JOCASTA E ÉDIPO ( A VEZ DA MAMÃE )

Filho, me consola?

Uma depressão me consome!

O que se passa mamãe?

Não sou jovem e mais:

a beleza já me escapa!

Mamãe, pisa esta modéstia

sinto-te frescor nos olhos

um calor de chama nova

do teu ventre!

Filho, me enganas com o invisível!

Falo dos sinais do tempo.

Veja estes pés-de-galinha

estas gorovinhas

que horror!

Ora mamãe, sinais de madura!

Ai, vá descendo, filho meu

repara cá, no colo!

Macio como antes !

Mãos engelhadas

as rugas vieram !

carquilhas nos pés.

Oh! Filho!

És apenas um pouco mais

que balzaquiana, mamãe

Balzac foi cruel, cria minha !

És linda, minha mãe!

Teu pai acha menos!

É cego, meu pai!

Ah, filho !

sofro menos com o teu amor!