Um lugar para o Três-Cores e a família
Era um dia muito bonito de sol, e os bichos espreguiçavam-se na relva quentinha, mas ainda molhada de orvalho.
Mamãe-Bichana, pacientemente, lambia e limpava os filhotes esfomeados que mamavam.
De repente, o perigo: o cortador de gramas chegara ameaçador com sua máquina barulhenta! Mamãe-Gata levantou-se num ímpeto e, abocanhando o Três-Cores, levou-o em desespero para a cozinha, onde achou que ficaria a salvo, voltando rápido para fazer a mesma viagem ainda duas vezes.
Marquinhos, percebendo o movimento e a aflição de sua gatinha, logo compreendeu a situação e foi ajudá-la. Por sorte, o cortador de gramas, ele mesmo muito afeiçoado a toda a criação, parara a tempo sua máquina porque enxergara duas pequeninas manchas brancas na grama alta: eram Fofinha e Dalila, as duas gatinhas que ainda restavam para a ação de resgate.
Marquinhos levou, ele mesmo, as duas para a cozinha, enquanto Bichana seguia-o miando, alcançando com o olhar as suas crias nas mãos do menino.
O menino tratou de achar no quintal um caixote, que forrou com uns tapetes velhos cedidos pela mãe e acomodou toda a ninhada.
À tarde, quando chegou da escola, foi logo procurar os animaizinhos, que, para o seu espanto, já não mais estavam na casinha segura que havia arranjado para os felinos. Procurou, triste, por quase meia hora. A mãe veio consolá-lo e pediu-lhe que tomasse o lanche para começar a fazer suas tarefas. O menino obedeceu à mãe, mas não esquecia o sumiço dos gatos.
Mais tarde, a surpresa: não segura de que a caixa seria o lugar mais apropriado para os filhotes,Mamãe-Gata levara-os todos para o guarda-roupa de Marquinhos, que encontrara semi-aberto. Colocara-os entre caixas de jogos e livros velhos, no fundo do guarda-roupa, sobre umas camisetas separadas para doação.
O menino não cabia em si de contente, mas logo voltou à razão e entendeu que agora seria a sua mãe que não ia gostar do novo lugar dos gatos. Tratou de pedir-lhe ajuda para resolverem juntos onde seria a nova morada para seus animais.