Poema de Natal
Meu amor é uma criança
A espera de um presente
Que ainda não pode ter.
Criança quieta pelos cantos
No seu pedacinho de ilusão
Fingindo sorrir
Para agradar a mãe
E quando a noite chega em seu cavalo
Noites que trazem em sua lança
Um argumento incompreensível
Da privação pueril
A criança desperdiça uma lágrima
Olhando a estrelinha minúscula
Esquecida na imensidão
E a criança também parece esquecida
Sufocada num pedaço de sonho
Que parece partir distante
O meu amor também é um refúgio na ânsia...
Ide brincar na calçada
Toda criança precisa sorrir
Rabisca o chão
Cola as lembranças com chiclete
No entanto, em seu quarto
A criança ouve assustada
Alguém a bater na sua porta
Alguém lhe avisa: - É Natal!
Meu amor é uma surpresa
Que tem cor de felicidade
Simples como essa imagem
Da criança abraçada ao seu presente
Alheia às noites de outrora
Ah! Como eu queria desmetaforizar
A criança
Ter todos os presentes
Que meu amor não pode ter
Eu voltaria a acreditar
Nas inúmera surpresas de Natal