JOVENS DO BRASIL - Capitulo dois

Capitulo dois: Jovens e a morte

Nem todos estamos prontos para encarar a morte, desde os tempos mais remotos a morte nunca foi encarada como um fato corriqueiro, a morte esta sempre perto mais buscamos não enxergar-la... Talvez por que ela nós traz dor e sofrimento.

...

No outro dia Fátima chegou cedo na faculdade não tinha quase ninguém, como a lanchonete que ela comia sempre estava fechada ela estranhou e resolveu examinar o que tinha acontecido.

“Que fome, essa lanchonete ainda não abriu quer saber eu vou lá pra saber o que aconteceu.”

Fátima abriu a porta e não viu ninguém ela olhou pro chão e viu um homem deitado de costas.

“Então é isso, ta dormindo acorda vagabundo”.

Fátima se abaixou e percebeu que o chão estava sujo de sangue ela vira o homem e ver que ele esta todo furado, Fátima começa a gritar e chorar e sai correndo ninguém entendia nada do que ela estava falando.

“Fala de vagar Fátima” – disse Daniel que e o professor do curso de informática da faculdade.

“O João, morto, furado corpo” - Falou Fátima que começou a chorar e a gritar.

“Alguém trás um copo de água com açúcar” - Pediu o professor Daniel.

Rodrigo e Fernanda tinham acabado de descer do ônibus quando viram aquele amontoado de pessoas em volta da Fátima eles correram e se aproximaram.

“O que aconteceu professor?” – Perguntou Rodrigo.

“Eu não sei a Fátima Não ta falando coisa com coisa” – Disse Daniel.

“Fátima fica calma e diz o que foi que aconteceu?” – Perguntou Fernanda.

“Lanchonete, furado, corpo, chão, sangue” – Disse Fátima que depois começou a chorar e a gritar.

Rodrigo se levantou e foi pra lanchonete, Fernanda foi atrás ele acendeu a luz e viu o corpo no chão, Fernanda também viu começou a chorar depois abraçou Rodrigo.

“Professor temos que chamar a policia, tem um corpo aqui na lanchonete o João morreu”

– Falou Rodrigo.

“O que?” - Daniel se levantou correu para lanchonete e também viu o corpo no chão – “Eu vou ligar pra policia e avisar pro reitor, você acalma a Fátima e não deixa mais ninguém olhar esse corpo” - Disse Daniel.

“Tudo bem” – Disse Rodrigo.

Algum tempo depois Karyne chegou e viu todo aquele movimento os policiais que já estavam isolando o local, e ficou sem entender nada até que viu Rodrigo que explicou toda a situação, Algum tempo depois o reitor chegou e avisou que naquele dia não haveria aula, todos foram embora menos Rodrigo, Fernanda, Fátima, e o professor Daniel eles tinham que prestar esclarecimentos, pois foram os primeiros a ver o corpo, depois que falaram tudo foram embora, Rodrigo pegou o ônibus sozinho já que Fernanda tinha que ir ate o centro ver uma proposta de emprego. Rodrigo entrou no ônibus que parou um pouco antes do morro, o ônibus não subia o morro por que lá haviam muitos assaltos a ônibus, Rodrigo desceu e começou a andar quando percebeu que um carro preto o seguia na verdade não era a primeira vez que isso acontecia.

“Esse carro de novo, quer saber eu vou descobrir quem é que esta me seguindo” – Disse Rodrigo que começou a correr em direção ao carro, só que quem estava no carro percebeu virou e saiu mesmo assim Rodrigo continuou correndo na esperança de conseguir acompanhar o carro mais ele tropeçou e acabou desistindo – “DROGA”.

Fátima chegou em sua “Casa” ainda em pane sentou no sofá e ficou olhando para o teto calada, depois de algum tempo pegou o telefone e ligou Para karyne.

“Ka, eu estou precisando espairecer um pouco vamos fazer compras” – Disse Fátima que depois desligou o telefone.

Rodrigo subiu o morro entrou em casa o pai estava no chão com uma garrafa de cachaça do lado, a mãe estava lavando os pratos na cozinha Rodrigo deu um beijo na mãe e sentou em uma cadeira.

