ARMAS, PÓLVORAS E EXPLOSÕES
ARMAS, PÓLVORAS E EXPLOSÕES
Na boca o batom carmim
Dizia no rosto da menina ali
Marcas do tempo que sorria.
Via a idade avançada, na calada
da vida se precipitava.
No corpo as formas pubéricas
cintura, coxas grossas, aromática.
No busto robusto a performance
torneada de desejo latente
A visão de corpo caliente
e um deus venéreo a florir.
Chama a Vênus, Musa, chama
Chama a Hera Afrodisíaca
Chama as ninfas em Safo
Poeticamente em sua ilha
E a nina, menina a roer as unhas.
Da doce inocência o doce gesto
de querer ser o desejo manifesto.
projeta-se a imagem de deusa musa
nina, menina moça liberta.
Pelo hemorrágico rubro momento
um instante de cólera rompido
metaboliza-se o ser ninfa inocente
em deusa musa fêmea etérea.
Arma-se a condição pueril
de compreender o que não se compreendia;
uma mudança na dança da vida
estreia-se para o espetáculo
palco vivo da vida...
A estrela que até então se escondia
agora brilha em constelação
explosiva em pólvora de alegria.