Esse moleque flanelinha...
Seu moço, um momento
Eu preciso te dizer
Espera, olha, o sinal fechou...
Seu doutor, escuta
Pera aí, filho da pura mulher
Vendedora de perfumes de vida...
Apita o guarda, infração...
Senhora, distinta, espera
Tou falando, vai, atenção
Anda mais devagar, eu te alcanço...
Meu irmão, faz isso não
Qual é? Qual foi? Endoidou?
Sou da paz, eu sou da paz...
Moça, tenha medo não
Vai correr? Corra não, vai
Eu só queria dizer, só queria...
Porcaria, meu tio
Qual que é? Vai encarar?
Tou no ponto, é minha a freguesia...
E aí, vovô, meu chegado!!!
Por dentro e por fora hoje?
Tá novinho, heim, o possante...
Aqui, seu padre, oia
Tem uma vaga, legal...
Pode deixar, sua santidade
Eu pastoro de graça, ninguém bate.
Professor, o senhor...
Quanto tempo, esqueceu?
Sou eu mesmo, lembra?
O senhor me mandou pastorar carro
Tou aqui, oia, sou eu...
Virou a cara? Problema seu.
Não faz isso, peraí, não sou eu
Não dispara, não é brinquedo
Bateu em mim, meu coração não bate mais...
Quê que é isso vermelho? Sangue?
Escorreu, escorreu. Fecho os olhos, cai o corpo
Outra vida, outro eu...
Sinal abriu, pode passar
Já vou, eu, já vou...