SINAL DE BONS TEMPOS

Uma coisa estranha dentro de mim

E a lembrança de dias nublados...

Conheço-me por horas,

Outras, não sei quem sou

E pingos de chuva lavam o meu rosto

Figurados em raios e trovões.

Ouço vozes que se misturam

E dentro de mim uma fala

Diálogo? Monólogo? Imaginação?

Todos dizem que sou estranho

E essa estranheza cativa-me ir

A procura de quem sou na verdade.

No mesmo instante que dentro de mim algo se cala

E vejo minha imagem refletida na água empoçada.

Eu sou quem sou, se sou, logo

A existência está em mim

Eu sou, então, a existência...

Um pensamento distante me transforma em credo

Creio então no pensamento de outrora

E sinto a chuva que molha o meu corpo

Minha roupa encharcada de água que cai de cima

A neblina, a lembrança, eu, o pensamento, a situação...

Amo?

Não sei, pode ser.

Quem?

Bem, deixa ver...

Irrita-me perguntas bobas...

Vou à-toa, vou na chuva...

Jogo bola, corro, paro

Penso em... Nada e no caos previsto!!!

No mesmo instante penso

Na existência milimétrica de cada dia.

Você me entende?

Você me quer entender?

Tenta então entender

Por onde anda meus pensamentos.

Tenta então me ver como você se vê

Diante de uma imensa multidão tão parecida mas tão diferente.

Tenta sentir a tentação de não se conhecer...

Por alguns momentos...

Eu sou a verdade invertida

Já em outros tantos...

Eu sou a intriga e a oposição

Quando me desenho...

Eu sou o tempo e a previsão

Se faço pouco caso da situação,

Vejo mais adiante a mudança

Outros tempos, outra civilização.

Um arco-íris apareceu, o céu ficou diferente

O sinal que o tempo mudou.

De repente um outro momento

Eu vejo outros rostos iguais ao meu.

Vou no rastro de outros passos

Vou ser quem sou, depois da chuva

Vejo a bonança, um lugar ao sol

Onde eu possa ser e sendo...

Que eu seja a descoberta desabrochada

Humanamente no homem novo.