Lacinho verde
Era uma vez uma menina que usava lacinho verde no cabelo, não tirava nem para dormir, às vezes o molhava no chuveiro e usava mesmo assim.
Na escola todos os coleguinhas perguntavam porquê do laço verde e igual todos os dias, alguns a criticava dizendo que não tinha dinheiro para comprar outros, outros até que ela era daltônica e muitas bobeiras outras...
Muitas vezes ela chorava por isso. Porque as pessoas incomodavam tanto com o seu laço? Qual o problema?
Morava com a avó. Seus pais se separaram e ela era pequena. Não entendia muito porque a mãe a deixou.
A avó dava todo amor que podia, mas não era a mãe; e isso não é ser mal-agradecida, é realmente sentir a falta da mãe.
Era férias de final de ano, e as chateações não paravam; a implicância com seu lacinho verde era universal pelo visto. Naquele natal a menina ganhou dezenas de lacinhos de tudo que era cor e modelos variados. Mas não achava jeito de usar nenhum. Continuou repetindo o mesmo...
Passou-se o tempo e novamente começaria as aulas, ela então teve uma ideia e correu para contar à avó, que prontamente se solidarizou.
No primeiro dia de aula a menina chegou na escola com uma camiseta com os seguintes dizeres:
“uso lacinho verde todos os dias, porque a mamãe antes de ir embora, me pediu para nunca o tirar, assim ela me reconheceria em qualquer lugar.”
Muitos se emocionaram, e desde então, nunca mais se falou sobre o lacinho verde da esperança.
Raquel Ordones