ANIMANDO UMA FESTA DE ANIVERSÁRIO
O garoto Pé no Bolo é muito benquisto no convívio social de sua comunidade, principalmente no âmbito de sua escola. Por ser um garoto muito extrovertido e bem desenvolto, ele tem alguns colegas que vivem a procurá-lo, geralmente para terem com ele um “dedinho de prosa”; seus colegas mais assíduos e que vivem, geralmente, em busca de atividades lúdicas desenvolvidas por ele, são os garotos Carumã e Jimmy Kaled.
Carumã, o menor deles, é um garoto de descendência indígena que mudou para a sua comunidade faz pouco tempo. Tal qual o garoto Pé no Bolo, ele é muito arteiro, contudo, para compensar essa sua condição de menino traquinas, é muito dedicado aos estudos.
Já o garoto Jimmy Kaled tem as mesmas características de Carumã e é considerado por muitos garotos de sua vizinhança como o melhor aluno de sua classe. Ele vive com os seus avós desde que era apenas um bebê e está sempre a falar que não conhece o seu pai e que sua mãe trabalha no exterior.
Afirma, ainda, de forma muito orgulhosa, que de vez em quando ela vem visitá-lo e lhe traz muitos presentes.
Seus avós, por sua vez, parecem guardar algum segredo acerca do paradeiro do pai dele. Quando alguém toca nesse assunto, ou seja, querendo saber o real paradeiro do pai do neto deles, os avós apenas dizem que durante algum tempo seu genro viveu envolvido com guerrilhas urbanas e que há muito tempo não dá notícias. O garoto Jimmy Kaled ainda não tem pleno conhecimento disso; ele imagina que seu pai também esteja morando no exterior e, talvez, por ter brigado com sua mãe, não a tem acompanhado nas visitas que ela lhe tem feito, a cada dois anos.
Como de costume, Pé no Bolo tem demonstrado ser uma figura muito conhecida no âmbito de sua comunidade e por ser muito querido por todos, sobretudo pelas famílias de Carumã e Jimmy Kaled, tem passagem livre no convívio mais íntimo das respectivas residências.
Pé no Bolo, apesar de ultimamente ter se dedicado muito aos estudos, ainda não é visto como um aluno exemplar no tocante ao desempenho escolar, a despeito desses seus dois colegas de classe; em compensação, ele tem um senso de responsabilidade muito grande e um espírito de solidariedade bastante aguçado, principalmente quando o assunto é cultivar amizades e ajudar o próximo; isso tem feito dele uma criança diferente das demais no âmbito de sua comunidade.
Certo dia, numa festa de aniversário do seu colega Jimmy, no instante em que os avós do aniversariante cantavam a música “Parabéns a você”, Jimmy não parava mais de chorar. Naquela hora, decerto, ele sentia muita falta das figuras paterna e materna. Pé no Bolo, de olhos atentos para a mesa onde estava o bolo do aniversariante, ao presenciar aquela cena que mexeu com o lado emocional de seu amigo, não se fez de rogado e pediu o microfone para o avô do garoto.
Com um ar de garoto apaziguador e demonstrando bastante segurança, aliado ao seu senso de humor, se saiu muito bem com mais uma de suas tiradas, tendo sido aplaudido por todos como se fosse o verdadeiro anfitrião, ao proferir de improviso; com a voz bastante firme e numa tonalidade bem suave, a seguinte mensagem:
“- Jimmy, pare de chorar, feito um bezerro desmamado, pois ainda que seus pais não estejam aqui para lhe abraçar, nós poderemos fazê-lo por muitas vezes, neste dia de hoje e sempre. Portanto, enxugue suas lágrimas com essa toalha que acabei de lhe dar de presente e agradeça a Deus por mais este ano de vida. Apesar da ausência deles, sua vida continuará repleta de paz, de saúde, de felicidade e de muita alegria; ainda mais agora, quando todos nós estamos vendo, sobre esta mesa enfeitada que está à nossa frente, um lindo bolo de aniversário que nos espera e gritou: Viva o aniversariante!”
Ali, de uma forma automática, as pessoas presentes aplaudiram bastante o aniversariante e, em seguida, se perfilaram para abraçá-lo e consolá-lo, tudo ao mesmo tempo. Aquele ato festivo se assemelhou à comemoração de um gol, valendo o título de um campeonato de futebol.
