MUNDO ENCANTADO DOS INSETOS

APRESENTAÇÃO

Ao entrar no mundo encantado dos insetos você vai poder voar com asas leves de borboletas, ouvir o som dos grilos na sua irritante sinfonia. Imaginar que está no meio da floresta se divertindo com a centopeia apressada com seus cem pezinhos, joaninhas empinando as antenas abrindo as asinhas, agora deixe sua imaginação viajar ao sabor de cada aventura das formigas, o vai e vem das abelhas e outros que irão desfilar por aqui. Você vai poder conhecer lugares distantes que só a fantasia é capaz de nos levar.

Pode criar um mundo de sonhos e brincadeiras e acompanhar o ritmo de cada bichinho preso nesse livro.

Redescubra o gosto do relaxamento e o sabor encantatório da tranquilidade observando os bichinhos da natureza. Os moradores que perambulam pelo seu jardim, aquela lagartinha atrevida picotando as folhas da roseira. Cada inseto que vive nesses lugares são especiais e só fazem bem a natureza, então observe, mas nunca os faça mal, eles são essenciais para o equilíbrio do lugar onde vivem.

Irá Rodrigues

AQUI SÃO OS INSETOS

Únicos animais invertebrados

Com toda a sua ousadia

Brincam ou discutem

Falam com maestria

Só eles conseguem voar

Mas é tudo fantasia.

São classificados como artrópodes

Possuem patinhas articuladas

Mas como diz o gafanhoto Eurípedes

Nas suas aventuras atrapalhadas

Somos a maior classe de todos

Dizem as borboletas encabuladas.

Quase mil espécies em todo Brasil

A maioria é de ambiente terrestre

Adoramos a vida num jardim

Somos moradores da vida campestre

Outros preferem viver na água

Em cada grupo tem um mestre.

Todos vivem em harmonia

Precisam ter atenção

Se chegar um estranho

Vira aquela confusão

Todos unidos gritavam

Lá vem o grandalhão.

Era o pobre do Felisberto

Um gafanhoto gigante

Que uma planta comeu

Cresceu e ficou irritante

O pobre cresceu tanto

E ficou deselegante.

Ninguém mais o reconhecia

Os amigos o rejeitaram

Passaram a sentir medo

Do gafanhoto reclamavam

O pobre saia chorando

Quando todos gritavam...

Até a família não reconhecia

Corram lá vem o grandalhão

Gritava os gafanhotos

Lá vem aquele bobalhão

Sem saber que aquele

Era também seu irmão.

Por mais que ele explicasse

Mandavam ir embora

Aqui é a minha casa!

Não me coloquem para fora

Estou com frio e fome

Deixe-me comer essa abóbora.

AUTORA -Irá Rodrigues

XXXX

ASSEMBLÉIA

As borboletas inconformadas

Discursão entre as formigas

Resolveram não lutar

Outros entrassem nas brigas

Tudo culpa da cigarra

Só sabe fazer intrigas.

A formiga bunduda ali morava

Melhor não entrar na discursão

Somos parte dessa família

Gritou o delegado zangão

Algemando valentões

Parando com a confusão.

A assembleia continuou

Cada um dando opinião

O Felisberto foi embora

Acabar com a desunião

Se ele pretender ficar

Faremos outra reunião.

A floresta é muito grande

Ele gosta de movimentação

Se sentir falta venha nos procurar

E terá nosso apoio e atenção

Não importa se ficou grande

Terá a nossa consideração.

Felisberto estava escondido

Tomou um choque com a decisão

Não ficaria longe dos amigos

Reapareceu com emoção

A culpa foi daquela planta

Eu não sabia na ocasião.

Se é para o bem de todos

Eu Felisberto vou concordar

Mas que não termine tarde

Sou velho e preciso descansar

Minhas juntas andam doendo

De tanto que preciso andar.

AUTORA -Irá Rodrigues

XXXXX

ARANHA ESCRITORA

A aranha foi escrever versos

Chamou a borboleta para ajudar

Pegou lápis e papel

As duas começaram a traçar

Falavam dos cupins perversos

E só sabiam estragar.

Não tenho sossego na vida

Resolvi prender num poema

Assim eles ficam quietos

Agora chega desse dilema

Disse a aranha resolvida

Vamos ao cinema.

Querendo se oferecer

Ninguém mais se ilude

Por aqui não quero ver

Cupim é bicho sem virtude

E agora estou decidida

Tomei a melhor atitude.

A borboleta tão singela

Disse cheia de carinhos

Eles são tão inocentes

Coitado dos bichinhos

Não saem da janela

Brincam com os mosquitinhos.

Eles querem respeito

Cada um vive como deseja

Os cupins precisam comer

Então parem de peleja

Deixa os inocentes viverem

Vão se mudarem para a igreja.

AUTORA -Irá Rodrigues

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

BAILE DOS INSETOS

Era uma festa animada

A centopeia pulava

O mosquito tocava tambor

Um verso, o grilo declamava

A pulga pula daqui e de lá

O pernilongo triste chorava...

Dizia está com fome

Precisava se alimentar

Se ficasse iria morrer

Não tinha em quem sugar

Gritou o piolho vem cá!

