Valéria, Lilico e Lili e uma descapacidade aqui e ali.
Era uma vez uma menina que sonhava ser uma jogadora de vôlei. O nome dela era Valéria e ela tinha uma irmãzinha de cabelo ondulado chamada Lili uma menininha tão brava quanto esperta, quando ficava muito brava as ondinhas do cabelo viravam cachinhos e estes cachinhos se erguiam e ficavam igual serpentina.
Já Valéria treinava muito, sempre sonhou jogar vôlei e viajar o mundo jogando o que gosta, só tinha uma coisinha, Valéria era mocinha, mas era muito, mas muito baixinha, é claro que com isso Valéria nunca se importou, afinal sempre foi baixinha porque isso a incomodaria? Estava tudo bem, e Valéria se preparava todos os dias, afinal haveria uma peneira, não essa da cozinha, mas uma seleção pra entrar na Sócio Liga das Goiabeiras (SLG) e ser uma jogadora de vôlei representando a cidade todinha, com salário, roupas e torcida.
Valéria treinava e corria, treinava e corria, até que um dia, depois de treinar bastante resolveu depois de um banho assistir um pouco de tevê com a Lili, mas Lili já teve logo que correr, pois Lilico, o cachorro gordinho e amarelinho estava pulando no muro pra tentar morder o gato da vizinha, que nem dava bola e até dormia.
Foi só Lili se levantar que Valéria viu um comercial passar, era um de uma seringa verde, com um homem bigodudo a falar: Hora, essa aqui é minha medicina, para curar todas as meninas baixinhas, é só aplicar e bum, o tamanho não vai mais incomodar e até vôlei a baixinha, agora alta, vai poder jogar.
Quando Lili voltou com a camisa cheia de patinhas e um pouco esbaforida, ouviu sua irmã Valéria chorar na cozinha e achou que era dor de barriga, mas depois viu Valéria chorar no quarto e chorar até quando ia passear com Lilico, mas foi só quando Valéria foi chorar no quarto de Lili que as duas tiveram que conversar, não por vontade de Valéria, mas por pedido de Lili que queria ajudar.
Valéria contou para Lili que não ia fazer a peneira, não a da cozinha, do SLG porque viu na Tevê que baixinha não joga Vôlei, e que não sabia que tinha uma incapacidade.
Lili então brava ficou e Valéria notou, porque uma festa de serpentinas na cabeça de Lili se formou, ficou em silêncio e esperou e então Lili falou: A Tevê só fala besteira, minha irmã é baixinha, e é jogadora de primeira. O olheiro da peneira, que não é a da cozinha, está esperando por você, anda logo minha irmã vai tentar o seu sonho deixa ele te conhecer.
- mas Lili, choramingou Valéria, ele não vai me querer.
- Ué, você desistiu sem nem ao menos ir lá ver? Até o Lilico só desisti de escalar o muro para pegar o gato da vizinha só depois de tentar pular pelo menos uma vez por dia, então vai lá irmã vai tentar uma vez você também!
Valéria desconfiada perguntou- Mas Lili e minha incapacidade? Então os cachinhos de Lili se formaram e logo todo o cabelo se serpentinou!
- Ser baixinha não é incapacidade!!!! Você só faz as coisas de um jeito diferente, é só uma ... uma .. descapacidade !!
E Valéria riu, gargalhou e sorriu, era uma palavra engraçada da sua irmã serpentinada, mas não era errada, ela sempre treinou para ficar boa em tudo que podia, ficou boa no saque, ficou boa na defesa, ficou boa até na correria, isso não era uma incapacidade, será queera mesmo uma descapacidade? Ou uma capacidade diferente, ou até mesmo sua qualidade? Criou coragem e fez o teste na SLG e olha só que alegria, contrariando a Tevê, Valéria passou e do time virou a querida baixinha e chegou até aparecer na tevê, que orgulho sentiu toda a família, passou logo depois do jornal, que contou a história que aquela "medicina", aquela do comercial que falava mal das baixinhas, era tudo mentira, mas que patifaria!
Todo mundo no sofá se espremeu, para ver Valéria de uniforme dizer pra todo mundo como seu sonho aconteceu. Até Lilico pediu seu. espaço e ficou atento com suas orelhas no alto! Então Valéria, a da tevê e não do sofá, começou a falar: "Se você tiver uma descapacidade, aquelas que até a tevê não te deixa à vontade, não desista do seu sonho, pois não é incapacidade, é só diferente! Pode até ser qualidade! Todo mundo na sala na sala aplaudiu e mesmo com vergonha Valéria sorriu e enquanto isso, Lilico abanando o rabinho da sala saiu. Depois de tanta alegria de tanta cantoria, Valéria ouviu Lili gritar toda brava, e quando chegou no quintal lá estava a irmã serpentinada pro muro apontar, porque Lilico ouviu a entrevista! e aprendeu, a sua maneira ,subir no muro e junto com o gato estava apreciando a bela vista.