Apenas uma luz distante na escuridão

A garota se sentia muito só, olhava para as estrelas mas não as via brilhar. A noite passava lentamente e ela não sabia o que sentia. Não sabia qual motivo a fez não conseguir dormir.

Resolveu andar pelas ruas, descobrir se alguém também estava acordado, sem ter o que fazer. Saiu em silêncio, e olhava ao seu redor mas todos postes estavam apagados, não enxergava nada. Com medo, seguia em frente, até que avistou uma luz muito longe de si, em que foi seguindo, com esperança de encontrar alguém que a fizesse companhia. Começou a sentir gotas pingando em seus olhos e olhou para cima, querendo enxergar a chuva, mas havia se esquecido que tudo estava escuro. Sentiu gotas com mais frequência e então se apressou. A chuva piorava cada vez mais e a garota chorava, sem saber pra onde ir. Ela enxergava a luz mas não parecia estar mais perto, apesar de já ter andando bastante. Se ajoelhou no meio da rua, colocou as mãos no rosto e começou a chorar, se perguntando em mente o que havia acontecido.

Um homem toca em seu ombro.

- O que houve?

- Nem eu mesma sei.

- Está perdida?

- Sim. Quero ir até aquela luz, mas parece...

- Que luz?

- Ali, em frente.

- Não vejo luz nenhuma.

- Mas é aquela luz que estou seguindo.

- Acho melhor você voltar pra casa.

- Não enxergo nada.

- Se você enxergou aquela luz, por que não enxerga uma luz que segue o caminho até sua casa?

O rapaz havia sumido na escuridão. A garota olhou pra trás e não enxergou nenhuma outra luz. Só enxergava a luz à sua frente, porém muito longe. Ela olhou pro céu, vendo que as estrelas brilhavam, agora. Ela então, deu meia volta e começou andar, tentando encontrar o caminho pra sua casa. Seguia apenas em frente, até que um poste se acendeu, pouco a frente dela. Ela então, correu até o poste e conseguiu enxergar: estava em frente da sua casa. Entrou em casa, deitou na cama e finalmente conseguiu dormir.

Na noite seguinte, foi até a varanda e viu que aquela luz ainda brilhava. Mas a luz na verdade, não existia. Apenas ela a enxergava, pois aquela luz era a sua esperança. A esperança de encontrar alguém que não a deixe sozinha, novamente. E quando ela encontrar esta pessoa, o caminho dela sempre estará iluminado, as estrelas sempre irão brilhar e em nenhum poste irá faltar luz. Assim como nela não irá faltar felicidade.

Pamela Napoli
Enviado por Pamela Napoli em 27/10/2008
Reeditado em 22/04/2011
Código do texto: T1250449
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