Vamos tomar guaraná...

Na beleza do jardim

Desfilava dona Joaninha

A abelha sem ter par

Preferiu dançar sozinha

Admirando a amiga

Com sua saia de bolinha...

Chegou quem faltava

O temido do cupim

Depois de estragar a porta

Foi se alimentar do jasmim

Ao ver seu tronco estragado

Pediu socorro a seu Joaquim.

A festa animada

O baile começando

O carrapato resolveu chegar

A barata saiu voando

As moscas só comiam

O percevejo entrou rebolando.

Pernilongos tocando violão

Na linda noite de luar

Até as árvores festejavam

Todos querendo dançar

Não faltou nem um inseto

Ficaram até o dia raiar.

AUTORA -Irá Rodrigues

XXXXXXXXXXXXXXXXXXX

BORBOLETA E A BRISA

De asinhas leves pelo ar

A borboleta começa a batalha

Não sabe onde se segura

A brisa assobia e atrapalha

Quando a pobre foi jogada

Longe num monte de palha.

Sou uma leve borboletinha

Brisa não seja vadia

Tão fraca as minhas asinhas

Pare de fazer estripulia

Não vê que estou escrevendo

A minha bela poesia.

A brisa rodopia brincando

Sopra daqui e sopra de lá

A borboletinha coitada

Não sabe onde se segurar

Quando a centopeia

Chegou para lhe salvar.

Deixe a borboleta em paz

Gritou; Isso não tem graça

Pare de fazer maldade

Desista dessa pirraça

É hora de se afastar

Vá rodopiar na praça.

A brisa sapeca sorriu

Assanhou a pobre rosa

Deu sopro na borboleta

Brincou e foi embora

Já estava muito cansada

E chegou a sua hora.

AUTORA -Irá Rodrigues

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

BESOURO TOTONHO

De manhã bem cedinho

Diz querer ir ao céu

Foi preparar seu voo

Colocou seu chapéu

Nas asas levou seu livro

Com versos de cordel.

Não queria sol na careca

Se saísse iria se queimar

Lá do alto ficou pensando

Se conseguiria chegar

Tudo era tão lindo

Visto daquele lugar.

Poderia ir até o infinito

Falava com o sussurro do vento

Do alto quanta beleza

Que lindo aquele momento

Ver assim a natureza

Era o melhor sentimento.

Pensava o besouro Totonho

Olhando a imensidão

Que era feliz e não sabia

Com ar encheu o pulmão

Esqueceu-se da altura

Esparramou-se no chão.

AUTORA -Irá Rodrigues

XXXXXXXXXXXXXXXXX

BICHO PAU

Difícil de encontrar

Pense num bicho magrelo

O simpático inseto

Tem o olhar singelo

Com seu corpo comprido

Parece um martelo.

Um par de antenas finas

A cabeça é achatada

É igual um graveto

Tem a boca alargada

Na árvore fica camuflado

Fica no tronco agarrado.

Um bicho misterioso

Todo desengonçado

Se encontrar não faça mal

Ele é bem-educado

Merece o nosso cuidado.

O bicho pau é vegetariano

Gosto de folha verdinha

Faz uma saladinha gostosa

Tempera com frutinha

E lentamente vai saboreando

Sua boa comidinha.

AUTORA -Irá Rodrigues

XXXXXXXXXXXXXXXX

CONFUSÃO DO GAFANHOTO

Felisberto querendo mandar

Entraram em discordância

Em tudo querendo opinar

Com a sua arrogância

Os insetos cansados

Com a sua intolerância.

A confusão continuava

A centopeia num canto cochilava

A lagarta nem o olho abria

O mosquito reclamava

O besouro vinha chegando

Espantado só gritava.

O gafanhoto atrevido

Muito do arrogante

Não venha dar suas ordens

Gritou o grilo falante

Não vamos obedecer

Seu nojento arrogante.

Os besouros discordavam

Com aquele grandalhão

Avançaram contra ele

E foi aquela confusão

Felisberto derrotado

Fugiu do batalhão.

A joaninha calmamente

Felisberto é preguiçoso

A abelha resmungou

Parem de alvoroço

O zangão já cansado

Só balançou o pescoço.

A formiga já cansada

Exigindo atenção

Precisamos nos unir

Esquecer a confusão

Somos insetos felizes

O que vale é a união.

AUTORA -Irá Rodrigues

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

CONCURSO DA ARANHA

Estava toda metida

Se arrumando para sair

Sentiu dores nos pés

Mas não quis desistir

O concurso era importante

Precisava resistir.

Era um calçar de sapato

Um era folgado

Não conseguiria andar

O outro bem apertado

Poderia fazer calo

Fez sua roupa nova

Estava muito empolgada.

Calçava um de salto

O outro pé esquecia

Triste saía mancando

Na maior agonia

resolveu ir de tamanco

O que vale é a alegria.

Querendo ganhar o concurso

A aranha reclamava

Mas como iria andar

A pobre só mancava

Começou a desfilar

E todos lhe vaiava.

