Aborreço, sim e daí?

Ei, tem alguém aí me lendo? Eu fui esquecida aqui nessa ilha e está tudo escuro, nem uma letra no papel. Que papel é este que estou fazendo aqui? É papelão? Minha madrinha Deborah disse para eu ficar bem quietinha aqui no meu canto. Ela me colocou de castigo, disse que fui muito aborrecente, que estou aborrecendo as pessoas. Por que? Só porque falo a verdade?

Eu preciso contar uma coisa, uma história que ouvi. Era de um homem tipo um deus Baco, beberrão. Ele resolveu apunhalar sua amada e fugiu com outra, deixou-a com um filho e sem nenhum tostão. Isso é que eu chamo de papelão. Acontece que hoje fiquei sabendo que apareceu um garanhão para a mulher abandonada e a boboca o recusou, ela ainda tem esperanças que o marido volte. Ah, se fosse eu....

Graciliana Ramos de Oliveira
Enviado por Graciliana Ramos de Oliveira em 11/10/2008
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