“Meu filho não teve aula não?” – Perguntou a mãe de Rodrigo.

“É que houve uma morte lá na facu acharam um corpo” – Disse Rodrigo.

“Como assim? Quem morreu? “ – Perguntou a mãe de Rodrigo desesperada.

“Foi o vendedor de lanches, o João era gente boa” - disse Rodrigo.

“E como foi que ele morreu?” - Perguntou sua mãe.

“Eu ouvi os policiais falarem que ele foi esfaqueado, foi mais ou menos dez facadas na barriga” - Disse Fábio.

“E quem foi?” - Perguntou sua mãe.

“Ninguém sabe, não existe nenhuma pista de quem foi só com a perícia mesmo... Mais mudando de assunto, outro dia eu tava pensando e cheguei a uma conclusão, quem é que paga minha faculdade? Por que eu sei que vocês não têm condições de pagar, bolsa de estudos eu não tenho, nenhum de você têm trabalho, a nossa casa e a melhor que tem na favela então me diz quem paga tudo isso?” - Perguntou Rodrigo.

“Eu não sei do que você esta falando” - Disse sua mãe

“Não sabe? Então quem banca essa vida que nós temos? Será que isso tem alguma relação com o carro que ta me seguindo?” – Perguntou Rodrigo.

“Eu já disse que eu não sei do que você esta falando, agora me deixa em paz” - Falou sua mãe que saiu com raiva.

Na Faculdade... Fábio que não sabia de nada do que tinha ocorrido tinha acabado de sair de seu carro, mais não encontrou ninguém.

“Onde esta todo mundo? Isso aqui esta parecendo um deserto, não tem ninguém” – Pensou Fábio.

Um carro parou em frente à faculdade e uma mulher loira desceu e começou a caminhar na direção de Fábio

“Moça, você sabe o que aconteceu?” – Perguntou Fábio.

“Não, eu não sei... Mais eu sei o que vai acontecer com você” – Disse essa loira.

“Como assim, do que você esta falando?” – Perguntou Fábio.

Essa mulher tirou uma arma da cintura e atirou em Fábio bem no peito ele caiu no chão ela se aproximou e disparou todas as balas e depois saiu.

Na casa de Rodrigo sua mãe assistia televisão e o seu pai ainda estava estirado no chão

“Vou na casa da Fernanda” – Disse Rodrigo que saiu.

Quando ele estava subindo o murro, Fernanda estava descendo e os dois se encontraram e começaram a conversar.

“E então Rodrigo, conseguiu desvendar o mistério do carro?” – Perguntou Fernanda.

“Eu acho que isso tem alguma relação com o fato dos meus pais não trabalharem e terem uma vida de rico” – Disse Rodrigo.

“O que eu não entendo é por que vocês morram aqui nesse lugar” - Disse Fernanda.

“Sabe o que eu tenho medo e que esse dinheiro todo esteja vindo do tráfico... Vamos deixar esse assunto pra lá, sábia que você e muito linda?” - Perguntou Rodrigo.

Fernanda ficou meio sem graça, Rodrigo se aproximou dela e quando eles iam se beijando ouviram vários tiros.

“O que é isso?” - Perguntou Fernanda.

“Não sei, nós temos que sair daqui’ - Disse Rodrigo.

Os dois começaram a descer o morro correndo, mais pararam quando viram na sua frente vários homens todos com armas na mão.

“E agora? O que nós vamos fazer?” - Perguntou Fernanda.

“Vamos ter que subir corre” - Disse Rodrigo.

“Atira neles” – Disse um dos homens que estavam subindo o morro.

E foram isso que esses homens fizeram todos começaram a atirar no Rodrigo e na Fernanda só que nenhum dos tiros acertou, quando Fernanda e Rodrigo estavam correndo, subindo o morro e escapando por sorte dos tiros os dois deram de cara com a gangue do facão que é a gangue que domina o morro, os dois ficaram encurralados.

“O que nós vamos fazer?” – Perguntou Fernanda desesperada.

