Em busca de Vovô Dininho

Viagem pelo Universo Mínimo

Daquele meio-dia em diante, nada mais seria igual: iam viajar pela primeira vez no Universo Mínimo. Era como estar jogando vídeo game na internet, mas a diferença é que sabiam que era no mundo real.

Tshorshani, da janela envidraçada da Saleta de Operações, coordena os movimentos na Sala de Transposição. Todos seguem estritamente suas instruções. A Transposição tem que ser lenta, começar exatamente ao meio-dia solar e não pode exceder os cinco minutos.

Pelo serviço de som, Tshorshani vai conversando com os viajantes:

- Nosso sol envia dados ao sol de vocês, as lentes do teto os transformam e atuam nas moléculas dos seus corpos, adaptando-os ao Universo Mínimo. Um dia entenderão tudo. Um pequeno erro, para mais ou para menos, pode ser fatal e vocês nunca mais voltariam ao tamanho e forma dos Humanos.

Todos se posicionam de acordo às instruções do alienígena, ou seja, assentados nas poltronas especiais, exatamente abaixo dos orifícios no teto. A luz do sol desce por eles e se direciona sobre o centro de suas cabeças. Lentamente, os grãos de poeira, numa dança de insetos loucos, vão se confundindo e desaparecendo, enquanto os viajantes diminuem de tamanho até, também, desaparecerem por completo.

Um instante depois, já no Universo Mínimo, Tshorshani aparece entre eles:

- Está tudo pronto, já podem embarcar.

O Menino Jacques e o Menino Willy estão um pouco temerosos de entrar na Supernave Thor, ali estacionada, mas Zé Papá os encoraja:

- Vamos entrando. Ou não querem conhecer vovô Dininho?

A Adulta Maíra e o Adulto Iúri, convidados por último, animam-se:

- Saudade do vovô e da vovó! Então é verdade que vamos poder vê-los de novo?

Tshorshani está concentrado nos comandos, apressa-os, nem responde, absorto. Os cinco se apertam para entrar na Supernave Thor, a porta e as janelas se fecham e logo começam sua primeira viagem pelo Universo Mínimo.

Os dois pequenos, para conhecer o avô; os adultos, para o reverem e Zé Papá para reencontrar seu padrinho, a pessoa com quem tinha passado os melhores momentos de sua curta vida.

O bebê no balaio

Muito tempo antes desses eventos, Cessa escuta o que parecia ser um choro de bebê no meio do mato, para os lados do rio.

Atraída pelo choro – agora, sim, tinha certeza disso - entrou no mato, ansiosa a procurar, não sem antes se lembrar de que uma vez tinha se enganado e confundido o coaxar de uma rãzinha minúscula com o choro inconsolável de uma criancinha. Como tinha rido daquele engano!

Pensar que alguém houvesse abandonado um bebê no mato, na chuva, em meio a relâmpagos e trovões, isso não cabia no seu coração amoroso.

Mas dessa vez não era de novo a rãzinha minúscula que chorava como um bebezinho abandonado. Não, não havia chuva, nem relâmpagos nem trovoada e o choro era, de fato, de um bebê.

Cessa rodeou as moitas de capim meloso, afastou as folhas com muito cuidado, pois tinha medo de cobra, e elas estavam por todos os lados, quanto mais se aproximava do rio. Foi fuçando até encontrar, bem na beiradinha do rio, um bebê moreno, bem feitinho de rosto e de corpo, acomodado num balaio, enrolado em paninhos baratos, uma touca colorida na cabeça, chorando de mansinho, como se já estivesse bastante cansado de lastimar-se e a ponto de entregar-se ao Criador.

Cessa não tinha filhos e foi com um sentimento de extremado amor que se abaixou e apanhou a cestinha que já estava por soltar-se do capim da margem e passar para a correnteza forte do rio. Abraçou-o com um carinho desmedido e chorou, sem saber direito o motivo.