Por fim, numa voz uníssona, todos que estavam ali, inclusive o aniversariante, continuaram a cantar a tradicional música de aniversário, antes, iniciada pelos avós do garoto:
Parabéns a você!/Nesta data querida/Muita felicidade/Muitos anos de vida...
Carumã, o menor deles, é um garoto de descendência indígena que mudou para a sua comunidade faz pouco tempo. Tal qual o garoto Pé no Bolo, ele é muito arteiro, contudo, para compensar essa sua condição de menino traquinas, é muito dedicado aos estudos.
Já o garoto Jimmy Kaled tem as mesmas características de Carumã e é considerado por muitos garotos de sua vizinhança como o melhor aluno de sua classe. Ele vive com os seus avós desde que era apenas um bebê e está sempre a falar que não conhece o seu pai e que sua mãe trabalha no exterior.
Afirma, ainda, de forma muito orgulhosa, que de vez em quando ela vem visitá-lo e lhe traz muitos presentes.
Seus avós, por sua vez, parecem guardar algum segredo acerca do paradeiro do pai dele. Quando alguém toca nesse assunto, ou seja, querendo saber o real paradeiro do pai do neto deles, os avós apenas dizem que durante algum tempo seu genro viveu envolvido com guerrilhas urbanas e que há muito tempo não dá notícias. O garoto Jimmy Kaled ainda não tem pleno conhecimento disso; ele imagina que seu pai também esteja morando no exterior e, talvez, por ter brigado com sua mãe, não a tem acompanhado nas visitas que ela lhe tem feito, a cada dois anos.
Como de costume, Pé no Bolo tem demonstrado ser uma figura muito conhecida no âmbito de sua comunidade e por ser muito querido por todos, sobretudo pelas famílias de Carumã e Jimmy Kaled, tem passagem livre no convívio mais íntimo das respectivas residências.
Pé no Bolo, apesar de ultimamente ter se dedicado muito aos estudos, ainda não é visto como um aluno exemplar no tocante ao desempenho escolar, a despeito desses seus dois colegas de classe; em compensação, ele tem um senso de responsabilidade muito grande e um espírito de solidariedade bastante aguçado, principalmente quando o assunto é cultivar amizades e ajudar o próximo; isso tem feito dele uma criança diferente das demais no âmbito de sua comunidade.
Certo dia, numa festa de aniversário do seu colega Jimmy, no instante em que os avós do aniversariante cantavam a música “Parabéns a você”, Jimmy não parava mais de chorar. Naquela hora, decerto, ele sentia muita falta das figuras paterna e materna. Pé no Bolo, de olhos atentos para a mesa onde estava o bolo do aniversariante, ao presenciar aquela cena que mexeu com o lado emocional de seu amigo, não se fez de rogado e pediu o microfone para o avô do garoto.
Com um ar de garoto apaziguador e demonstrando bastante segurança, aliado ao seu senso de humor, se saiu muito bem com mais uma de suas tiradas, tendo sido aplaudido por todos como se fosse o verdadeiro anfitrião, ao proferir de improviso; com a voz bastante firme e numa tonalidade bem suave, a seguinte mensagem:
“- Jimmy, pare de chorar, feito um bezerro desmamado, pois ainda que seus pais não estejam aqui para lhe abraçar, nós poderemos fazê-lo por muitas vezes, neste dia de hoje e sempre. Portanto, enxugue suas lágrimas com essa toalha que acabei de lhe dar de presente e agradeça a Deus por mais este ano de vida. Apesar da ausência deles, sua vida continuará repleta de paz, de saúde, de felicidade e de muita alegria; ainda mais agora, quando todos nós estamos vendo, sobre esta mesa enfeitada que está à nossa frente, um lindo bolo de aniversário que nos espera e gritou: Viva o aniversariante!”
Ali, de uma forma automática, as pessoas presentes aplaudiram bastante o aniversariante e, em seguida, se perfilaram para abraçá-lo e consolá-lo, tudo ao mesmo tempo. Aquele ato festivo se assemelhou à comemoração de um gol, valendo o título de um campeonato de futebol.
Por fim, numa voz uníssona, todos que estavam ali, inclusive o aniversariante, continuaram a cantar a tradicional música de aniversário, antes, iniciada pelos avós do garoto:
Parabéns a você!/Nesta data querida/Muita felicidade/Muitos anos de vida...