A cigarra disse sorrindo

Dona aranha é engraçada

Quem votaria nela assim

Toda descabelada

Sem sapatos de cetim

A roupa amarrotada.

AUTORA -Irá Rodrigues

XXXXXXXXXXXXXXXX

CIGARRA DONDOCA

Resolveu fazer uma festa

Convidou o gafanhoto

Juntos foram na feira

Precisava comprar biscoito

O gafanhoto guloso

Comia e dava arroto.

Na rua começou a confusão

A cigarra toda exibida

Gritou esse é um porco

Estou muito arrependida

Quando chega a centopeia

Se fez de desentendida.

Encontraram o camaleão

Foi aquela correria

Os dois eram rivais

Briga ela não queria

Esqueceu o gafanhoto

Contando com a parceria.

O camaleão inconformado

Querendo uma briga

Começou a discursão

Quando chega a formiga

Ou bichinha encrenqueira

Adora fazer intriga.

AUTORA -Irá Rodrigues

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

CIGARRA JOSEFINA

Precisava de calçados

Foi comprar na cidade

Sapato, tamanco e sandália

Queria outra novidade

Escolheu vestido e perfumes

Voltou cheia de vaidade.

Comprou passagem de avião

Estava de férias, iria viajar

Apressada arrumou as malas

Não sabia quando voltar

Mala de todas os tamanhos

Precisava se apressar.

Despediu-se dos amigos

Eram tantas as bagagens

Encheu o carro saiu apressada

Feliz com suas viagens

A mala dos sapatos ficou

Só levou um monte de bobagens.

Ao chegar no destino

E agora o que vou fazer

Pensou a centopeia chorosa

Como vou aparecer

Sem meus lindos sapatinhos

De tristeza eu vou morrer.

AUTORA -Irá Rodrigues

XXXXXXXXXXXXXXXX

CENTOPEIA JUVINA

Saia cedo para trabalhar

Vivia desconfiada

Todo dia quando saía

A mosca estava pousada

Como se fosse sua casa

No degrau da sua escada...

Desculpe dona mosca

Eu preciso perguntar

O que estava acontecendo

Resolveu aqui morar

A mosca foi respondendo

Não venha me atrapalhar...

Chega e vai invadindo

Procure outro lugar

Aqui é minha casa

Se não sai como vou passar

A escada é bem larga

Aqui quero ficar.

A mosca era insistente

E não quis se retirar

Para evitar brigas

A centopeia foi passear

Pior que estava chovendo

O melhor era deixar.

Quando voltasse para casa

A intrometida nem via a hora

Se continuasse perturbando

Teria que mandar embora

Impaciente a centopeia

Num grito colocou pra fora.

AUTORA -Irá Rodrigues

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

CAMINHO DE FORMIGAS

Você já parou para observar

Que delicadeza são as estradinhas

No meio da vegetação

Feita pelas formiguinhas

É um vai e vem até a noite chegar

Carregando suas folhinhas.

E assim seguem as formiguinhas

Todas enfileiradas trabalhando

Precisava de alimentos

Logo o inverno vai chegando

Quando juntas descansam

E vivem festejando.

Batalhadoras, nunca se cansam

Sobe morro e desce sem parar

Ao contrário da cigarra

Elas precisam mesmo trabalhar

E só à noite elas descansam

E tudo vai recomeçar.

Não deixa amigo em dificuldade

As formigas são trabalhadeiras

No verão elas batalham

No inverno são festeiras

São cheias de vaidade

Também são encrenqueiras.

AUTORA -Irá Rodrigues

XXXXXXXXXXXXXXXX

CHUVINHA FRIA

Flores se balançam alegremente

A chuva que caiu a fez brotar

Convidam as borboletas

Que cuidam de perfumar

Deixar que o dia siga em frente

A brisa soprando o ar.

Tem alegria e tem protestos

Borboletas se perfumando

Nesse mundo dos insetos

As abelhinhas trabalhando

Cada uma sua tarefa

E a vida se alegrando.

Todos os dias têm folia

A joaninha passeando no jardim

Ao longe o som de violino

Era o maestro cupim

O grilo no cavaquinho

Nos galhos do jasmim.

AUTORA -Irá Rodrigues

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

CARACOL PREGUIÇOSO

Tudo vira novidade

Depois da chuvarada

O jardim estava lindo

Era uma tarde ensolarada

Apareceu um caracol

A cor azul esverdeada.

Parecia vindo de longe

Na maior preguiça andava

Como se quisesse se exibir

Do jeito que chegava

Os insetos assombrados

Até a lesma se espantava.

O caracol viajou dias e dias

E caiu naquele mundo engraçado

Precisava fazer amigos

Tinha um grilo atrapalhado

Vivia declamando poesia

Por todos era cobiçado.

Por ali resolveu ficar

Tinha plantinhas verdinhas

Seu alimento preferido

Adorava umas saladinhas

Quando foi surpreendido

Pelas exibidas lagartinhas.

Que começaram a reclamar

O caracol desconfiado

Tentou explicar

De um jeito educado

As lagartas entenderam

Lhe oferecendo um guisado.