Quando chegou a casa, foi correndo mostrar ao marido o que tinha encontrado. Casados há muitos anos, o casal de negros não tinha tido filhos e já se havia conformado com a sua sina. Muito religiosos, diziam que aquilo era a vontade de Deus, que tinham que conformar-se em envelhecer sem ter descendentes. Para consolar-se, Cessa pensava que o mundo já tinha crianças demais, muitas sofrendo por abandono, pela pobreza das famílias, por maus-tratos ou por doenças incuráveis.

Mas começou a pensar que aquele achado tinha muitas explicações. Cessa lembrou-se logo que aquilo podia ser uma bênção, uma missão, um sentido para sua vida e a de Fortunato, para que não envelhecessem sozinhos, sem ninguém para cuidá-los. Depois de pensar assim, ela tomou-se de uma certeza tão grande de que aquilo não era por acaso e jurou que iria cuidar do menino pelo resto de sua vida.

Fortunato não se entusiasmou muito com a criança. Pensou logo nas despesas, na tranqüilidade da vida que ia se acabar. Já tinham idade para serem avós, agora aparecia essa criança. Tinha muitos sobrinhos numa outra cidade e sabia quanto sua irmã e o cunhado sofriam pra cuidar e alimentar os pequerruchos. Mas não podia fazer aquilo com a mulher, tinha que aceitar e aprender a amar aquela criança. Isso não seria coisa difícil, pois tinha também natureza bondosa, acostumada às lides e aos sofrimentos da vida. E prometeu que faria tudo para ajudar Cessa a criar aquele bebê, por quem, desde o momento em que tomou essa decisão, passou a sentir tanto amor que parecia ser seu filho, carne de sua carne e sangue de seu sangue.

Batizaram o menino numa radiante manhã de domingo, logo depois da missa. Moisés era o nome de batismo, mas todos passaram a chamá-lo Moisés Papá, que acabou virando Zé Papá, nome com que ficou conhecido tão logo começou a balbuciar as primeiras palavras. Criado com leite de cabra, parecia que nunca ia adoecer. Cessa dizia que todo enjeitado tem a proteção de muitos anjos da guarda. Seu padrinho foi um velho conhecido da família, todos o chamavam Vovô Dininho, muito alegre e brincalhão.

Antes mesmo de deixar as fraldas, Zé Papá passa a ser conhecido na redondeza, pois gostava muito de brincar com todas as crianças. Para ele, não tinha tempo ruim. Curioso e meio desastrado, não tinha medo de altura nem de bichos. Brincava com besouros, lagartixas, aranhas, e nenhum bicho o mordia nem picava. Parecia protegido do Céu. Escondia-se dos outros meninos em cima de árvores, de onde também caiu um sem número de vezes, mas no máximo torcia um pé ou arranhava um braço.

Com o tempo, era amigo de todos, adultos e crianças, entre esses os meninos de sua idade. Tinha vários amigos, mas não se desgrudava de dois deles, também já apelidados por ele: Zé Mingau e Zé Frango d'Água. Eram inseparáveis e brincavam por todas as bandas da minúscula cidade ribeirinha.

Além dos dois amigos e dos pais adotivos, seu outro grande amor é o padrinho. Vovô Dininho gosta muito dele e passa sempre pela casa para dar-lhe guloseimas e presentes no aniversário, no Natal e no Dia das Crianças.

Quando Vovô Dininho diz que precisa ir embora, o afilhado dá birra. Agarra-se na barra de suas calças e arrasta-se pelo chão, tentando imobilizar o padrinho, abraçado a suas pernas. Esse amor vai crescendo a cada dia, porque o padrinho faz tudo que ele quer e que Fortunato, pela idade, já não podia fazer, como carregá-lo nos ombros, levá-lo a passear fingindo ser um cavalinho e outras aventuras mais.

Alguns anos mais tarde, quando Tshorshani aparece em sua vida, ele passa a contar diariamente o que acontece na casa blindada e cita Zé Cueca o tempo todo. O padrinho considera tudo imaginação infantil e lhe dá mais asas. Afinal de contas, fora ele quem havia lhe contado as histórias da Floresta Seca, do Jovem Mancebo e do Bondoso Ancião. Esse tal Zé Cueca podia ser mais um dos amigos secretos do afilhado, mais um dos personagens que o menino havia criado, copiando intuitivamente o padrinho. Na verdade, Vovô Dininho tinha sido o seu primeiro livro de histórias infantis, antes de Zé Papá saber ler, mesmo antes de falar. Foi o padrinho, também, quem lhe havia ensinado poemas, trava-línguas e as velhas cantigas de ninar e de roda, algumas do tempo dos escravos.

