O elefante lelé da cuca

O elefantinho Lelé passeava com seus amigos pela savana africana. Quando de repente um bando de pássaros passou voando sobre eles e Lelé então começou a imitá-los batendo as suas patinhas como se fossem asas. E disse sonhador:

_Quando eu crescer, quero voar igual aos passarinhos e pode ver o mundo lá de cima do céu!

Os seus amigos começaram a rir e a avestruz Vivi debochou:

_Deixa de ser lelé da cuca. Se até eu que não tenho asas não posso sair do chão. Imagina você, um elefante grandalhão!

E saiu em disparada, gargalhando debochada.

O antílope Pedrinho também achou engraçado.

_Elefante voar? Tem de ser lelé da cuca para acreditar!

E correu apressado para se juntar à avestruz Vivi.

O jacaré Jaci ainda tentou ser gente boa:

_Deixe de ser lelé da cuca e vamos tomar banho na lagoa!

E rastejando bem devagar na água fria foi parar.

A girafa Glorinha, a todos escutou com atenção, aproximou-se do elefantinho triste e o abraçou com emoção. E em seu ouvido um conselho sussurrou:

_Lelé, não deixe que os outros o digam o que você tem de fazer. E sempre acredite em seus sonhos, pois as verdadeiras asas estão em nossa imaginação. Nem sempre é preciso ter asas para avistar o mundo, basta o conhecimento procurar, pois há muitos que possuem asas, mas nunca saíram do lugar!

E o elefantinho triste, confortado pelas palavras de Glorinha logo se esqueceu das risadas de seus amigos e até mesmo os perdoou, mas das sábias palavras da girafinha, essas para sempre ele guardou.

E assim o tempo passou e Lelé continuou a bater as suas patinhas.

Alguns anos depois, já adulto, o elefante lelé da cuca virou atração no parque em que vivia. Pessoas de vários lugares iam visitar o elefante bailarino. Aquele elefante que toda vez que via um pássaro balançava as suas patas em um gracioso balé. E assim ele começou a viajar pelo mundo para se apresentar e para que todos pudessem assistir ao seu bailado que tanto encantava e trazia alegria.

O elefante lelé da cuca nunca aprendeu a voar, mas não desistiu de seus sonhos e mesmo sem ter asas ao topo do mundo ele pode chegar.

Prof: Síria Malta