O MENINO E A FLOR

O menino viu no mato

Uma flor carmesim

Se fechando no momento

Do espetáculo do arrebol.

Tinha tanto mistério e por isso

Pensou o menino ter visto

A face de Jesus Cristo,

Terminando um largo sorriso,

Naquela rubra florzinha

Nascida no meio do mato.

Curioso, à flor ele perguntou:

- Quero saber de ti, ó bela flor,

Se estou certo ou errado:

Tu és, de Jesus, o santo rosto

Deixado neste verde mato

Para sorrir e muitas vezes chorar

Conforme as muitas ações

Dos ingratos filhos de Deus?

A brisa balançou a flor,

E rubra pétala se elevou.

Era a resposta esperada

Vinda da boca do Cristo

Confirmando a sábia leitura

Feita pela alma pura

Do menino que observava

O abrir e fechar das flores

Nascidas no meio do mato.

E seus ouvidos ouviram

Todas as harpas do mundo

Sinfonizando todos os cantos

Dos alegres pássaros do mato,

Enquanto subiam as pétalas

Da misteriosa flor carmesim,

Em hipnotizante balé

Que só a natureza compõe

Para encher os olhos de beleza,

E Ligar a alma ao divino,

Pululando todos os dias

Diante dos olhos de quem

Ainda não aprendeu

A observar como o menino

Aquelas pequeninas flores

Vestidas de muitas cores

Nascidas no meio do mato.

01/01/06.