Rodrigo pegou na mão dela e puxou ela pro lado eles entraram em um beco e continuaram correndo, as duas gangues começaram a atirar uma na outra... Depois que eles conseguiram sair da favela pararam e começaram a respirar.

“A gente vai fazer o que agora?” - Perguntou Fernanda ofegante.

“A única coisa a fazer e deixar a poeira baixar” - Disse Rodrigo sem ar.

Fátima e karyne estavam no shopping fazendo compras. Quando Fátima parou.

“Amiga olha aquela blusa eu vou comprar pra mim.” – Falou Fátima.

“Eu vou dar uma olhadinha naquela calça ali na outra loja, o Fábio me deu dinheiro depois agente se encontra” - Disse Karyne.

Fátima entrou na loja e uma vendedora veio atender.

“Diga meu bem, o que vai querer?” - Perguntou a vendedora.

“Eu quero aquela blusa que ta ali na vitrine” - Disse Fátima.

“Desculpe mais só temos aquela em tamanho P” – Falou a vendedora.

“Perfeito pode trazer, também quero aquela mini-saia ali, também em tamanho P, e aquela sandália” - Disse Fátima.

“Tem certeza né?” - Perguntou à vendedora.

Fátima só sacudiu a cabeça confirmando a vendedora saiu e depois voltou com tudo que Fátima tinha pedido entregou pra ela, Fátima pegou tudo e foi vestir depois de algum tempo ela falou.

“Pessoal preparem-se que eu vou sair” - Falou Fátima.

Fátima abriu a porta mais não conseguia se mexer, a blusa tava tão apertada e pequena que estava parecendo ate um sutiã deixava toda barriga de fora, a mini-saia ficou tão pequena que dava pra ver toda calcinha que ela estava usando.

“Vamos sai pra gente ver melhor” - Falou à vendedora que estava doida pra rir.

“Ta, eu vou tentar” - Disse Fátima.

Ela tentou se mexer mais só conseguiu dar três passos e parou colocou a mão na cintura.

“Da uma viradinha’- Disse a vendedora.

“Ta” - Falou Fátima.

Quando Fátima estava prestes a se virar seu salto quebrou e ela se esborrachou no chão, ela tentou se levantar, e sua saia rasgou Fátima se esticou e o pior aconteceu sua blusa rasgou e caiu no chão como ela estava sem sutiã todos que estavam ali ficaram olhando e rindo de toda aquela situação ela ficou sem ação e depois colocou a mão em cima dos seus peitos.

Na favela Fernanda e Rodrigo resolveram esperar em uma praia perto dali como já estava anoitecendo eles ficaram olhando o sol se por.

“Que sol lindo” - Disse Fernanda.

“Tão lindo como você” - Falou Rodrigo.

Os dois se abraçaram e começaram a se beijar ate que Fernanda parou.

“Nós temos que voltar “– Falou Fernanda.

“É eu acho que já esta na hora de voltar mais você vai ficar me devendo um beijo” – Disse Rodrigo.

Eles se levantaram e saíram

No shopping Fátima estava no banheiro da loja chorando e Karyne que ainda não sábia de nada do que tinha acontecido ainda estava na outra loja comprando a calça.

“Eu vou levar essa calça aqui e aquela outra masculina tamanho quarenta que é o tamanho do Fábio ele vai gostar muito dela.”

“Só ai querer isso?” - Perguntou a vendedora.

“Pensando bem eu vou querer aquela blusa ali, eu não vou experimentar vai caber” – Falou Karyne.

“E você tem um corpo todo em forma ta aqui o que você pediu, ao todo da quinhentos reais” - Disse a vendedora.

“Ta aqui, brigada tchau” – Falou Karyne que saiu.

Na outra loja Fátima saiu do banheiro já vestida com a mesma roupa que ela tinha saído de casa.

“Não vou comprar nada dessa loja, ta aqui o meu cartão de crédito paga tudo que... Ta ai no chão e rápido que minha amiga já esta vindo ali” - Disse Fátima.

Rodrigo e Fernanda começaram a subir o morro.