Zé Papá, com essa escola, passa a ser exímio contador de histórias, aperfeiçoando-as com o passar do tempo. Zé Cueca, para todos, portanto, era apenas mais uma de suas invenções.

O "óvni"

Numa bela tarde de junho, as crianças estão brincando na praia do rio, quando um objeto estranho aparece no céu em ziguezague e cai no meio do mato. Os meninos abandonam seu pique-pega e vão ver o que aconteceu. Procuram, no meio do mato ralo, até encontrarem um objeto em forma circular, mais ou menos do tamanho de uma antena parabólica, incendiando-se. Do meio do fogo, sai um ser estranho todo metido em roupas de astronauta, envolto em chamas. Surpresos e assustados, os meninos pensam gritar, mas a voz não sai, todos ficam mudos misteriosamente. Parece que um campo de força se criou em torno da nave em chamas e isso controlava tudo ao redor. O ser estranho parece um mergulhador. O alienígena escapa de sua nave e do fogo, protegido pelo traje espacial. Parece que chora e grita, mas os meninos não ouvem nada, porque ele mantém o capacete transparente na cabeça.

Depois de escapar das chamas, cai no chão e fica ali, imóvel e silencioso por alguns minutos. As chamas em volta de seu traje espacial apagam-se como por milagre. Os meninos o olham com curiosidade e espanto. O silêncio é de alguns segundos, ouvem-se até as batidas de coração de todos os circunstantes. Não era nenhum mergulhador, com certeza, pensou Zé Papá. Ele conhecia os bombeiros mergulhadores que vinham, todo verão, resgatar corpos de afogados no rio.

Depois de algum tempo, o alienígena começa a mover-se de novo, retira o capacete e eles veem que é um ser pequeno, do tamanho de uma criança de oito anos, mais ou menos, vestido apenas de blusa e short apertadinho.

O ET cambaleia um pouco, mas logo se endireita e passa a caminhar normalmente em direção às crianças. Zé Papá se dirige a ele:

- Você está bem? Não se machucou?- Como é seu nome?

- Tshorshani.

- O que? Minha língua não dá para isso. Vou te chamar de Zé Cueca, pode ser? É porque você estava só de shortinho quando saiu da nave incendiada. Só por isso.

- Pode. Depois te ensino a pronunciar meu nome, se você quiser. É meio difícil mesmo.

- O meu é Zé Papá, eu também te ensino se tiver problemas.

Depois do diálogo inicial, Tshorshani, apressadamente, retira dos destroços de sua nave uma mochila, remexe até encontrar um jeans, veste-o por cima do short e, então, se torna parecido a um ser humano de uns oito anos. Pede que as crianças se afastem e, com um aparelho parecido a uma pistola d'água, aponta para a nave e a faz desaparecer. Os meninos não se espantam: já viram tantas coisas parecidas na internet e na televisão!

Zé Papá, Zé Mingau e Zé Frango d'Água estão felizes com o novo amigo. Abraçam-no, cada um diz seu nome, e Zé Papá, sempre simpático, convida-o a conhecer sua casa. Tshorshani é apresentado a Cessa e Fortunato. Os dois escutam atentamente a história da queda do óvni, de como Thsorshani escapou da nave incendiada, mas não se espantam com sua figura, pensam que o suposto menino é parte de mais uma das fantasias de Zé Papá. Afinal de contas, Zé Cueca parece uma criança da idade deles, é tudo um teatro, pensam.

Zé Papá é muito imaginativo, muito mais que qualquer criança que conheceram. Já teve vários amigos ocultos e sempre conta histórias fantásticas, grande parte delas incentivadas por seu padrinho. Sem medo, abrigam Tshorshani em casa por uma noite. No dia seguinte, Tshorshani se levanta cedo, toma café com biscoito frito e pão de queijo e vai para a casa que alugou.

