A bola maluca de Mariana

Mariana tinha uma bola muito maluquete. A bola tinha a forma bem redondinha, com cara de boa bolinha, mas a bola de Mariana era diferentona. Ela mudava de cor conforme o seu humor. Se ela estivesse com raiva, ela ficava vermelhinha feito pimenta malagueta e rolava para debaixo da cama. Não queria graça com ninguém. Se a bola estivesse com preguiça, ela ficava amarela feito uma abóbora dorminhoca, ficava bocejando e logo adormecia no cesto de brinquedos. Ela roncava, roncava e babava.

Mas quando a bola ficava verde, ela ficava doidinha de pedra. Ela pulava, pulava, pulava sem parar. Parecia até pipoca pulando na panela quente.

Os amigos de Mariana adoravam brincar com a bola enquanto ela estava verde. A menina pegava a bolinha e ia para a rua brincar e logo aparecia um montão de crianças querendo pegar nela, e bastava tocar na bola maluca para a criança sair saltitando igual perereca. Era só bater e pular, bater e pular, bater e pular.

Mas depois de tanta canseira e de tanta pulação, caíam desmaiados no chão.

Até que um dia a mãe da menina ficou sem paciência com aquela folia sem pé, sem cabeça e resolveu dar uma lição na bola maluca. Ela apanhou a bolinha enquanto ela saltava e Zaz! Prendeu a pobrezinha em uma caixa de sapatos e a deixou escondida em cima do guarda-roupa.

E assim ficou a bolinha, bem fechada. Fechadinha!

A bola que estava verde, pulou, pulou, mas não como estava presa, ela não escapou.

Aí ela ficou vermelha de raiva, quase explodiu a caixa de sapatos de tanto gritar. Mas não adiantou. Ela não conseguiu escapar.

E de repente a bola amarelou, se apagou e dormiu por muitos e muitos dias. Até que Mariana já não aguentava mais de tanta saudade da bolinha maluca e implorou à mamãe que a tirasse de seu esconderijo. A mamãe concordou, mas antes fez um combinado com a menina. Elas foram até o circo que estava na cidade onde havia um mágico muito poderoso para pedir a ele uma porção encantada que acalmasse a bola maluca enquanto ela estivesse verde e pulando furiosa. E o mágico então ensinou para a menina um versinho encantado.

_Toda vez que a bola maluca começar a saltar descontrolada, você vai dizer assim:

Bola, bolinha

Que pula sem parar

Você não é pipoca

Então para de pular!

E agora toda vez que Mariana e os amigos vão brincar e a bola maluca começa a saltar, todas as crianças começam a gritar:

Bola, bolinha

Que pula sem parar

Você não é pipoca

Então para de pular!

E assim a bolinha, calma e obediente, sorri e fica azul de tanta alegria começando a brilhar intensamente e refletindo as cores do arco-íris como em um lindo dia de chuva.

Prof: Síria Malta