O MENINO JUQUINHA
Morava numa fazenda
Cuidava dos amiguinhos
Um galo, uma porca
E muitos passarinhos
Esses viviam livres
Morando em seus ninhos.
Toda de manhãzinha
Olhava aquela beleza
Alí era o paraíso
Vivendo na natureza
Contato com os bichos
Era a maior riqueza.
A tardezinha olhava
Os galhos do umbuzeiro
Passarinhos apressados
Agasalhando ligeiro
Por último chegando
O gavião aventureiro.
Certo dia o Juquinha
Encontrou uma cobra
O gato deu um pulo
Correu porta a fora
De tanto medo o pobre
De casa foi embora.
Desconfiada a cobra
Fugiu pela floresta
Entre cantos e gritos
Fizeram aquela festa
A galinha logo gritou
Aquela cobra não presta.
Juquinha então disse:
Não seja assim tão cruel
Aquela era uma cobrinha
Perigoso é cascavel
Parece que seu coração
É feito de puro fel.
A galinha destrambelhada
Gritou: eu falo com razão
Não quero ser vítima
De cobra sem noção
Todas são venenosas
Que tome outra direção.
As galinhas conformadas
Voltaram pro galinheiro
Era hora de dormirem
A paz voltou no terreiro
Enquanto o galo Janjão
Cochilava no poleiro.
Irá Rodrigues.