A INDEPENDÊNCIA E A LITERATURA NACIONAL

“Minha terra tem palmeiras,

Onde canta o sabiá;

As aves que aqui gorjeiam,

Não gorjeiam como lá.

Gonçalves Dias (1823-1864)

Com esse forte apelo de amor a nação, a revolução poética do século XIX, começa a cantar a beleza das palmeiras, mostrando a exuberância da fauna e da flora permeada pelas cores de vários matizes. As cores, sem dúvida, alegravam o homem, além de ajudá-lo a compor as superstições, junto aos pensamentos do povo brasileiro. É correto afirmar, que, com a Independência do Brasil, uma grande euforia de nacionalismo empolga a todos.

Mas, a idéia de nação precisa ser compreendida; como a que vai além de um pedaço de terra em que se inscreve um país. Nação é, sobretudo, muitas pessoas ligadas por laços históricos e culturais. Portanto, caro leitor, nacionalismo é a exaltação de tudo aquilo, que compõe a própria nação.

A literatura busca no exotismo dos habitantes primitivos (índios), na natureza, o pitoresco, isto é, o gracioso, o original de nossa nação. Foi dentro deste contexto histórico, que os poetas e escritores começaram a afastar da tradição literária portuguesa para tentar estabelecer a identidade nacional.

Alguns críticos apontam a “Canção do Exílio”, de forte cunho de caráter nacionalista como uma das obras mais populares de nossa literatura, tanto é que muitos autores românticos do século XX imitaram Gonçalves Dias em seus textos e poesias.

Nosso céu tem mais estrelas,

Nossas várzeas têm mais flores,

Nossos bosques têm mais vida,

Nossa vida mais amores...”“.