Epidemia de palavras
Dos meus dedos nascem palavras
Nem sempre aquelas que quero dizer
As palavras sentidas, absorvidas
Saem do formigueiro pensamento
E espalham-se em todos caminhos.
Algumas ficam esperando
As mais aventureiras correm para trás da geladeira
As mais bobinhas esperam pelas outras
Outras acabam de ser pisadas.
Palavras vivem juntas
alimentando-se de letras isoladas
Às vezes se acentuam,
Às vezes se separam
Mas quando se juntam
Não tem mais jeito: temos a doença
Doutor chega com pressa
E logo se ouve o diagnóstico
Este rapaz tem palavrite aguda.