Poema de Natal

Meu amor é uma criança

A espera de um presente

Que ainda não pode ter.

Criança quieta pelos cantos

No seu pedacinho de ilusão

Fingindo sorrir

Para agradar a mãe

E quando a noite chega em seu cavalo

Noites que trazem em sua lança

Um argumento incompreensível

Da privação pueril

A criança desperdiça uma lágrima

Olhando a estrelinha minúscula

Esquecida na imensidão

E a criança também parece esquecida

Sufocada num pedaço de sonho

Que parece partir distante

O meu amor também é um refúgio na ânsia...

Ide brincar na calçada

Toda criança precisa sorrir

Rabisca o chão

Cola as lembranças com chiclete

No entanto, em seu quarto

A criança ouve assustada

Alguém a bater na sua porta

Alguém lhe avisa: - É Natal!

Meu amor é uma surpresa

Que tem cor de felicidade

Simples como essa imagem

Da criança abraçada ao seu presente

Alheia às noites de outrora

Ah! Como eu queria desmetaforizar

A criança

Ter todos os presentes

Que meu amor não pode ter

Eu voltaria a acreditar

Nas inúmera surpresas de Natal

lucheco
Enviado por lucheco em 17/01/2009
Reeditado em 26/11/2022
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