Vestido de fitas
Quisera ser novamente aquela menina,
De penteados de tranças e vestidos de fitas.
Maria Chiquinha e borboletas bordadas.
Minha mãe me banhava,perfumava,penteava...
Era tão feliz e não sabia.
O tempo passou,o cabelo diminuiu,
Ainda continuo a vestir as saias rodadas,
Os vestidos compridos...
Gosto de me vestir assim ,ainda mais agora
Que sou uma verdadeira camponesa.
Nem as atrizes podem se vestir o tempo todo assim...
Ainda conservo os cabelos compridos,
Que me trazem honra no meio em que vivo,
E as vezes calúnias,zombarias,criticas,
Não ligo.
Gosto dos penteados de tranças,
Como se ainda fosse a menina que nunca
Deixei de ser.
O que mais sinto falta do tempo em
Que eu era criança...Minha mãe.
Trançava meus cabelos como ninguém.
Seu olhar meigo,sincero,sereno,
Nunca se irritava comigo.
Mesmo quando eu estava extremamente errada.
Ouvia minhas histórias atenta como se entrasse nelas.
Admirava meus sonhos de felicidade,pegava carona neles
É verdade,mas como um simples sonho,
Não fora assim tão feliz!
“...ah,que saudades que tenho da aurora de minha vida,
de minha infância querida que os anos não trazem mais...”
( frase de Casimiro de Abreu)
sendo a escritora que sou,embora ainda não reconhecida,
posso imaginar mil coisas,
escrever mil histórias.
Mas,sempre,sempre;...será minha história favorita
a menina de penteados de tranças e vestidos de fitas.