia fantástica Sr. Makalister, mas agora acho que já é hora de ir embora...- diz Augusto assustado com a história.

- Nada disso. – retruca Sr. Makalister. – ninguém sai daqui. Vocês esqueceram que nós alimentamos as criaturas?

- É... o Sr. quer ajuda? – pergunta Lucas inocentemente.

- Acho que você vai ser o primeiro, rapazinho!

- Só por cima do meu cadáver, seu louco! – diz Ludy defendendo seu irmãozinho.

- Então você quer ir junto hã?!- diz ele debochando.

- Nada disso! – Kauã pula na frete de todos

e dá um soco no estômago de Sr. Makalister.

Os dois começam a brigar com socos e tapas. Guilherme, Flavio e Junior também entram na briga. Augusto e Lucas se escondem debaixo do sofá apavorados. As meninas correram a cozinha a procura da chave do portão. Bel acha a chave, põe no bolso e elas correm em direção a porta. Quando abrem dão, encontram com uma das criaturas. Rapidamente fecham a porta e todas as janelas. As criaturas revoltadas, começam a bater nas paredes,

com toda a força. Os meninos amarraram Sr. Makalister numa cadeira graças a uma corda que Augusto e Lucas encontraram debaixo do sofá, amarraram de tal forma que era impossível sair. As meninas gritavam desesperadas.

- Meninas, Se acalmem! –Grita Kauã, nervoso.

– Nós temos que ficar calmos e em silêncio.

- Onde esta a Sra. Makalister? – pergunta Augusto.

- Ela saiu para algum lugar, deve ter ido alimentar

as criaturas. – responde Bel.

- O plano é o seguinte gente: fiquem quietinhos, eu vou apagar as luzes, assim eles vão embora. – diz Junior como se fosse o plano perfeito.

E assim foi feito. Todos ficaram juntos em silêncio.

Sr. Makalister, estava desacordado. Ficaram assim durante algum tempo, mas os barulhos continuavam. De repente, alguém abre a porta e acende a luz. Sra. Makalister. Os jovens ficam com medo da reação dela ao ver o marido desacordado e amarrado numa cadeira. Ela entra na sala onde eles estavam, e fica chocada com a cena: seu marido amarrado e um bando de jovens encolhidos atrás do sofá.

- Que diabos está acontecendo aqui?! – pergunta

ela furiosa.

Todos ficam em silêncio. Sra. Makalister corresponde

ao silêncio, com a única reação que todos duvidavam que ela teria: começa a dar risada.

- Meus jovens, o que vocês pretendem fazer com meu marido agora? Dar de comer para as criaturas? Vão em frente! -diz ela debochando.

– Sabem crianças, eu vivi aqui durante minha vida inteira, e eu admito que era tudo perfeito no começo. Mas de uns tempos pra cá, tudo ficou diferente, eu já não agüento tanto sofrimento. Eu sempre falo para meu marido, para nos mudarmos para qualquer outro lugar. Eu já não sou tão jovem como antigamente. Mereço um pouco de paz.

- Então por que a Sra. e seu marido não vem morar

na nossa cidade? É tudo tranqüilo lá. – sugere Augusto

- Sabe rapazinho, essa foi uma ótima sugestão. E é o que faremos, meu marido querendo ou não.

- Ei, seu marido queria nos matar, e nos dar de comer

para as criaturas! – retruca Thayane, nervosa.

- Ora, ele esqueceu de tomar os remédios. Eu jamais deixaria ele fazer algo a vocês. Não se preocupem. Amanhã de manhã bem cedo, nós partiremos. – diz ela, muito empolgada.

– afinal de contas, vocês acharam aquilo que procuravam?

- Bem... não... mas não tem problema nenhum. – diz Gabriela, com um sorriso forçado.

Sr. Makalister começa a acordar. E seu humor não parece estar muito bom.

- Wilma! Olha só o que esses delinqüentes fizeram comigo!

- diz ele meio acordado.

- Calma. Eles não fizeram por mal, não é crianças? – todos fazem que sim com a cabeça. – eles só querem nos ajudar. Eles até nos convidaram a sair daqui e se mudar para a cidadezinha deles, onde é tudo tranqüilo. Eu vou arrumar minhas malas imediatamente. E você vai comigo não é meu velho? – diz ela piscando para o marido.

- Tudo bem. – diz ele entendendo o motivo da piscadinha. Nós iremos, mas sem gracinhas hein?! Agora me desamarrem.

Ao longo dessa conversa, as criaturas já haviam parado de bater nas paredes. Só se ouvia um batuque de vez em quando. Logo de manhã, quando o Sol, mesmo que não tão brilhante, já raiava sobre a cidade, as criaturas, em seus devidos lugares (no topo das Torres), os jovens saem cuidadosamente da casa, acompanhados por Sr. e Sra. Makalister. Bel devolve a chave que havia pegado, com um certo medo da reação.

Saem do portão, se viram e dão a ultima olhada para

a cidade na qual haviam vivido inúmeras aventuras aterrorizantes. Tiram mais algumas fotos, e partem.

Ao chegar na cidadezinha de onde vieram, todos ansiosos para contar sobre as aventuras vividas, arranjam uma casinha para que o casal pudesse ficar mais confortável. Após isso, cada um foi para sua casa, explicar o motivo pelo qual demoraram tanto a chegar. Haviam combinado de se encontrar mais tarde na praça no centro da cidade, onde todos iam, toda noite.

Chegada a hora do encontro, Thayane e Flavio passam para pegar o casal em sua nova casa. Todos já reunidos na praça, começam a falar sobre as aventuras. As pessoas vão se interessando, cada vez chegando mais perto. Os jovens mostravam as fotos e contavam tudo nos mínimos detalhes. Sr. e Sra. Makalister ouviam tudo com muita atenção. Algum tempo depois, já era hora de voltar para suas casas, e dormir. Todos estavam exaustos, se despediram e foram embora.

Sr. e Sra. Makalister, aconchegados em seu novo lar, conversavam sobre tudo o que havia acontecido. Porém eles tinham um plano: em Terrortown, já não havia tanta comida para as criaturas, Sr. Makalister já havia caçado todos os animais que lá viviam e aos arredores da cidade. Mas o que os habitantes da cidade não sabiam, era que as criaturas seguiam Sr. e Sra.Makalister. A cidade teria uma terrível surpresa naquela noite.

ISABELA FERRAZ MARCHESINI

loiralilas
Enviado por loiralilas em 22/07/2009
Código do texto: T1713549
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