A casa alugada é de arquitetura colonial, de apenas um pavimento. Fica num bairro afastado, o Bambuzal da Olaria, região onde há algumas casas em ruínas. Nesse lugar os meninos brincam diariamente. Ali por perto, há minas de ouro abandonadas, os meninos tudo conhecem e passam horas no seu mundo imaginário, sonhando-se bandeirantes, piratas, exploradores e até astronautas. Têm cavalos de pau escondidos nas moitas. O conjunto das minas de ouro abandonadas são as ruínas "ivônicas", termo inventado por Zé Papá. Disse que tinha sonhado com a região e ouviu esse nome no sonho, quando conversava com um escorpião.

A casa tinha sido sede de fazenda e era localizada na entrada antiga da cidade, caminho de tropas de burros e de carros de bois. Por ali passaram caravanas levando comida para o Imperador lá no Rio de Janeiro. Zé Papá dizia que ainda conseguia ver os rastros dos bois e dos burros e imitava seus relinchos e berros, pois ainda os escutava. Apontava também para as marcas das rodas dos carros e carroças e mostrava para os outros, que, embora não vissem essas marcas, acabavam concordando, de tanta insistência do fantasioso Zé Papá.

As outras casas eram de empregados da fazenda e, em ruínas, estavam abandonadas há muito tempo. A casa alugada tinha sido reformada por Tshorshani, da noite para o dia, certamente com a ajuda da tecnologia alienígena, por isso estava em bom estado. O espaço em torno da casa foi blindado magnética e invisivelmente, conferindo a Zé Cueca total privacidade. Tabuletas com os dizeres "Cão Bravo" estavam esparramadas pelos quatro cantos da cerca de mandacaru. Dentro da casa, Zé Cueca construiu e adaptou porões onde desenvolvia pesquisas secretas para seu mundo, tomando cuidado de não desfigurar o exterior da propriedade. Para não chamar atenção, seguia estritamente os padrões locais de preservação de monumentos históricos.

Os dias, meses e anos foram se passando e a amizade entre o alienígena e o menino foi crescendo. Com o tempo, Zé Papá foi entendendo melhor o que acontecia na casa blindada. Entendeu que havia uma tecnologia superior e pensou que poderia pedir algo a Tshorshani: ele teria, certamente, a solução para um problema que o angustiava havia muito tempo. O pedido de Zé Papá tinha a ver com o envelhecimento de seu padrinho. Confessou seus medos a Tshorshani:

- Não quero perder meu padrinho para a Morte. Não quero que ele morra, não posso viver sem ele. Eu até já choro de vez em quando, pra me acostumar com a ideia e sofrer menos quando ele morrer.

A resposta de Tshorshani não se fez esperar:

- A gente pode mandá-lo para o meu planeta. O nome do meu planeta é muito difícil para vocês, então vamos chamá-lo Planeta Tonton. Lá ninguém adoece nem envelhece e só morre se quiser, por estar cansado desta dimensão e querer ir para a outra, aquela que aqui vocês chamam de Paraíso.

- É verdade? Eu posso pedir isso então? Você pode levá-lo para o planeta Tonton?

Tsorshani diz que Vovô Dininho pode ir, mas tem que ser voluntariamente. Zé Papá, extremamente alegre, manda recado para o padrinho e, tão logo se encontram, transmite-lhe o que conversou com Tshorshani. O padrinho não rebate o menino, continua achando que o afilhado está sempre confundindo fantasia e realidade. Depois de muita conversa, aceita ir conhecer Tshorshani e sua casa:

- Vamos lá conhecer esse seu amigo. Ele sabe fazer café?

A caminhada é curta, mas a cidade é cheia de ladeiras. Vovô Dininho chega arfando.

Vovô Dininho, sempre mascando a língua, observa a casa por fora, dá uma voltinha e esbarra na blindagem, quando quer colher uma flor de quaresmeira, já dentro do espaço protegido. O padrinho se assusta, Zé Papá explica, o outro faz uma cara de quem não entende e pede uma explicação com o silêncio. Porém, depois de desconectada a blindagem, entram no alpendre e aparece o amigo de Zé Papá. Vovô Dininho lembra das histórias do menino, acha algo estranho nas feições de Zé Cueca, pensa na blindagem que acaba de provar e exclama:

- Então era tudo verdade!

