ABELARDO E O BARQUINHO

Dizem que era uma vez

O menino Abelardo

Pegou tesoura e papel

Ficou todo animado

Construiu um barquinho

Com cola e papel dobrado.

Foi colocar no rio

Parou numa calçada

Quando viu uma velha

Era muito engraçada

Com uma trouxa de roupa

Na Janela debruçada.

Pelo lado foi passando

Ela gritou apressada

Espera, vou com você

Não precisa dizer nada

Até chegar ao rio

Largou de água azulada.

Enquanto lavo roupa

Brinca com seu barquinho

A estrada é comprida

Não deve ir sozinho

Venha! Vamos logo

Meu lindo garotinho.

O rio estava largo

Engoliu o seu barquinho

O menino soluçava

Sem saber o caminho

Eu poderia alcançar

Se fosse mais ligeirinho.

Poderia seguir o rio

Se se tivesse um veleiro

Quando viu ao lado

Chegando um cavalheiro

Senhor! Me diga uma coisa

O senhor é marinheiro?

Gosto mesmo é de terra

Só sei cuidar de gado

Não vi o seu barquinho

Feito de jornal dobrado

Talvez nos garranchos

Ele está encalhado.

A velha lavadeira

Calma meu garotinho

Vamos seguir o rio

Achar o seu barquinho

O vaqueiro vai na frente

Seguiremos o caminho.

O jacaré aconselhou

Sigam por esse lado

Eu estava cochilando

Vivo muito cansado

Ande longe das águas

Esse rio é complicado.

As horas corriam

A tarde ficou rosada

O Sol se despedia

A noite apressada

Quando viram uma casa

Parecia abandonada.

O menino adormeceu

Sonhou a noite inteira

No alto do telhado

Ele viu a lavadeira

Sorrindo e brincando

Como menina arteira.

Quando o dia amanheceu

Tinha um sapo esquisito

Parecia está molhado

Levava sabão consigo

Nas águas do rio

Tinha um barco bonito.

Na alegre brincadeira

Nas águas um peixinho

Era um oceano tranquilo

Lá estava seu barquinho

A lavadeira sumiu

Só ficou o garotinho.

Uma grande tempestade

O menino despertou

Sem saber o que aconteceu

Da cama ele pulou

Não tinha nenhum rio

Ele apenas sonhou.

Irá Rodrigues.