Se tornaram amigos

Ele era inteligente

Importante é amizade

E não por ser diferente

Assim continuaram

Sempre seguindo em frente.

AUTORA -Irá Rodrigues

XXXXXXXXXXXXXXXXX

CHUVINHA CAINDO

O lago com águas paradas

Voam as libélulas verdinhas

Canelas finas e frágeis

Com longas asinhas

De cores esverdeadas

Camuflam com as folhinhas.

Do outro lado o sapo

Com o olho esbugalhado

Olhava, lambia a língua

Com seu apetite esfomeado

Pega um bichinho num sopapo

Deixando o grilo assombrado.

Noutra folha a mosquinha dorme

Sem perceber o perigo

A noite estava fria

Ela dar um suspiro

Quando o sapo abre a boca

O bicho dar um espirro.

A mosquinha assustada correu

Deixou o sapo salivando

As perninhas tremiam

Saiu dali pulando

Na vegetação se escondeu

O coração disparando.

AUTORA -Irá Rodrigues

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

CENTOPEIA ZAZÁ

Foi passear, na lama escorregou

Ficou sentada chorando

Sujou seu vestido novo

Triste ficou reclamando

Soltou o salto do sapato

A pobre saiu mancando.

Coitada da centopeia

Dizia o atrevido sabiá

Metida a orgulhosa

Andar sem olhar

Agora se esborrachou

Ninguém para ajudar.

Não viu que a noite choveu

A rua é toda esburacada

Triste o que aconteceu

Ficou toda encharcada

Suja dentro do buraco

Sozinha abandonada.

A pobre não saiu do lugar

O seu sapatinho quebrado

A chuva estava forte

Seu cabelo enlameado

O vestido tão caro

Ficou todo estragado.

Culpado era o gafanhoto

Nada fazia direito

Se achando o poderoso

Porque era o prefeito

A cidade destruída

Perdeu até seu respeito.

AUTORA -Irá Rodrigues

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

COISA DE FORMIGA

A formiga intrometida

Queria viajar

Sonhava ter asas

E assim vivia a sonhar

Quem sabe um dia

Chegaria em algum ugar.

Numa certa manhã

Encontrou o caracol

Enquanto passeava

Dormindo no girassol

Dizia ser sua praia

Tomando banho de sol.

A intrometida da formiga

Achou de ir cutucar

O caracol se encolheu

Não queria brigar

Preferiu ficar calado

Nada iria ganhar.

O caracol estava tranquilo

A formiga ficou a pensar

Se tivesse uma casinha

Com ela poderia andar

Assim como o seu amigo

Levaria a qualquer lugar.

AUTORA -Irá Rodrigues

XXXXXXXXXXXXXXX

DISCURSO DO FELISBERTO

O gafanhoto Felisberto

Balança suas asas pesadas

Não quero confusão

Minhas ordens bem pensadas

Que aprendam obedecer

E deixem de palhaçadas.

Agora prestem atenção

Eu expulso da floresta

Quem não quiser entender

Que aqui não quero festa

Seguir minhas ordens

É tudo que o que resta.

Felisberto estava nervoso

O discurso foi desaforado

O gavião que a tudo ouvia

Ficou mais revoltado

Ou sai daqui agora

E por todos foi vaiado.

Continue com sua arrogância

A festa vai continuar

Não é seu tamanho gigante

Que vai nos amedrontar

Saia daqui por bem

Ou vamos lhe expulsar.

Sou velho, mereço respeito

A tarde preciso cochilar

E como vou conseguir

Se vão atrapalhar

Quero muito silencio

E é bom me respeitar.

A lagarta também era gigante

Foi a primeira a zombar

Suas ordens sem fundamento

A festa vai continuar

Se não está gostando

Procure se mudar.

Felisberto se retirou

A briga não iria ganhar

Foi para outra região

Onde pudesse ficar

Os dias naquela floresta

Não tinha mais lugar.

AUTORA -Irá Rodrigues

XXXXXXXXXXXXXXXXXXX

DIA DE FESTA

O besouro Tião

Convida a cigarra

Ela logo aceitou

Iria tocar guitarra

O besouro no violão

A barata só na farra.

O grilo Josefino

Chegou atrasado

No canto do cri...cri

Meio desafinado

Toca seu violino

E logo foi vaiado.

O mosquito Vadinho

Corre ligeiro

Pega a sacola

Tira o pandeiro

O pernilongo Zeca

É o grande sanfoneiro.

O caracol com sua trombeta

Convida o seu bando

Cardeal e andorinhas

Chegam cantando

A borboleta Zilá

No salão foi bailando.

AUTORA -Irá Rodrigues

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

DONA ARANHA

Era tempo de inverno

A aranha acordou brava

Sem fios para tecer

Triste ela ficava

Como passar o tempo

E nada ela fiava.

A chuva não caia

Sem ter o que fazer

Resolver ir dormir

Sem ter o que comer

Nem uma mosquinha

Recusa a aparecer.

E foi se lamentando

Enfrentava dificuldade

Viver no campo era bom

Não perdia sua vaidade

Montou no vento

E foi para a cidade.