“Fernanda fica atrás de mim e se eles ainda tiverem aqui sai correndo” – Falou Rodrigo.

“Tudo bem nós temos que ir pra sua casa primeiro, é a mais próxima” – Disse Fernanda.

“Já estamos chegando eu acho que eles já foram embora, não tem mais ninguém aqui” – Disse Rodrigo.

Os dois correram, Fernanda foi na frente entrou na casa da família de Rodrigo e começou a gritar e chorar Rodrigo entrou depois e ficou apenas parado olhando pro chão.

Fátima e Karyne já estavam indo embora, estavam no carro da Fátima ela que estava dirigindo, as duas tinham saído só assim elas podiam conversar sobre tudo.

“Então você ficou quase nua amiga?” – Perguntou karyne.

“Foi Só faltou mesmo à calcinha rasgar.” – Disse Fátima.

“Daqui a alguns anos nós vamos rir de tudo isso” – Falou Karyne.

Fátima começou a rir junto com Karyne depois de algum tempo elas ficaram caladas.

“Vou ligar pro Fábio, Não o vi hoje” - Karyne pegou o celular dentro da bolsa disca o número do Fábio -“Não atende... Vou ligar pra casa dele... droga caiu na caixa-postal, amanhã eu entrego a calça pra ele então” - Falou Karyne.

“Você gosta muito dele né?” - Perguntou Fátima.

‘Gosto sim, Fátima eu tenho uma coisa pra te contar” – Disse Karyne.

“O que ka?” – Perguntou Fátima curiosa.

“Eu acho que estou grávida” – falou Karyne.

Fátima freio o carro e ficou olhando pra Karyne assustada.

Na casa de Rodrigo, Fernanda ainda estava chorando.

“Meu Deus quem foi que fez isso?” – Perguntou Fernanda.

“Foi o Zé ele vai me pagar.” – Disse Rodrigo.

Rodrigo saiu correndo entrou no quarto dos pais viu que o chão estava todo sujo de sangue uma listra de sangue que ia do quarto ate a sala ele abriu uma gaveta só que não tinha nada olhou pro chão e viu uma arma que ele pega e sai correndo.

“Aonde você vai?” – Perguntou Fernanda.

Rodrigo não respondeu apenas saiu correndo.

“Não vai fazer nenhuma besteira.” – gritou Fernanda, mais não adiantava Rodrigo já estava longe – “Ai meu Deus o que é que eu vou fazer agora? Mataram os pais do Rodrigo” – Falou Fernanda chorando.

Fernanda pegou o telefone.

“Preciso de uma ambulância agora na favela do sete.”

Quando Fernanda desligou o telefone a mãe de Rodrigo acorda torcindo e cuspindo sangue.

“Graças a Deus a senhora esta viva, Quem fez isso com vocês? Foi o Zé?” Disse Fernanda com uma mistura de felicidade e espanto.

“Não, Não foi O Zé Foi... Uma mulher... Loira” - Disse a mãe de Rodrigo.

“Como era essa mulher?” – Perguntou Fernanda.

“Era... Uma...” – Falou A mãe de Rodrigo que logo depois morreu.

“Não, não morre, por favor, fica viva, o Rodrigo precisa muito de você não morre” – Disse Fernanda chorando e gritando.

Algum tempo depois Rodrigo abriu a porta e entrou depois se jogou no chão com a arma na mão e ficou calado

“O que foi que você fez? Eu já liguei pro hospital já tem uma ambulância a caminho agora me dar essa a arma eu também já chamei a policia e ninguém pode te ver com ela.”

Fernanda tira a arma da mão dele e esconde dentro de um dos quartos, depois ela volta e fica sentada do lado de Rodrigo, ela fica calada só encosta a cabeça no ombro dele.

...

A morte é uma coisa ruim, pois parte de nós vai junto com ela seja um amigo, parente, um conhecido ou alguém que apareceu em um noticiário da TV.

jessé pires
Enviado por jessé pires em 27/12/2008
Reeditado em 14/01/2009
Código do texto: T1354538
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