Toma um café com o alienígena e, subitamente convencido de que existe algo diferente naquela pessoa, logo pede a Thsorshani que lhe explique todo o mecanismo dessa viagem e suas consequências. Depois de muitas perguntas, parece feliz e confiante. Finalmente, diz que aceita fazer a viagem pelo Universo Mínimo, vai ver se gosta do Planeta Tonton. Se gostar, fica.

- Não quero morrer e ficar longe dos meus para sempre. Então, é melhor ir morar lá. Pelo menos, isso. E todos meus filhos, netos e amigos podem me visitar? Eu poderia vir aqui de vez em quando?

- Podem. Uma vez por ano, tem uma lista de instruções. Você saberá a seu tempo. Mas você não, seu organismo já estará despreparado para tudo aqui. É só entrar nessa atmosfera e, aí sim, morrerá.

- Fechado, diz Vovô Dininho, mascando a língua. Quando é que a gente viaja? E por favor, da próxima vez, vê se me faz um café de verdade, nada de água de batata.

Alguns dias depois, Tshorshani diz a Zé Papá que já está tudo pronto. Vai transportar Vovô Dininho pela Supernave Thor, viajando pelo Universo Mínimo, em direção ao Planeta Tonton. O dia chega, ele viaja. O afilhado se despede, triste, choroso, porém consolado, sabendo que poderia encontrá-lo depois.

Finalmente

Alguns meses depois, chega a vez dos meninos. O primeiro passo é explicar como é a viagem, como devem se comportar durante ela e quando chegarem ao Planeta Tonton. Tshorshani fala:

- Um guia nosso estará esperando por vocês. Ele os acompanhará o tempo todo. Vovô Dininho e Vovó Terezinha, que também já está lá, já sabem que vocês estão viajando e estão loucos pra encontrá-los. Vocês vão passar uma semana terrestre por lá.

- Uma semana?

- Sim, mas ninguém aqui notará a falta de vocês. Nem os professores nem os pais nem os patrões. Nossos tempos são diferentes.

Depois de uma longa preleção, que culminou com muitas perguntas e respostas, passam à Sala de Transposição.

Tshorshani, da janela envidraçada da Saleta de Operações, observa os movimentos na Sala de Transposição, empenhado a que todos sigam suas instruções. A Transposição tem que ser lenta, começar exatamente ao meio-dia solar e não pode exceder os cinco minutos.

- Antes de iniciar a Transposição, pergunto se alguém tem dúvidas? Iúri, Maíra, Willy, Jacques e Zé Papá. Alguma dúvida? Alguém quer desistir?

Não, ninguém tem dúvidas nem quer desistir.

- Vamos então começar.

- O menino Jacques pergunta:

- Zé Cueca, quem vai dirigir a Supernave?

- Eu e o computador. Não vou sair daqui.

- Mas seria mais legal, mais divertido você pilotar aqui dentro. E a gente queria uma tripulação alienígena, diz o menino Jacques.

- De acordo, completa Zé Papá, a um aceno positivo do menino Willy.

- Então, essa viagem vai por uma dobra do Tempo, comenta Iúri.

- É parte da teoria de Einsten. A gente vai driblar o Tempo e o Espaço, completa Maíra.

- É mais ou menos isso, diz Tshorshani. Agora vou para a Saleta de Operações. Quando terminar a Transposição, encontro vocês no Universo Mínimo para desejar boa viagem. Até lá.

- Urra, urra, gritam os meninos e os dois netos adultos, também felizes com aquela aventura inesperada.

Minutos depois, pelos padrões terrestres, os meninos veem a transformação de Tshorshani. Daí a pouco, seria a vez dos terráqueos. Eles iriam viajar pelo Universo Mínimo.

Daquele meio-dia em diante, nada mais seria igual: iam viajar pela primeira vez pelo Universo Mínimo. Era como estar jogando vídeo game na internet, mas a diferença é que sabiam que era no mundo real.