Bem longe foi estacionar

Andou, estava cansada

Parou numa praça

Deu uma cochilada

Despertou com frio

A noite era invernada.

Queria fios para tecer

Viu uma árvore entrelaçada

Ficou com olhos brilhantes

Com fios e teias amarradas

Era ali que iria viver

Belas teias seriam fiadas.

E assim viveu feliz

Com tudo que tinha direito

Considerada a melhor fiadeira

Por ela tinham respeito

Começou a trabalhar

E ganhava muito dinheiro.

AUTORA -Irá Rodrigues

XXXXXXXXXXXXXXXXXX

A MINHOCA

Pegou a sombrinha

E foi ao parque passear

Encantada com as borboletas

Que voavam sem parar

Viu o solo tão fresco

Um túnel foi cavar.

Entre flores e canteiros

Sentiu o solo fresquinho

Queria viver num paraíso

Bem ali naquele cantinho

Se sentou tranquila

Foi tomar um cafezinho.

Pensava dona minhoca

Sonhando acordada

Quando viu a formiga

Correndo destrambelhada

O que lhe aconteceu?

Está tão assustada.

Ficou ali a imaginar

Sozinha tranquilamente

O que fizeram com a formiga

Para deixar assim descontente

Nem ao menos lhe ouviu

Seguiu olhando de frente.

AUTORA -Irá Rodrigues

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

ERA DOMINGO

Chega à abelha apressada

Nem ao menos viu a hora

Bate na porta da barata

Amiga venha aqui fora

Ainda é muito cedo

Estou indo embora.

Enquanto elas se despediam

Chegou em disparada

A dona Esperança

Gritando agoniada

Por favor fique aqui

Eu estou desesperada.

Apressado chega o besouro

A mosca e a formiga

Atrás vinha o doutor Grilo

Se atacando na briga

O culpado foi o mosquito

Que foi fazer intriga.

AUTORA -Irá Rodrigues

XXXXXXXXXXXXX

FARRA DOS BICHINHOS

Chamando a atenção

A aranha fiadeira

Tece o fio faz a seda

Trabalha a vida inteira

Sempre bem-informada

Ou bichinha trabalhadeira...

Era tarde de domingo

Besourinho foi passear

Encontrou a borboleta

Começou até a sonhar

Foi logo lhe pedindo:

Quer comigo se casar?

Numa tarde ensolarada

Brinca a esperança

Assim toda verdinha

Saltitando feito criança

No meio da natureza

Nunca perde a esperança.

As formigas só trabalham

Só no inverno descansam

Espera a noite chegar

Olham a Lua e cantam

No outro dia bem cedo

Juntas só trabalham.

Gafanhoto tric... trac

Corta, corta as folhinhas,

Esfomeado tric. Trac.

Deixa todas em tirinhas

A refeição gostosa

Com salada e frutinhas.

AUTORA -Irá Rodrigues

XXXXXXXXXXXXXX

FOLIA A TODA HORA

Formigas cortando folhas

Cigarras assoviando

Abelhas colhendo néctar

Lagartinha se espreguiçando

Vagalumes se preparam

Quando a noite vai chegando.

No tronco envelhecido

Caminhando lentamente

O Cupim com preguiça

Parece muito contente

Diz todo vaidoso

Ser inseto inteligente.

Com as cores do arco-íris

Borboletas se atropelando

Abelhas fazendo zum, zum

Formigas só trabalhando

Dizia: um dois, três

O dia está terminando.

AUTORA -Irá Rodrigues

XXXXXXXXXXXXXX

FORMIGA BUNDUDA

É linda e elegante

Cintura fina e bundão

Se chove ela aparece

Desfilo no calçadão

Depois da chuva somem

Não tem outra opção.

A chuva arranca as asas

Anda tontinha, tontinha

As crianças adoram espetar

Palitos em sua bundinha

A pobre dança balé

Logo fica fraquinha.

A formiga tanajura

Na chuva vem passear

Não faça nenhuma maldade

Muito menos lhe matar

Deixe seguir na vida

A natureza vai cuidar.

AUTORA -Irá Rodrigues

XXXXXXXXXXXXXXXXXXX

FORMIGA CATARINA

Foi no milharal

Tudo que achava

Dizia ser importante

Rapidinho ela pegava

Uma flor ou um graveto

Na bolsa guardava.

A tarde ficou pesada

Um temporal chegando

Todas as folhinhas

O vento ia arrastando

E a pobre da formiga

Corria resgatando...

Andou a tarde inteira

A bolsa estava pesada

A formiga não parava

No chão caiu cansada

Se encolheu numa folha

A chuva ficou pesada.

Se eu tivesse só uma asa

Nem precisava ser o par

Feito aquela cigarra

Logo poderia voar

Buscava meu abrigo

Não iria me molhar.

Caiu um temporal

A formiga estava cansada

Já não aguentava mais

Dormiu ali na calçada

A noite foi um terror

Despertou apavorada.

O Sol estava quente

O dia estava raiando

Sacudiu as antenas, saiu

Na rua foi se arrastando

Fraca de fome e frio

Pela rua foi mancando.

AUTORA -Irá Rodrigues

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

FORMIGA LALÁ

É muito atrapalhada

Sai do formigueiro

Quando viu o tamanduá

Andando pelo terreiro

Ficou apavorada

Nem viu o nevoeiro.

Quando vê uma galinha

Num canto cacarejando

Gritou por socorro

Tremendo foi chegando

Viu a minhoquinha

E a galinha atacando.

A minhoquinha tremia

Estava muito assustada

Pediu para lhe salvar

Daquela galinha malvada

Ou iria parar no bico

Daquela esfomeada.

A formiguinha então gritou

Venha, corra minhoquinha

Entre naquele túnel

Salve-se dessa galinha

As duas saíram correndo

A minhoca e a formiguinha.

AUTORA -Irá Rodrigues

XXXXXXXXXXXXXXXXXXX

FESTA DE ANIVERSÁRIO

A menina Joaninha

Entra no salão toda elegante

Num canto colocou a sombrinha

A mais bela aniversariante

A joaninha com seu traje

Desfilava radiante.

Cada amigo colaborou

A abelha trouxe o mel

A borboleta espalhou simpatia

Da bolsa tirou um papel

Subiu no palco feliz

Foi declamar um cordel.

O banquete impecável

A formiga cortou a salada

Em folhas de couve fininha

Temperou com sal e mostarda

De sobremesa sorvetes

E fruta caramelada.

A barata esfomeada

O mosquito não ficava parado

A centopeia gritou- Cala a boca

Com o seu zumbido desafiando

Já estou ficando louca

Com seu jeito atrapalhado.

AUTORA -Irá Rodrigues

XXXXXXXXXXXXXX

FIM DE FESTA

Para encerrar a festa

O dia começou com farra

Borboletas saltitantes

No cajueiro cantava a cigarra

O grilo gritava na floresta

E começava a fanfarra.

A borboleta chegou faceira

O pernilongo tocava violino

As abelhas na colmeia

A lagarta cantava o hino

Foi assim a noite inteira

O grilo parece um menino.

Pulava de galho em galho

De longe olhava a aranha

Devorando uma mosquinha

Se achando estranha

Aquela era diferente

Chaia de artimanha.

O besouro feliz chegou

No escuro se escondeu

Ficou olhando a aranha

Não sabe o que aconteceu

O sono foi mais forte

Logo adormeceu.

AUTORA -Irá Rodrigues

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

FOLIA DOS VAGALUMES

Suas bundinhas coloridas

Feito luzes a piscar

Parecem lacinhos

Que voam sem parar

Ou mesmo estrelinhas

Que na terra veio morar.

Com suas bundinhas acesas

Piscam para lá e para cá

A floresta toda iluminada

E todos podem brincar

Passam a noite inteira

Com o Sol vão descansar.

Se encontrar um vagalume

Não pense em aprisionar

Eles são as luzinhas

Na noite vai iluminar

Adora ver o sorriso

De criança querendo pegar.

AUTORA -Irá Rodrigues

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

GAFANHOTOS MINUSCULOS

De roupinhas vermelhas

Saem marchando sim senhores

São os soldadinhos

Batendo tambores

Na natureza eles são

Os pequenos salvadores.

Um, dois, feijão com arroz,

Seguem em outra direção

Buscam plantas frescas

Naquela plantação

De mandioca e aipim

Milho e feijão.

E vão os soldadinhos

Felizes cantando

Eles buscam proteção

E assim vão chegando

Um banquete fresquinho

Todos vão devorando.

Com cheirinho de sereno

Começam a devorar

Folhas verdinhas

Num gostoso jantar

Bem alimentados

É hora de descansar.

AUTORA -Irá Rodrigues

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

GAFANHOTO E A FORMIGA

Briga de vizinhos

O gafanhoto estava chateado

Com a metida formiga

Que deixava aperreado

Por ser muito metida

Vivia espalhando fofoca

Não o deixava sossegado.

A formiga se faz de boazinha

O gafanhoto tranquilamente

Fazendo a sua refeição

Uma salada decente

Quando entra a formiga

Com a cara de demente.

Desconfiado foi dizendo

Não venha atrapalhar

Estou faminto

Vá para outro lugar

Não vê que estou comendo

e preciso descansar.

A formiga não parou

Não se dava por vencida

Começou comer folhas

Era mesmo uma exibida

O gafanhoto gritou:

Fora! Sua exibida.

Sem querer conversa

Procurou outro lugar

Com uma minúscula formiga

Não queria disputar

Longe foi se alimentar.

O rabugento gafanhoto

Querendo ficar sozinho

Deixou tudo para trás

Seguiu outro caminho

Precisava de tempo

Buscava ficar calminho.

AUTORA -Irá Rodrigues

XXXXXXXXXXXXXXXXX

GAFANHOTO FELISBERTO

Arrumou-se pôs perfume

A calça quadriculada

Calçou bota, pôs chapéu,

A camisa bem arrumada

Olhou-se no espelho

Usou gravata listrada.

Encontrou a abelha

Que ao ver gargalhou

Felisberto ficou irritado

Nem do lado ele olhou

Seus planos tão belos

A abelha lhe atrapalhou.

Ela era muito minúscula

Melhor não querer prosa

Não iria perder tempo

Com uma abelha invejosa

Ela que fosse sugar

O néctar de uma rosa.

E assim seguiu viagem

Estava mesmo apressado

Iria encontrar a namorada

Não chegaria atrasado

O dia era especial

Estava apaixonado.

Feliz bateu asas e voou

No outro lado, ela estava

Linda com seu vestido

Toda linda o esperava

Sua bela namorada

Uma flor lhe entregava.

AUTORA -Irá Rodrigues

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

JOANINHA

Foi logo se oferecendo

O padrinho será o besouro

Quero ser a madrinha

Lhe darei muito ouro

A sua bela amada

Entregue oi seu tesouro.

A esperança toda empolgada

Traga um padre português

A joaninha concordou

Nada de sotaque francês

Fale com o gafanhoto

Ele é nosso freguês.

Começa os preparativos

Aquele corre, corre sem fim

A cigarra que tudo ouvia

Colheu flores no jardim

Começou a declamar poesia

Escrito para o jasmim.

A centopeia toda atrapalhada

Não sabia escolher um presente

Chegou na barraca da feira

Comprou tiara e um pente

Chegou toda radiante

Pela escolha inteligente.

A esperança nem cabelo tinha

A noiva precisava ficar bela

Para completar o presente

Comprou uma fita amarela

Um vaso de flores

Colocou em sua janela.

AUTORA -Irá Rodrigues

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

LIBÉLULA LILY

De longe ficou escutando

Aquela linda melodia

O grilo ficou encantado

Assim que raiou o dia

Correu até o jardim

Foi declamar poesia.

Olharam com olhos enamorados

Pelo grilo ficou encantada

A libélula sacudia as asinhas

Será que estava apaixonada?

Não demorou muito

Com ele estava casada.

Na melodia ele dizia:

Meiga pousada na rosa

Carinhosa cheia de amor

Uma libélula formosa

Eu você e a Lua

Envolvido numa prosa.

A libélula piscava os olhinhos

O coração batendo acelerado

Pensava, cheia de amor

O grilo estava apaixonado

Era com certeza

Seu eterno namorado.

AUTORA -Irá Rodrigues

XXXXXXXXXXXXXXXXX

MARIMBONDO

Esse é um dos bichinhos

Que sabe causar terror

Se tentar cutucar

A ferroada não é amor

Se souber respeitar

Não te causará dor.

Até se acha formoso

Com certeza o mais odiado

Pelas maldadas que faz

Além de muito irritado

Então deixe quieto

Seu ferrão é afinado.

É importante no meio ambiente

Acredite com certeza

Talvez tanto quanto as abelhas

Que cuida da natureza

Cada um com seu trabalho

Trazendo sua grandeza.

Abelhas, pensa em mel

Flores néctar e polinização

Para se defender vai te ferroar

Elas buscam proteção

O marimbondo também ferroa

Então, procure outra direção.

AUTORA -Irá Rodrigues

XXXXXXXXXXXXXXXXXXX

MINHOCA ZILU

Saiu para passear na lama escorregou

Ficou sentada chorando

Soltou o salto do tamanco

O sapatinho vermelho se quebrou...

Coitada da minhoca Zezé

Dizia o atrevido sabiá

Quem manda andar sem olhar

E agora quebrou o pé...

Dona minhoca não viu que a noite choveu

E a rua é toda esburacada

Caiu no buraco ficou toda encharcada

Que triste tudo que aconteceu...

Sentindo dor não saiu do lugar

Triste olhava o seu sapatinho quebrado

E o seu tamanco coitado

Tinha acabado de comprar...

AUTORA -Irá Rodrigues

XXXXXXXXXXXXXXXXXX

NOITE DE NATAL

Felisberto preparou uma grande festa

Ninguém ficou de fora

O barbeiro chegou apressado

O carrapato esfomeado.

A mesa estava farta

Tinha milho com gorgulho

Cupim devorando madeira

E aranha fiadeira.

A pulga pulava daqui e dali

O grilo no seu cri...cri. cri...

Gritava o mosquito

Com a cara de palito.

A lagarta toda apressada

Precisava entrar no casulo

Vamos logo jantar

Eu não posso me atrasar.

AUTORA -Irá Rodrigues

XXXXXXXXXXXXXX

OBSERVANDO OS INSETOS

Fiquei pensando neles

Como age um com o outro

E olha que aparece

A esperança e o gafanhoto...

Os dois se alimentam de folhas

Um pequeno outro gigante

Mas fazem um estrago

Parece um elefante...

E a formiga cortadeira

Um bando ataca a roça

Com suas garras afiadas

Estraga a plantação de mandioca...

Mas tem insetos do bem

A abelhinha sempre a trabalhar

Das flores só sugam o néctar

E seu mel vai fabricar...

Nojento falar da barata

Ela gosta mesmo de sujeira

Na cozinha e no banheiro

Ela é bem ligeira...

E passa um grilo voando

Se achando cantor

No seu cri, cri, cri,

Só falta bater tambor...

Engraçado se entendesse

Falando mal um do outro

O que falam entre si

O cascudo do besouro...

Linda mesmo é a borboleta

No jardim é uma beleza

Elegante em seu estilo

Encanta com sua leveza...

Esse mundo dos insetos

Cada um com sua esperteza

Uns arteiros outros sutis

Encantando a natureza...

AUTORA -Irá Rodrigues

XXXXXXXXXXXXXXX

TODOS EMPOLGADOS

Começou a arrumação

O dia estava nublado

O sol resolveu aparecer

E deixou tudo iluminado.

As árvores vestidas a rigor

As flores bem perfumadas

Com seus vestidos de festa

Estavam encantadas.

O besouro Felisberto

Estava bem irritado

Convocou os insetos

Que ficaram apavorados.

Por ser o maior inseto

Era muito mandão

E foi logo debulhando

A sua indignação.

Dizia que aquela festa

Não podia se demorar

Pois ele ali mandava

E ai de quem discordar.

AUTORA -Irá Rodrigues

XXXXXXXXXXXXXXXXXX

TANAJURA LUZIA

Foi só a chuva chegar

Correu abriu a sombrinha

Colocou a luvinha

E foi no parque passear.

A chuva caia lá fora

A tanajura perdeu uma asa

Ficou tontinha esqueceu a sua casa

O que fazer para ir embora?

Com uma folha na asa, seguiu viagem,

Com a sua cinturinha fina e bundão

Saiu desfilando no calçadão

Sem destino e sem paragem...

AUTORA -Irá Rodrigues

XXXXXXXXXXXXXXXX

A TRAÇA VIROU POETA

Um bicho bem miudinho

Que só comia papel

De tanto conviver com as letras

Começou a entender um pouquinho.

Com as palavras ela brincava

Antes de comer ela lia

Encantava-se com tudo que via

Esfomeada ela devorava.

De tanto comer o que lia

Aprendeu uma linda lição

Livros tem vida deve ser protegido

E assim ela passou e escrever poesia...

Declamava para todo o jardim

Do livro só comia a capa

Protegia as suas histórias

Cuidadas pelo senhor Joaquim.

AUTORA -Irá Rodrigues

XXXXXXXXXXXXXXX

VAMOS LÁ ESPIAR

O dia acorda sonolento

Da casa de dona joaninha

O pernilongo vai saindo

Empinando a asinha.

A minhoca trabalha na terra

Deixando fofinha

E logo vem o besouro

Para fazer sua casinha...

Lagartas fazem a festa

Abelhas aquele zumbido

Borboletas voando

E um grilo atrevido.

Uma centopeia ousada

Ri balançando a calda

Ao ver a cara da formiga

De antena empinada...

AUTORA -Irá Rodrigues

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

XI... ACABOU!

Era um desses dias em que o Sol na maior preguiça nem aparece para dizer bom dia!

Nem as nuvens com suas panças cheias deixava a chuva cair. O céu nublado, o tempo esticando as horas, atrasando os ponteiros numa sonolência que parecia sem pressa de chegar a algum lugar.

E sai seu Felisberto o cascudo gigante e mestre dos insetos para digerir o seu almoço, estufando a pança, enquanto o cérebro vai remoendo suas confusas ideias, que nem ele mesmo sabia colocar em ordem.

Sentado num tronco voltou lá no passado lembrando-se de quando morava do outro lado das montanhas, era do tamanho normal e por destino veio cair ali e se tornar um besouro gigante. Suspirava recordando da sua amada, era uma besourinha tão linda, pequena de cor avermelhada.

Mas a vida não poderia voltar e o melhor era seguir os insetos na organização da maior festa de fim de ano e como chefe tinha obrigação de deixar tudo em ordem e do jeito que ele desejasse. E assim foi o encerramento. Até o próximo encontro da folia dos insetos.

AUTORA -Irá Rodrigues

XXXXXXXXXXXXXXXXXX

ZUEIRA A FESTA TERMINOU

O caracol começou a gaguejar

Da sua forma toda enrolada

Quase ninguém entendia

O que o pobre dizia.

As cigarras gargalhavam

Enquanto as minhocas faziam ondinhas

Os grilos começaram a cochilar

As borboletas foram bailar.

O jardim ficou colorido

As flores aplaudiam

Trazendo aquela magia

Com cores e poesia...

Felisberto mesmo mandão

Gostava dos amigos insetos

Eles lhe traziam alegria

Estava feliz com aquela folia.

Lagartas rendilhando folhas

Formigas não vai e vem

E as lindas joaninhas

Empinando suas asinhas.

As cigarras em suas cantorias

As estrelinhas lá do céu

Começaram a piscar

Avisando a hora de terminar.

Como toda festa termina

A floresta fechou as cortinas

Cada um se abraçou

O espetáculo terminou.

XXXXXXXXXXX

AUTORA -Irá Rodrigues

Sinopse

O livro vem recheado com aventuras dos insetos colaboradores para escrever essa história.

Ele vai conduzir o leitor numa deliciosa viajem cheia de emoções, descobertas, encrencas e muitas travessuras com os amiguinhos da natureza. Então, não percam essa incrível viagem.